31 de maio de 2015

Getúlio Vargas: 3 razões para amar (ou odiar) o que ele fez com o Brasil que você vive hoje

Getúlio Dornelles Vargas foi um dos mais influentes personagens da história do Brasil República. Morto há mais de 60 anos, ainda é considerado por boa parte da população como o melhor presidente que já comandou o país. Sua participação na construção política do Brasil redefiniu em diversos elementos o posicionamento do Estado Nacional. 
Principal nome da Revolução de 1930 (aquela que pôs fim à República do Café com Leite), Getúlio se manteve no poder desde então até a metade da década de 1950. Ele sabia como poucos se articular e adaptar sua forma de governar a cada diferente contexto. Sua influência foi além dos cargos oficiais: mesmo fora do poder (após sua morte ou quando o Estado Novo foi derrubado), foi capaz de fazer de sua vontade a vontade do povo, seja pela sua própria figura ou pela de seus herdeiros políticos. 
Criador de importantes instituições do governo, como a Petrobras, de leis que regem o mundo do trabalho e pioneiro no uso da propaganda para atingir seus interesses, Getúlio Vargas moldou o Brasil que vivemos hoje. Boa parte dos acontecimentos do presente são herança direta ou indireta de suas decisões. Isso pode ser para alguns uma contribuição positiva, entretanto é completamente possível atribuir interpretações negativas a esse legado tão presente num cenário de qualidade duvidosa que é política nacional.  


"Pai dos Pobres" e "Mãe dos Ricos": não é por qualquer razão que ele ficou conhecido assim. Poucos políticos no mundo tiveram capacidade semelhante de barganhar com os diferentes setores da sociedade. Vargas adotou estratégias que visavam obter o apoio popular, para isso, instituiu o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), que centralizou toda produção publicitária nacional, controlando (e censurando) tudo o que fosse de interesse do governo. Além disso adotou medidas para o fortalecimento de sua imagem, divulgando os feitos do governo sempre com especial destaque a seu nome. Um ótimo exemplo disso foi a criação da "Hora do Brasil", um programa de rádio diário de transmissão obrigatória em que Vargas anunciava diretamente ao povo suas realizações. Nunca antes na história do Brasil um chefe de Estado se fez tão próximo de cada brasileiro.
 Em diferentes ocasiões, Vargas teve a sensibilidade de se antecipar a demandas distintas. Concedia direitos às camadas populares ao mesmo tempo que limitava seu poder de mobilização. Era uma espécie de autoritarismo anestesiado, visto que a aprovação de seu governo, considerado uma ditadura entre 1937 e 1945, sempre se manteve em níveis elevados. Uma prova disso é o chamado "Movimento Queremista", que foi uma mobilização popular em defesa da permanência de Getúlio na presidência (em 1945 uma intervenção militar interrompeu o Estado Novo, restabelecendo a democracia no país, com a ressalva de que as eleições convocadas proibiam a candidatura de Vargas, em evidente tentativa de evitar que ele fosse eleito).