veio para ressuscitar o tempo
e escalpelar os mortos,
as condecorações, as liturgias, as espadas,
o espectro das fazendas submergidas,
o muro de pedra entre membros da família,
o ardido queixume das solteironas,
os negócios de trapaça, as ilusões jamais confirmadas
nem desfeitas
veio para contar
o que não faz jus a ser glorificado
e se deposita, grânulo,
no poço vazio da memória.
é importuno,
sabe-se importuno e insiste,
rancoroso, fiel.
Carlos Drumond de Andrade
27 de março de 2009
A Conquista da América. A Questão do Outro
TODOROV, Tzvetan. A Conquista da América. A Questão do Outro. SP: Martins Fontes, 1998.
Por Nadir Costa
Este livro sintetiza uma versão histórica da conquista das Américas. O autor, Todorov, nos dá exemplos do problema do outro, o conquistado, e reconhece claramente os avanços tecnológicos do “eu” do conquistador. Segundo o autor, um dos grandes problemas dos indígenas é a incapacidade de seu sistema comunicativo; é dizer que eles não dominam a linguagem dos conquistadores nem entendem seus costumes. Em seu livro a conquista da América, se desenrola os diferentes problemas que tiveram os conquistadores e os indígenas. Sem dúvida, neste livro, aparecem algumas perspectivas dadas desde o ponto do “eu” colonizador. Um dos temas principais é que Todorov sugere que é necessário conhecer o outro para conhecer-se melhor. Seu desejo de compreender, unir e comparar os dois lados, desde uma perspectiva européia, sugere que ainda hoje existem as separações de continentes, países e culturas. Além disso, Todorov nos apresenta o problema do outro: o conhecimento europeu ante o conhecimento indígena, tratando de comparar o uso das referências textuais e como estas contribuíram para a história da conquista das Américas. Por exemplo, Cristóvão Colombo, Hernam Cortez, Montezuma, La Malinche, os Astecas e os incas são representantes históricos que utiliza o autor para estabelecer o problema da conquista.
Todorov comenta a história da interação entre Cortez e Montezuma e a conquista dos astecas no México. Segundo o autor, o imperador dos astecas é um líder indeciso, incapaz de proteger a seu povo durante a conquista. O descreve como um herói débil, reservado e tímido (nunca queria que lhe vissem o rosto). Todorov explica precisamente a debilidade dos vencidos e seus problemas e reproduzindo outra versão do “outro”. Se examinarmos a história mexicana poderíamos ver que Montezuma era um dos líderes mais poderosos dos astecas e suas táticas de guerra eram diferentes por outro motivo. Os índios começavam a perder sua fé em seus próprios deuses porque não viam nenhuma ajuda não lhes respondiam seus deuses para dar-lhes consolo. Todorov não comenta muito sobre o “outro”. Suas debilidades são por falta de comunicação física e espiritual. Ao contrário, se comenta muito o heroísmo de Hernam Cortez e suas capacidades extraordinária de manipular os signos e utilizar a linguagem como arma.
O calendário dos astecas consistia de13 meses e vinte dias em cada mês. Quando se sabia a data de nascimento se sabia também o destino dessa pessoa. Diz-se que um mundo sobredeterminado é um mundo sobre o interpretado. Os índios viam muitos signos que talvez lhes davam muitas idéias falsas do futuro, porém não menciona que as vezes lhes davam idéias corretas para o futuro. Isso não constrói seu futuro, não tem livre arbitro, sua vida considerava-se determinada desde o princípio. Uma vez de identificar-se com a forma de vida que levavam os astecas, seus avanços intelectuais e suas interpretações do futuro, Todorov só menciona as maneiras em que se separa o um do outro em vez de comparar como se assemelhavam as barreiras culturais que interferiram com o conhecimento do outro. Os astecas tinham uma ontologia distinta a da européia e a demonstravam em forma de atuação, de modos mais simbólicos( sacrifícios, comunicação com a natureza, etc). Não eram algumas ideologias semelhantes a alguns pensamentos do velho continente? Sua filosofia de vida predestinada também forma parte do pensamento ocidental. Segundo o autor, a comunicação indígena entre homem e natureza era mais estreita e se via suas vidas refletidas nos sonhos, idéias.
