31 de maio de 2010

O QUE É HISTÓRIA


Resenha crítica

Nadir Costa

BORGES, Vavy Pacheco. O que é História. São Paulo: Brasiliense, 1981.
A autora desta obra é professora de história da Unicamp. Publicou em 1979 pela brasiliense o livro “Getúlio Vargas e a Oligarquia Paulista”.E como tese de Doutorado “Sentidos do Tenentismo: memória, História e Historiografia”.
A obra é dirigida para a formação do profissional em História. O livro organiza-se em três partes. É apresentado pela autora como um estudo para a Introdução aos Estudos da História. Vavy propõe-se com esta obra, oferecer informações aos estudantes de História, ou seja, a proposta da autora é o de iniciar o aluno nesta descoberta fascinante do fazer histórico. Sua abordagem é, ao mesmo tempo descritiva e normativa.
Segundo a autora a história é inacabada, está sempre em construção. No primeiro capítulo, a autora ressalta que o mito foi uma das primeiras formas de explicação da origem humana. A História surgiu com os antigos filósofos gregos, que viram a importância da explicação histórica. Durante a Idade Média, na Europa desenvolveu-se a História Teológica, que passou a subordinar o mundo às leis de Deus.. A partir do século XVI, a História como ciência, passou a exigir procedimentos mais rigorosos do que aqueles empregados pelos historiadores até a Idade média, surgindo os primeiros passos na constituição de seu método. No final do século XVII, a História escrita pelos positivistas é uma sucessão de acontecimentos isolados, surgindo uma nova forma de elaborar a História. Na nova sociedade que se impõe, no século XIX aparece uma corrente filosófica, o Idealismo Alemão, que traz enormes consequências para a História, com Hengel, a dialética aceita desde a Antiguidade Grega por alguns filósofos, é retomada em outro sentido. Com os acontecimentos da Segunda Guerra Mundial surge entre os historiadores a necessidade de rever suas posições eurocentristas. A História é apresentada como processo de desenvolvimento contínuo, desde a pré-história até o período contemporâneo.
No segundo capítulo a autora mostra a visão da historia atual. São os homens que fazem a História. A História é produzida, analisando todos os fatos, abrangendo os fatos políticos e ideológicos. O historiador deve situar-se no tempo e no espaço de quem quer estudar.
No apêndice final para a autora, a História no Brasil, está presa nas escolas e universidades. Encontra-se, afastada de sua principal finalidade; proporcionar ao ser humano, a reflexão sobre as formas de vida e de organização social desenvolvidas em todos os tempos e espaços geográficos, procurando compreender e explicar as suas causas e implicações.
O reconhecimento do significado dessa dimensão teórica na formação dos estudantes de História, entretanto, não tem sido acompanhada de uma produção editorial compatível. Abram-se alguns livros dos poucos disponíveis de Introdução á História e se poderá observar a limitação dos títulos específicos, particularmente dos editados no Brasil. O pequeno manual de Vavy (O que é História), que tem tido sucessivas edições, as indicações para leitura são, em muitos casos, obras estrangeiras ainda sem tradução no Brasil. Em vista disso o livro da autora não preenche as lacunas para dar conta da História da História, pois temos que buscar os artigos dispersos nas revistas especializadas ou monografias para preencher as lacunas na formação do profissional de História.

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