5 de abril de 2009

Crise Do Regime Militar E Redemocratização

LUXJUS

CRISE DO REGIME MILITAR E REDEMOCRATIZAÇÃO
O fracasso do modelo político-econômico, adotado pelo regime militar, ficou evidente durante o Governo Figueiredo. O País tinha mergulhado numa das maiores crises de sua história, que se refletia nas elevadas taxas de inflação, no assombroso endividamento externo e no défi­cit público.
Diversos setores da sociedade (partidos políticos, Igreja, entidades científicas e sindicatos) reivindicavam uma mudança de rumo para o País.
A crescente onda de descontentamento social foi canalizada, pelas lideranças de oposição, para a campa­nha em favor das eleições diretas para Presidente da Re­pública. O objetivo era conseguir que o Congresso Naci­onal aprovasse a emenda proposta pelo deputado Dante de Oliveira, que restabelecia eleições diretas para Presi­dente e acabava com o Colégio Eleitoral, pelo qual se fazi­am eleições indiretas.
A campanha pelas diretas foi um dos maiores movi­mentos político-populares. Multidões entusiasmadas pro­clamavam nas ruas e nas praças o lema "diretas-Já" e cantavam o Hino Nacional.
Entretanto, uma série de manobras da elite dirigente, ligada ao regime militar, impediu a implantação das elei­ções diretas para Presidente. O principal grupo político que se opôs à emenda das diretas era liderado pelo depu­tado paulista Paulo Maluf.
Contrariada a vontade popular, teve prosseguimento o processo das eleições indiretas. Essa fase foi dominada por duas candidaturas: a do deputado Paulo Maluf, repre­sentante oficial do PDS, embora não contasse com apoio efetivo das forças que estavam no poder; e a do governa­dor de Minas Gerais, Tancredo Neves, apoiado por uma heterogênea aliança política, a Aliança Democrática, com­posta pelo PMDB e pela Frente Liberal. Através de comí­cios populares, a candidatura de Tancredo Neves foi se consolidando como alternativa viável para garantir o fim do regime militar.
Em 15 de janeiro de 1985, forças da Aliança Democrá­tica, reunidas no Colégio Eleitoral, conseguiram eleger Tancredo Neves para a Presidência da República.
Tancredo Neves tinha como proposta realizar um governo de transição democrática. Falava na instauração de uma Nova República, cuja missão seria implantar um projeto de conciliação nacional, num clima de ordem e respeito às instituições.
Atingido por grave enfermidade doze horas antes da posse, Tancredo Neves não conseguiu assumir o poder. Foi internado e submetido a cirurgias em Brasília e, poste­riormente, em São Paulo. A doença evoluiu, tornando-se fatal. Tancredo morreu em 31 de abril de 1985.
O vice-presidente em exercício, José Sarney, assumiu então, de forma plena, o comando da Nação.

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