16 de dezembro de 2012

Estudo genético desafia teoria de que os humanos vieram de apenas um lugar da África


A teoria de que os seres humanos modernos vieram de apenas um único local da África tem sido desafiada por novas pesquisas.
Um estudo mostrou que os povos Khoi e San do sub-Saara são descendentes de humanos de um evento antigo que segregou toda a espécie há cerca de 100.000 anos.
  A pesquisa envolveu 220 participantes, representando 11 populações diferentes em todo o sul da África. Os testes revelaram 2,3 milhões de variantes de DNA por indivíduo, de acordo com o artigo publicado na revista Science.
  Todas essas diferenças genéticas são devido ao cruzamento e estratificação e não por acasalamentos aleatórios. O estudo foi realizado por uma equipeinternacional de cientistas suecos e africanos.
Os cientistas estimam que as populações do norte da Namíbia e da Angola foram separadas dos povos Khoi e San entre 25.000 e 40.000 anos atrás. Dra. Carina Schlebusch da Universidade de Witwatersrand em Joanesburgo, disse à Science: “Não é surpreendente a diversidade étnica entre o grupo Khoi e San”.
Muitos pesquisadores respeitados acreditam que os humanos modernos se originaram de uma região africana antes de se espalharem para a Europa e Ásia há 60.000 anos.
É possível afirmar que os humanos modernos surgiram a partir de um grupo não homogênio”, disse Mattias Jakobsson da Uppsala University na Suécia, um dos autores do estudo.
  Os dados genéticos revelaram também como as gerações dos povos Khoi e San se adaptaram ao seu ambiente, envolvendo funções musculares, respostas imunes e proteção contra os raios UV do Sol.

A revista Science relatou ainda como os pesquisadores se concentraram nos sinais que demonstravam as adaptações antigas que aconteceram antes da separação histórica da linhagem dos dois povos e de outros seres humanos.
Pontus Skoglund, co-autor do estudo, disse: “Apesar de todos os seres humanos de hoje carregarem variantes semelhantes em seus genes, a divergência inicial entre os povos Khoi e San e outros grupos de humanos na época nos permitiu uma melhor visão sobre os genes que atuaram na rápida evolução dos antepassados de todos os seres humanos que vivem hoje no planeta”.


Fonte:
http://jornalciencia.com/sociedade/diversos/2088-estudo-genetico-desafia-teoria-de-que-os-humanos-vieram-de-apenas-um-lugar-da-africa

15 de outubro de 2012

15 de outubro dia dos professores


Ser Professor (a)

É buscar dentro de cada um de nós
forças para prosseguir, mesmo com toda pressão,
toda tensão, toda falta de tempo...
Esse é nosso exercício diário!
Ser professor (a) é se alimentar do conhecimento
e fazer de si mesmo (a) janela aberta para o outro.
Ser professor (a) é formar gerações, propiciar o
questionamento e abrir as portas do saber.
Ser professor (a) é lutar pela transformação...
É formar e transformar,
através das letras, das artes, dos números...
Ser professor (a) é conhecer os limites do outro.
E, ainda assim, acreditar que ele seja capaz...
Ser professor (a) é também reconhecer que
todos os dias são feitos para aprender...
Sempre um pouco mais...
Ser professor (a)
É saber que o sonho é possível...
É sonhar com a sociedade melhor...
Inclusiva...
Onde todos possam ter acesso ao saber...
Ser professor (a) é também reconhecer que somos,
acima de tudo, seres humanos, e que temos licença para rir, chorar,
esbravejar.
Porque assim também ajudamos a pensar e construir o mundo.
Todos os dias do ano são seus, professor(a)!
Parabéns!

10 de outubro de 2012

Cientistas espanhóis acham lugar exato onde Julio César foi apunhalado.



EM Madri uma equipe do COnselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) da Espanha encontrou o ponto exato onde Júlio César foi apunhalado enquanto presidia uma reunião do Senado em Roma, na Itália. O imperador estava exatamente no centro do fundo fa Curia di Pompeo, informpu nesta quarta feira (10) a instituição.