Os incas, os Astecas e muitas tribos grandes tinham a mesma profecia que iria vir “Deuses” do oeste para conquista-los. É misteriosa a uniformidade do tempo. Os indígenas tinham escolas em que aprendiam escrever, porém seu modo comunicativo, segundo o autor, não era tão avançado como o alfabeto. Esta forma de comunicação que parecia inadequada para um espanhol, era outro motivo que tinham os espanhóis para civilizar os indígenas. Todorov diz que a dissimulação que os astecas hizo que perderam a conquista. Sua sinceridade e sua ingenuidade lhes hizo perder a guerra. Talvez uma técnica desvantajosa para o guerreiro nativo. As maneiras em que se comunicavam para realizar os gritos de combate não ajudaram a dissimular as táticas de guerras dos indígenas. Suas interpretações da religião Católica eram sinônimas da mentira.
Este exemplo para demonstrar como o indígena é forçado a aceitar a religião católica porque os espanhóis ganharam a conquista por causa da comunicação simbólica entre o homem e não só entre homem e natureza.
Todorov nos mostra que Cortez se preocupava com a comunicação, ia atrás de interpretes, queria entender e se fazer entender “o que Cortez quer, imediatamente, não é tomar, mas compreender são os signos que interessam a ele em primeiro lugar, não os referentes”. Sua expedição começa com uma busca por informação e não por ouro. A primeira ação que executa é procurar um interprete. Ouve falar de índios que empregam palavras espanholas, deduz que talvez haja espanhóis entre eles, suas suposições são confirmadas, um deles, Jerônimo de Aquilar se une á tropa de Cortez. Aquilar é transformado em interprete oficial, entretanto ele só fala o Maia, e na busca por interprete Cortez encontra Lá Malinche que lhe serviu de interprete durante todo o processo de conquista.
La Malinche como interpretadora é uma figura importante para a vitória dos espanhóis, sem ela a comunicação extraordinária que tinha com os indígenas não haveriam ganhado a guerra, ela representa uma mistura das culturas. Em parte foi um dos primeiros exemplos da importância de ter um interprete, e segundo em como utiliza o idioma como arma para manipular as conversações.
Cortez sabe explorar as divisões internas através do conhecimento dos índios e consegue fazer com que eles fiquem seus aliados
Os astecas vêem uma intervenção divina e Cortez não o vê, só interpreta tudo o que está a seu favor. Por exemplo, Todorov diz que Cortez não gostava de derrubar os templos indígenas e a arquitetura dos indígenas porque queria preservar a cultura. Nota-se que quer preservar a cultura artificial da representação da cultura, porém não quer preservar as vidas dos astecas.
Menciona-se que a linguagem é o companheiro do império. No caso de Cortez sua linguagem era usada para manipular e fingir para poder conquistar. As ações do conquistador também serviam para conquistar, demonstra que estava débil quando na realidade estava forte. Alem disso os espanhóis tinham muitos aliados nos indígenas que haviam vivido sob o domínio dos astecas. Os signos de Cortez se projetavam num ponto de vista muito subjetivo e individual e os astecas eram mais regra e coletivos em sua maneira de comunicar.
Por Nadir Costa
Este livro sintetiza uma versão histórica da conquista das Américas. O autor, Todorov, nos dá exemplos do problema do outro, o conquistado, e reconhece claramente os avanços tecnológicos do “eu” do conquistador. Segundo o autor, um dos grandes problemas dos indígenas é a incapacidade de seu sistema comunicativo; é dizer que eles não dominam a linguagem dos conquistadores nem entendem seus costumes. Em seu livro a conquista da América, se desenrola os diferentes problemas que tiveram os conquistadores e os indígenas. Sem dúvida, neste livro, aparecem algumas perspectivas dadas desde o ponto do “eu” colonizador. Um dos temas principais é que Todorov sugere que é necessário conhecer o outro para conhecer-se melhor. Seu desejo de compreender, unir e comparar os dois lados, desde uma perspectiva européia, sugere que ainda hoje existem as separações de continentes, países e culturas. Além disso, Todorov nos apresenta o problema do outro: o conhecimento europeu ante o conhecimento indígena, tratando de comparar o uso das referências textuais e como estas contribuíram para a história da conquista das Américas. Por exemplo, Cristóvão Colombo, Hernam Cortez, Montezuma, La Malinche, os Astecas e os incas são representantes históricos que utiliza o autor para estabelecer o problema da conquista.
Todorov comenta a história da interação entre Cortez e Montezuma e a conquista dos astecas no México. Segundo o autor, o imperador dos astecas é um líder indeciso, incapaz de proteger a seu povo durante a conquista. O descreve como um herói débil, reservado e tímido (nunca queria que lhe vissem o rosto). Todorov explica precisamente a debilidade dos vencidos e seus problemas e reproduzindo outra versão do “outro”. Se examinarmos a história mexicana poderíamos ver que Montezuma era um dos líderes mais poderosos dos astecas e suas táticas de guerra eram diferentes por outro motivo. Os índios começavam a perder sua fé em seus próprios deuses porque não viam nenhuma ajuda não lhes respondiam seus deuses para dar-lhes consolo. Todorov não comenta muito sobre o “outro”. Suas debilidades são por falta de comunicação física e espiritual. Ao contrário, se comenta muito o heroísmo de Hernam Cortez e suas capacidades extraordinária de manipular os signos e utilizar a linguagem como arma.
