4 de abril de 2009

MUNDO - IDADE MÉDIA - IMPÉRIO ÁRABE

Uma fé, uma nação Em apenas 100 anos, o Islã surgiu e deu origem a um império que se expandiu por três continentes, imprimindo profundas marcas culturais A civilização árabe surgiu no século VII, na península Arábica, a partir de tribos de origem semita. Anteriormente, elas já compartilhavam algumas características, como a língua, mas foi somente nessa época que obtiveram união política, conquistada na esteira da pregação do Islã, religião então recém-nascida. Logo os árabes fundaram um extenso império que só se desintegraria no fim da Idade Média e deixaria forte influência cultural nas áreas por onde se estendeu.

ANTES DE MAOMÉ
Inicialmente, o povo árabe (também conhecido como sarraceno) estava dividido em cerca de 300 tribos rurais e urbanas, chefiadas pelos xeques. As que habitavam o deserto - denominadas beduínas - eram nômades e se dedicavam sobretudo à criação de camelo e ao cultivo de tâmara e de trigo. Faziam constantes peregrinações em busca de lugares férteis para sobreviver, os oásis, e guerreavam entre si. Já aquelas que moravam nos centros urbanos da faixa costeira do mar Vermelho se ocupavam principalmente do comércio, com a organização de caravanas de camelo para o transporte de produtos. Ao encontrarem melhores condições climáticas e solo mais favorável à agricultura, esses grupos se fixaram e formaram cidades como Meca e Iatreb - a atual Medina.

A religião pré-islâmica era politeísta. Os árabes cultuavam cerca de 300 astros, representados por ídolos. O maior centro religioso da península era Meca, que abrigava o templo da Caaba, com todos os ídolos tribais e a pedra negra - provavelmente um pedaço de meteorito, considerado sagrado. Todos os anos, milhares de beduínos e comerciantes se dirigiam à cidade para visitar o santuário, que era administrado pelos coraixitas, tribo de aristocratas que lucravam com as peregrinações e o comércio realizado na região.

Apesar de compartilharem algumas tradições, as tribos envolviam-se freqüentemente em conflitos e guerras, prejudicando o comércio. A unificação viria com o surgimento e a disseminação de uma nova religião: o Islã.
Em 570 nasceu Maomé. Criado em um ramo pobre da tribo coraixita, tornou-se mercador. Aos 25 anos, ele se casou com uma viúva rica e mais velha e conseguiu certa estabilidade financeira, o que lhe permitiu viajar muito. Nesses deslocamentos, entrou em contato com cristãos e judeus. Aos 40 anos, começou a ter visões e a ouvir vozes, que acreditava serem do anjo Gabriel.

Os chamados que Maomé recebia o apontavam como profeta de um deus único e onipotente, Alá. Dois anos depois, quando já era aceito pela esposa e pela família como profeta, ele começou a pregar o monoteísmo e a abominação dos ídolos a todas as tribos de Meca, revelando-lhes a religião islâmica. Seus ensinamentos foram compilados no Corão, livro sagrado dos muçulmanos, usado por muitos países como código de moral e justiça.

Ao condenar a peregrinação à Caaba, Maomé ganhou muitos inimigos em Meca e passou a sofrer perseguições. Em 622, fugiu para Iatreb - atual Medina ("cidade do profeta"). O episódio, conhecido como hégira, marca o início do calendário árabe. Em Medina, Maomé tornou-se líder político, religioso e militar. Organizou um Exército e deu início a uma guerra - dita santa, a jihad - para tomar Meca e propagar a nova religião. Em 630, a cidade sagrada foi tomada; os ídolos da Caaba, destruídos; e os opositores, aniquilados. Ao morrer, dois anos depois, Maomé havia deixado as tribos árabes politicamente unificadas sob uma mesma religião.

O IMPÉRIO
Após Maomé, o poder da Arábia passou às mãos dos califas, que, como ele, tinham poder religioso, político e militar. A necessidade de conquistar terras férteis, o interesse dos grandes comerciantes e a crença no islamismo como a única possibilidade de salvação fizeram os árabes se engajar na guerra contra povos estrangeiros. Sob o governo dos quatro primeiros califas, o império atingiu a Síria, a Palestina, a Pérsia e o Egito. Os povos dominados não eram obrigados a se converter ao islamismo, mas sofriam certa pressão - cobrava-se um imposto especial dos infiéis, por exemplo -, de modo que a crença em Alá acabou por se tornar predominante nas áreas ocupadas.

Com a dinastia dos Omíadas (661-750), a expansão árabe ganhou novo impulso, avançando em direção à Índia e ao norte da África. O auge das conquistas ocorreu quando os árabes atravessaram o estreito de Gibraltar, entre a África e a Europa, e ocuparam a península Ibérica - onde permaneceriam por séculos. Seu avanço só foi barrado com a derrota na Batalha de Poitiers, em 732, vencida pelos francos.

Com os califas da dinastia Abássida (750- 1258), o império alcançou o máximo da sua
extensão, tendo Bagdá como a nova capital e centro do comércio entre o extremo Oriente e o Ocidente. No entanto, o sucesso durou pouco. No período final da dinastia, conflitos políticos e religiosos desmembraram o califado em grupos independentes.

A perda da unidade política veio acompanhada da desagregação religiosa, com o surgimento de duas seitas principais: a xiita e a sunita - que até hoje mantêm fortes divergências. A primeira só admitia como fonte de ensinamentos o Corão e defendia a idéia de que o poder do Estado deveria se concentrar em um único descendente direto de Maomé. Já os sunitas fundaram sua crença no Suna - livro com os ditos e atos de Maomé - e acreditavam na livre escolha dos governantes pelos crentes.

Com governo fraco e desmembrado, os abássidas perderam o poder de Bagdá, em 1258, para os mongóis - guerreiros nômades vindos da Ásia. A derrota final ocorreria no século XV, quando os turco-otomanos conquistaram a parte oriental do império e os espanhóis dominaram o último reduto árabe na península Ibérica, expulsando-os definitivamente da Europa.

fonte:
http://guiadoestudante.abril.com.br

2 comentários:

  1. Oi, o que é engajar?

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  2. en.ga.jar :
    ajustar, tomar por engajamento; obrigar-se a serviço por engajamento; alistar-se nas forças armadas; tomar parte, participar.

    OU AINDA:
    1. incitar; instigar; levar alguém a se dedicar a algo
    * Bastou engajar diretores e funcionários na concepção e execução de um plano estratégico que definiu um rumo à empresa e planejou ações para lá chegar. (editorial do jornal O Estado de São Paulo de 23 de março de 2008)
    2. dedicar-se a uma causa
    * Ele criou um movimento que está mudando a face da política e demonstrou um talento especial para inspirar os jovens a engajar-se no processo político. (editorial do jornal O Estado de São Paulo de 29 de janeiro de 2008)

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