O calendário dos astecas consistia de13 meses e vinte dias em cada mês. Quando se sabia a data de nascimento se sabia também o destino dessa pessoa. Diz-se que um mundo sobredeterminado é um mundo sobre o interpretado. Os índios viam muitos signos que talvez lhes davam muitas idéias falsas do futuro, porém não menciona que as vezes lhes davam idéias corretas para o futuro. Isso não constrói seu futuro, não tem livre arbitro, sua vida considerava-se determinada desde o princípio. Uma vez de identificar-se com a forma de vida que levavam os astecas, seus avanços intelectuais e suas interpretações do futuro, Todorov só menciona as maneiras em que se separa o um do outro em vez de comparar como se assemelhavam as barreiras culturais que interferiram com o conhecimento do outro. Os astecas tinham uma ontologia distinta a da européia e a demonstravam em forma de atuação, de modos mais simbólicos( sacrifícios, comunicação com a natureza, etc). Não eram algumas ideologias semelhantes a alguns pensamentos do velho continente? Sua filosofia de vida predestinada também forma parte do pensamento ocidental. Segundo o autor, a comunicação indígena entre homem e natureza era mais estreita e se via suas vidas refletidas nos sonhos, idéias.
Os incas, os Astecas e muitas tribos grandes tinham a mesma profecia que iria vir “Deuses” do oeste para conquista-los. É misteriosa a uniformidade do tempo. Os indígenas tinham escolas em que aprendiam escrever, porém seu modo comunicativo, segundo o autor, não era tão avançado como o alfabeto. Esta forma de comunicação que parecia inadequada para um espanhol, era outro motivo que tinham os espanhóis para civilizar os indígenas. Todorov diz que a dissimulação que os astecas hizo que perderam a conquista. Sua sinceridade e sua ingenuidade lhes hizo perder a guerra. Talvez uma técnica desvantajosa para o guerreiro nativo. As maneiras em que se comunicavam para realizar os gritos de combate não ajudaram a dissimular as táticas de guerras dos indígenas. Suas interpretações da religião Católica eram sinônimas da mentira.
Este exemplo para demonstrar como o indígena é forçado a aceitar a religião católica porque os espanhóis ganharam a conquista por causa da comunicação simbólica entre o homem e não só entre homem e natureza.
Todorov nos mostra que Cortez se preocupava com a comunicação, ia atrás de interpretes, queria entender e se fazer entender “o que Cortez quer, imediatamente, não é tomar, mas compreender são os signos que interessam a ele em primeiro lugar, não os referentes”. Sua expedição começa com uma busca por informação e não por ouro. A primeira ação que executa é procurar um interprete. Ouve falar de índios que empregam palavras espanholas, deduz que talvez haja espanhóis entre eles, suas suposições são confirmadas, um deles, Jerônimo de Aquilar se une á tropa de Cortez. Aquilar é transformado em interprete oficial, entretanto ele só fala o Maia, e na busca por interprete Cortez encontra Lá Malinche que lhe serviu de interprete durante todo o processo de conquista.
La Malinche como interpretadora é uma figura importante para a vitória dos espanhóis, sem ela a comunicação extraordinária que tinha com os indígenas não haveriam ganhado a guerra, ela representa uma mistura das culturas. Em parte foi um dos primeiros exemplos da importância de ter um interprete, e segundo em como utiliza o idioma como arma para manipular as conversações.
Cortez sabe explorar as divisões internas através do conhecimento dos índios e consegue fazer com que eles fiquem seus aliados
Os astecas vêem uma intervenção divina e Cortez não o vê, só interpreta tudo o que está a seu favor. Por exemplo, Todorov diz que Cortez não gostava de derrubar os templos indígenas e a arquitetura dos indígenas porque queria preservar a cultura. Nota-se que quer preservar a cultura artificial da representação da cultura, porém não quer preservar as vidas dos astecas.
Menciona-se que a linguagem é o companheiro do império. No caso de Cortez sua linguagem era usada para manipular e fingir para poder conquistar. As ações do conquistador também serviam para conquistar, demonstra que estava débil quando na realidade estava forte. Alem disso os espanhóis tinham muitos aliados nos indígenas que haviam vivido sob o domínio dos astecas. Os signos de Cortez se projetavam num ponto de vista muito subjetivo e individual e os astecas eram mais regra e coletivos em sua maneira de comunicar.
Guerra Fria
Nadir Costa
Em Potsdam, (Holanda) foi declarado o início da Guerra Fria. O presidente Truman diz que o socialismo deve ser impedido a qualquer preço, eles não podem permitir que haja a expansão do socialismo pelo mundo, então os EUA devem agir não levando em conta os esforços humanos e materiais. É essa Doutrina Truman que causa diversos conflitos no mundo a partir de 1947 (Ex: Guerra da Coréia, Revolução Cubana, Guerra do Vietnã, a Crise dos Mísseis, as guerras dentro da África, entre outros).
Todos os golpes militares que aconteceram dentro da América Latina dizem respeito à Guerra Fria. Aconteceram golpes no Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Bolívia, Peru, Panamá, El Salvador, Guatemala e Nicarágua. Todos esses golpes foram sustentados pela URSS (Nicarágua) ou EUA (os demais). A Doutrina Truman vai prevalecer até 1989 (fim do socialismo).
Para que fosse rompido o socialismo na Europa, foi usado o Plano Marshall => o presidente do tesouro americano era James Marshall e ele diz que em nenhum Estado rico há a ameaça do socialismo, pois a abundância isola o socialismo da população, é o povo pobre que quer o socialismo e não os ricos. Vão receber o benefício: Inglaterra, França, Alemanha, etc. Os EUA ainda vão comprar uma grande quantidade de produtos para incentivar as indústrias desses países. O Brasil também vai ajudar esses países comprando produtos e perdoando dívidas.
Os EUA também ofereceram o dinheiro para os países socialistas (empréstimos feitos pelo FMI). Porém Stálin proíbe e Churchill diz: "desceu sobre a Europa uma Cortina de Ferro". Surgindo daí a expressão Cortina de Ferro: países pertencentes ao bloco soviético.
Para compensar, a URSS cria o Comecom De um lado tem o mercado capitalista impulsionado pelo Plano Marshall e, do outro lado, tem o mercado socialista impulsionado pelo COMECOM.
Para operacionalizar a Doutrina Truman, foi criado a Otan. A esse tipo de organização militar vai surgir o Pacto de Varsóvia do lado socialista.
O armamento nuclear é desenvolvido pelos dois países. E não há como um país se defender do outro, se um atacasse, o outro também atacaria, seria um suicídio mútuo. Mas, ainda vão ser desenvolvidas armas convencionais e essas vão ser usadas. É a denominada corrida armamentista. Mas, os conflitos entre URSS e EUA não poderiam acontecer diretamente, pois poderia acontecer uma guerra nuclear, então os conflitos aconteceram nos cantos do globo.
Os principais conflitos foram:
Guerra da Coréia (1950-53)
Nesta guerra a Coréia que foi dividida (devido à Guerra Fria) em Coréia do Norte (socialista) e Coréia do Sul (capitalista).
A Coréia do Norte resolveu se unir com a Coréia do Sul, mas esta não gostou porque está recebendo dinheiro dos EUA (Plano Colombo). Então, os EUA entram na guerra do lado da Coréia do Sul e do lado da Coréia do Norte entra a China socialista de Mao-tsé-tung. Mao-tsé-tung => morreu mais gente na Coréia do que no Vietnã. Nessa guerra, os americanos criam o mito do soldado invencível, pois não havia documentários (cenas verdadeiras), e sim, filmes em que se exalta o soldado americano (não morre nunca!). Na realidade, morreram muitos americanos, mas (apenas os familiares sabiam do acontecido). Vão ser 3 anos de uma guerra estúpida, em que morreram 4,5 milhões de pessoas e o resultado foi um EMPATE => nem o Sul avançou para o Norte, nem o Norte para o Sul. Até hoje a Coréia continua sendo dividida pelo paralelo 38.
Revolução Cubana (1959)
Em 1959, "debaixo do nariz do americano", acontece uma revolução em Cuba (100 milhas da Flórida) liderada por Fidel Castro e mais 14 guerrilheiros que derrubaram o governo cubano. Aí, a CIA resolve pegar um grupo de pessoas (contra Fidel) armadas e desembarcar em Cuba, mas Fidel ganha de novo. Quando a CIA resolve tentar de novo, Fidel já tinha pedido à URSS para ser socialista e esta diz que se Kennedy atacar Cuba, a URSS usaria o armamento nuclear, então desde essa época Cuba é socialista.
Guerra do Vietnã (1960-75)
No Vietnã Ho Chi Minh, enfrentou a França em 1954 e ganhou dela na batalha de Dien Bien Phu com a ajuda da vegetação natural - uma floresta densa, chuvosa e quente.
Em 1959, o Vietnã foi dividido em 2: Vietnã do Norte (socialista) e Vietnã do Sul (capitalista). O presidente Kennedy entra na guerra em 1960, ele manda 60 observadores e, em 1968, são 560 mil soldados americanos que não vencem Ho Chi Minh. Mais uma vez, a vegetação e o clima local vão ajudar Minh. Mas, ao contrário da Guerra da Coréia, não vão matar o americano, apenas aleijá-lo com minas especiais. É o fim do mito do soldado invencível. Os EUA jogaram bombas incendiárias a base de enxofre para queimar a floresta e quem estivesse nela, usaram um agente químico que acabava com todo o ecossistema local, usaram o agente laranja que fazia as folhas das árvores caírem e era altamente cancerígeno. Mesmo usando tudo isso, os EUA vão perder a guerra e milhares de americanos morreram, ficaram aleijados ou com câncer.
Crise dos Mísseis em Cuba (1962)
Esse foi o conflito mais perigoso na época da Guerra Fria. Foi a tentativa de Kruchev e Fidel Castro de construir uma base de mísseis nucleares em Cuba, mas os EUA não permitiram que essa base fosse construída devido à pequena distância existente entre Cuba e EUA, pois se fosse disparado um míssil, os EUA não teriam tempo de se defender ou contra-atacar. O presidente dos EUA (Kennedy) ameaça jogar um míssil nuclear em Cuba, caso houvesse a construção.
Nessa época, ficou muito próximo de ocorrer a Terceira Guerra Mundial, isto é, foi o desentendimento mais perigoso entre URSS e EUA e acabou gerando uma crise de pânico no mundo, no Rio de Janeiro diziam que o mundo acabaria.
Quem ganha a Guerra Fria são os Estados Unidos, e a URSS acaba quebrando.
Em Potsdam, (Holanda) foi declarado o início da Guerra Fria. O presidente Truman diz que o socialismo deve ser impedido a qualquer preço, eles não podem permitir que haja a expansão do socialismo pelo mundo, então os EUA devem agir não levando em conta os esforços humanos e materiais. É essa Doutrina Truman que causa diversos conflitos no mundo a partir de 1947 (Ex: Guerra da Coréia, Revolução Cubana, Guerra do Vietnã, a Crise dos Mísseis, as guerras dentro da África, entre outros).
Todos os golpes militares que aconteceram dentro da América Latina dizem respeito à Guerra Fria. Aconteceram golpes no Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Bolívia, Peru, Panamá, El Salvador, Guatemala e Nicarágua. Todos esses golpes foram sustentados pela URSS (Nicarágua) ou EUA (os demais). A Doutrina Truman vai prevalecer até 1989 (fim do socialismo).
Para que fosse rompido o socialismo na Europa, foi usado o Plano Marshall => o presidente do tesouro americano era James Marshall e ele diz que em nenhum Estado rico há a ameaça do socialismo, pois a abundância isola o socialismo da população, é o povo pobre que quer o socialismo e não os ricos. Vão receber o benefício: Inglaterra, França, Alemanha, etc. Os EUA ainda vão comprar uma grande quantidade de produtos para incentivar as indústrias desses países. O Brasil também vai ajudar esses países comprando produtos e perdoando dívidas.
Os EUA também ofereceram o dinheiro para os países socialistas (empréstimos feitos pelo FMI). Porém Stálin proíbe e Churchill diz: "desceu sobre a Europa uma Cortina de Ferro". Surgindo daí a expressão Cortina de Ferro: países pertencentes ao bloco soviético.
Para compensar, a URSS cria o Comecom De um lado tem o mercado capitalista impulsionado pelo Plano Marshall e, do outro lado, tem o mercado socialista impulsionado pelo COMECOM.
Para operacionalizar a Doutrina Truman, foi criado a Otan. A esse tipo de organização militar vai surgir o Pacto de Varsóvia do lado socialista.
O armamento nuclear é desenvolvido pelos dois países. E não há como um país se defender do outro, se um atacasse, o outro também atacaria, seria um suicídio mútuo. Mas, ainda vão ser desenvolvidas armas convencionais e essas vão ser usadas. É a denominada corrida armamentista. Mas, os conflitos entre URSS e EUA não poderiam acontecer diretamente, pois poderia acontecer uma guerra nuclear, então os conflitos aconteceram nos cantos do globo.
Os principais conflitos foram:
Guerra da Coréia (1950-53)
Nesta guerra a Coréia que foi dividida (devido à Guerra Fria) em Coréia do Norte (socialista) e Coréia do Sul (capitalista).
A Coréia do Norte resolveu se unir com a Coréia do Sul, mas esta não gostou porque está recebendo dinheiro dos EUA (Plano Colombo). Então, os EUA entram na guerra do lado da Coréia do Sul e do lado da Coréia do Norte entra a China socialista de Mao-tsé-tung. Mao-tsé-tung => morreu mais gente na Coréia do que no Vietnã. Nessa guerra, os americanos criam o mito do soldado invencível, pois não havia documentários (cenas verdadeiras), e sim, filmes em que se exalta o soldado americano (não morre nunca!). Na realidade, morreram muitos americanos, mas (apenas os familiares sabiam do acontecido). Vão ser 3 anos de uma guerra estúpida, em que morreram 4,5 milhões de pessoas e o resultado foi um EMPATE => nem o Sul avançou para o Norte, nem o Norte para o Sul. Até hoje a Coréia continua sendo dividida pelo paralelo 38.
Revolução Cubana (1959)
Em 1959, "debaixo do nariz do americano", acontece uma revolução em Cuba (100 milhas da Flórida) liderada por Fidel Castro e mais 14 guerrilheiros que derrubaram o governo cubano. Aí, a CIA resolve pegar um grupo de pessoas (contra Fidel) armadas e desembarcar em Cuba, mas Fidel ganha de novo. Quando a CIA resolve tentar de novo, Fidel já tinha pedido à URSS para ser socialista e esta diz que se Kennedy atacar Cuba, a URSS usaria o armamento nuclear, então desde essa época Cuba é socialista.
Guerra do Vietnã (1960-75)
No Vietnã Ho Chi Minh, enfrentou a França em 1954 e ganhou dela na batalha de Dien Bien Phu com a ajuda da vegetação natural - uma floresta densa, chuvosa e quente.
Em 1959, o Vietnã foi dividido em 2: Vietnã do Norte (socialista) e Vietnã do Sul (capitalista). O presidente Kennedy entra na guerra em 1960, ele manda 60 observadores e, em 1968, são 560 mil soldados americanos que não vencem Ho Chi Minh. Mais uma vez, a vegetação e o clima local vão ajudar Minh. Mas, ao contrário da Guerra da Coréia, não vão matar o americano, apenas aleijá-lo com minas especiais. É o fim do mito do soldado invencível. Os EUA jogaram bombas incendiárias a base de enxofre para queimar a floresta e quem estivesse nela, usaram um agente químico que acabava com todo o ecossistema local, usaram o agente laranja que fazia as folhas das árvores caírem e era altamente cancerígeno. Mesmo usando tudo isso, os EUA vão perder a guerra e milhares de americanos morreram, ficaram aleijados ou com câncer.
Crise dos Mísseis em Cuba (1962)
Esse foi o conflito mais perigoso na época da Guerra Fria. Foi a tentativa de Kruchev e Fidel Castro de construir uma base de mísseis nucleares em Cuba, mas os EUA não permitiram que essa base fosse construída devido à pequena distância existente entre Cuba e EUA, pois se fosse disparado um míssil, os EUA não teriam tempo de se defender ou contra-atacar. O presidente dos EUA (Kennedy) ameaça jogar um míssil nuclear em Cuba, caso houvesse a construção.
Nessa época, ficou muito próximo de ocorrer a Terceira Guerra Mundial, isto é, foi o desentendimento mais perigoso entre URSS e EUA e acabou gerando uma crise de pânico no mundo, no Rio de Janeiro diziam que o mundo acabaria.
Quem ganha a Guerra Fria são os Estados Unidos, e a URSS acaba quebrando.
HISTORIADOR
O papel do historiador é importante como difusor de conhecimento e como propagador do pensamento crítico
O que é História?
História é uma seqüência de fatos que ocorrem com as sociedades durante um certo período de sua existência.
A história como Re-presentação da experiência passada.
Nadir Costa
A História como re-representação da experiência passada”, in Patrick Gardiner, Teorias da História, 4ª ed., Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian,
Segundo o autor o historiador estabelece o exterior e o interior de um acontecimento, investigando as ações de um acontecimento numa descoberta do exterior se imaginando dentro dessas ações. Representando o passado criticando e corrigindo erros quando houver. Se interessando pelos costumes sociais que os homens criam pelo pensamento.
Para compreender a História o historiador parte do fato de que o passado não é um dado que ele possa apreender empiricamente pela percepção, visto que o único conhecimento do passado que lhe é possível é dedutivo ou indireto, nunca empírico, e a mediação não pode realizar-se por testemunha. Pois essa mediação forneceria quando muito uma crença infundada e improvável. Além do mais sua atitude é criticá-las e não acreditar nelas. Quando um homem pensa historicamente, tem diante de si certos documentos ou relíquias do passado, sua incumbência é descobrir que passado é esse que deixou tais relíquias, e o que essa pessoa queria que elas significasse. Para descobrir esse pensamento o historiador deve pensá-lo de novo ele mesmo. Para Collingwwod, o historiador numa primeira interpretação tratará apenas de cópias de pensamentos passados e não dos próprios pensamentos passados, ou ainda de que ele nunca pode repensar pensamentos passados, visto que o ato de pensar representa experiência individual e nenhuma experiência é rigorosamente igual a outra.
A história não pode existir daquilo que não é experiência, nem pode haver, história da natureza. A natureza contém processos, está submetida a eles. Ainda que a única condição que tornaria possível uma história da natureza seria se os fenômenos da natureza fossem ações praticadas por algum ou alguns seres pensantes. O autor cita ainda que não pode existir história de nada que não seja pensamento. O historiador procura dominar a história de um pensamento em que não pode penetrar pessoalmente, acontecerá que em vez de escrever a sua historia, se limitará a repetir os relatos que registram os fatos externos de sua evolução. O conhecimento objeto tem, pois, como verdadeiro objeto o pensamento, não coisas sobre que se pensou, mas o próprio ato de pensar.
Para que qualquer ato de pensamento se torne objeto da história, é preciso que ele seja um ato não só de pensamento, mas também de pensamento refletivo. Um ato é algo mais do que um mero fenômeno individual; é algo que tem um caráter universal. As características destes atos é que eles sejam praticados, segundo a expressão corrente, de propósito; que exista, como fundamento, um propósito sobre o qual se erga toda a estrutura do ato e com o qual esteja de acordo. Toda ação propositada tem de ser ação prática, conceber o propósito, e depois, levá-lo a cabo, o que é uma atividade prática que sobrevêm a teorética. O que vem a ser um erro, pois tem influenciado a teoria e a prática da historiografia levando muita gente a pensar que o único objeto possível da história é a vida prática dos homens. Não é verdade que uma pessoa interessada em pensamento teorético esteja agindo sem um propósito, visto que a diferença entre conceber e realizar um propósito não ficou corretamente definida quando se disse que era a diferença entre um ato teorético e um prático.
O cientista, o historiador e o filósofo avançam não menos do que o homem prático, nas suas atividades de acordo com planos pensando intencionalmente, alcançando resultados planejados conforme critérios originados dos próprios planos, e que o historiador seja capaz de o interpretar, ou seja, de re-presentar no seu próprio espírito o pensamento que é objeto do seu estudo, considerando o problema, e reconstruindo os degraus através dos quais se foi tentado a sua solução.
A História como re-representação da experiência passada”, in Patrick Gardiner, Teorias da História, 4ª ed., Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian,
Segundo o autor o historiador estabelece o exterior e o interior de um acontecimento, investigando as ações de um acontecimento numa descoberta do exterior se imaginando dentro dessas ações. Representando o passado criticando e corrigindo erros quando houver. Se interessando pelos costumes sociais que os homens criam pelo pensamento.
Para compreender a História o historiador parte do fato de que o passado não é um dado que ele possa apreender empiricamente pela percepção, visto que o único conhecimento do passado que lhe é possível é dedutivo ou indireto, nunca empírico, e a mediação não pode realizar-se por testemunha. Pois essa mediação forneceria quando muito uma crença infundada e improvável. Além do mais sua atitude é criticá-las e não acreditar nelas. Quando um homem pensa historicamente, tem diante de si certos documentos ou relíquias do passado, sua incumbência é descobrir que passado é esse que deixou tais relíquias, e o que essa pessoa queria que elas significasse. Para descobrir esse pensamento o historiador deve pensá-lo de novo ele mesmo. Para Collingwwod, o historiador numa primeira interpretação tratará apenas de cópias de pensamentos passados e não dos próprios pensamentos passados, ou ainda de que ele nunca pode repensar pensamentos passados, visto que o ato de pensar representa experiência individual e nenhuma experiência é rigorosamente igual a outra.
A história não pode existir daquilo que não é experiência, nem pode haver, história da natureza. A natureza contém processos, está submetida a eles. Ainda que a única condição que tornaria possível uma história da natureza seria se os fenômenos da natureza fossem ações praticadas por algum ou alguns seres pensantes. O autor cita ainda que não pode existir história de nada que não seja pensamento. O historiador procura dominar a história de um pensamento em que não pode penetrar pessoalmente, acontecerá que em vez de escrever a sua historia, se limitará a repetir os relatos que registram os fatos externos de sua evolução. O conhecimento objeto tem, pois, como verdadeiro objeto o pensamento, não coisas sobre que se pensou, mas o próprio ato de pensar.
Para que qualquer ato de pensamento se torne objeto da história, é preciso que ele seja um ato não só de pensamento, mas também de pensamento refletivo. Um ato é algo mais do que um mero fenômeno individual; é algo que tem um caráter universal. As características destes atos é que eles sejam praticados, segundo a expressão corrente, de propósito; que exista, como fundamento, um propósito sobre o qual se erga toda a estrutura do ato e com o qual esteja de acordo. Toda ação propositada tem de ser ação prática, conceber o propósito, e depois, levá-lo a cabo, o que é uma atividade prática que sobrevêm a teorética. O que vem a ser um erro, pois tem influenciado a teoria e a prática da historiografia levando muita gente a pensar que o único objeto possível da história é a vida prática dos homens. Não é verdade que uma pessoa interessada em pensamento teorético esteja agindo sem um propósito, visto que a diferença entre conceber e realizar um propósito não ficou corretamente definida quando se disse que era a diferença entre um ato teorético e um prático.
O cientista, o historiador e o filósofo avançam não menos do que o homem prático, nas suas atividades de acordo com planos pensando intencionalmente, alcançando resultados planejados conforme critérios originados dos próprios planos, e que o historiador seja capaz de o interpretar, ou seja, de re-presentar no seu próprio espírito o pensamento que é objeto do seu estudo, considerando o problema, e reconstruindo os degraus através dos quais se foi tentado a sua solução.
O engenho colonial.

Teixeira Jr., Luiz Alexandre: O Engenho Colonial. O Cotidiano da História. Editora Ática.
Teixeira em seu livro O Engenho Colonial, relata o dia-a-dia da sociedade canavieira na época colonial, ele cita a importância do nascimento de descendente varão do senhor e que isso era motivo de festa. O autor enfatiza o poder do senhor em relação aos seus familiares, escravos e os agregados da propriedade.
No livro de Arruda; o senhor de Engenho era a pessoa que detinha o maior poder dentro da família e da sociedade brasileira daquela época. De forma idêntica; Maria Cristina Giovani diz em seu livro: “ os senhores de engenhos eram os mais importantes e influentes proprietários de terra, tinham grande poder econômico, social e político, eram temidos. Todas as pessoas que viviam em suas propriedades estavam sob seu domínio e deviam obedecê-lo, tinham poder de vida e morte sobre seus escravos, trabalhadores livres e seus familiares.
O autor cita que o trabalho dos escravos era duro e eram constantemente vigiados pelos feitores e a qualquer deslize era castigado a chicotadas, e se cometessem alguma falha ou fugissem eram levados ao tronco e o castigo era visto por todos os que estivessem na propriedade.
Piletti diz: “ que os escravos começavam a trabalhas ao raiar do dia e só paravam ao escurecer. Quase não tinham descanso. Nos engenhos as condições de trabalho eram extremamente duro, tanto nos canaviais quanto nas moendas e nas caldeira”.
Tanto Piletti quanto Teixeira concordam em relação a alimentação dos escravos; que eram insuficientes e de péssima qualidade, e que eles aproveitavam as sobras das comida dos senhores, principalmente nos dias de festa.
Quando havia festas as mulheres vestiam suas melhores roupas, os escravos eram também vestidos para acompanhar seus donos , principalmente quando a festa era em outra propriedade.
Ao se comparar o autor com outros autores de livros didáticos percebe-se que na maioria deles há uma certa semelhança dos fatos, apesar de que os livros didáticos trazem os conteúdos muito resumido, levando o leitor a ter que examinar várias obras para completar o entendimento.
Os manuais erram pela omissão, redução e simplificação ao não considerar todo o processo histórico em curso no continente. Sobre a escravidão no Brasil, o exemplo mais claro disso é a forma como o negro é tratado nos livros didáticos, mesmo os mais politicamente corretos, acabam tratando o negro como objeto. “ A maioria das figuras nos livros, mostram sempre o negro apanhando, em uma situação constrangedora em relação ao branco”. Ignoram os casos de ascensão social de negros. Há registro de negros que se tornaram livres e compravam escravos.
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