Vários textos antigos descrevem o assassinato de Júlio César, ocorrido no ano de 44 a.C., fruto de um complô de um grupo de senadores que queriam eliminar o general, o que desembocaria na formação do segundo triunvirato e na explosão final das guerras civis. Uma estrutura de concreto de 3x2m, que foi colocada por ordem de Augusto, filho adotivo e sucessor de Júlio César, para condenar o assassinato, deu a chave que faltava aos cientistas para descobrirem o local de sua morte. O achado confirma que Júlio César foi apunhalado justo no centro da Curia de Pompeo, enquanto presidia a reunião do Senado. Atualmente, os restos do edifício estão localizados na área arqueológica de Torre Argentina, em pleno centro histórico da capital italiana. "Sempre se soube que Júlio César foi assassinado da Curia di Pompeo, em 15 de março de 44 a.C., porque os textos clássicos nos informam sobre isso, mas até agora, não havia nenhum testemunho material do fato, tantas vezes representado na pintura histórica e no cinema", explicou o investigador do CSIC, Antonio Monterroso. As fontes clássicas dizem que anos depois do assassinato, a Curia foi fechada e, em seu lugar, foi construída uma capela-memória. "Sabemos com segurança que o lugar onde Julio César presidiu aquela sessão do Senado e onde foi apunhalado foi fechado com uma estrutura retangular. O que desconhecemos é se esta estrutura significa que o edifício deixou de ser totalmente acessível", disse Monterroso. Na Torre Argentina, além da Curia di Pompeo, os pesquisadores começaram a estudar os restos do Portico delle Cento Colonne. O objetivo é conhecer que vias de conexão são possíveis estabelecer entre a arqueologia e a história da arte no espaço onde Julio César morreu. "Também pretendemos entender melhor esse lugar funesto que é descrito nos textos clássicos", acrescentou Monterroso. Os dois edifícios fazem parte do complexo monumental de cerca de 54 mil metros quadrados que Cneu Pompeo Magno, um dos maiores militares da história de Roma, construiu na capital para comemorar seus triunfos rumo ao Oriente em 55 a.C. "É muito atrativo que milhares de pessoas peguem o ônibus e o bonde justo ao lado de onde, há 2.056 anos, Julio César foi apunhalado ", segundo Monterroso. O projeto, com uma duração de três anos, conta com a colaboração da Sovraintendenza ai Beni Culturali do Comune di Roma, a Escola Espanhola de História e Arqueologia do CSIC em Roma e o Ministério da Economia e Competitividade espanhol.
Fonte:
http://noticias.bol.uol.com.br/ciencia/2012/10/10/cientistas-espanhois-acham-lugar-exato-onde-julio-cesar-foi-apunhalado.jhtm

2 de outubro de 2012

A lição de método de Marx e o legado de Hobsbawm


Paul Valéry, no início de sua “Introdução ao Método de Leonardo da Vinci”, disse que “o que fica de um homem é o que nos leva a pensar seu nome e as obras que fazem desse nome um signo de admiração, de ódio ou de indiferença”. A obra de Eric Hobsbawm é um signo de admiração e de lições para o século XXI. Em um de seus últimos trabalhos, reafirmou sua confiança política e metodológica na obra de Marx: “o liberalismo econômico e o liberalismo político, sozinhos ou combinados, não conseguem oferecer uma solução para os problemas do século XX. Mais uma vez chegou a hora de levar Marx a sério”.

Em um de seus últimos trabalhos publicados no Brasil (Como Mudar o Mundo – Marx e o Marxismo. Companhia das Letras, 2011), Eric Hobsbawm conta a seguinte história para falar da força e da atualidade do pensamento de Marx:

“No Cemitério Highgate estão sepultados dois pensadores do século XIX – Karl Marx e Herbert Spencer – e, curiosamente, da tumba de um se avista o outro. Quando ambos eram vivos, Herbert era considerado o Aristóteles da época, enquanto Karl era um sujeito que morava nas ladeiras mais baixas de Hampstead à custa do dinheiro do amigo [Engels]. Hoje ninguém sabe que Spencer está sepultado ali, enquanto peregrinos idosos, vindos do Japão e da Índia, visitam o túmulo de Karl Marx, e comunistas exilados iranianos e iraquianos fazem questão de ser enterrados à sua sombra” (Como Mudar o Mundo – Marx e o Marxismo, p. 14).

Marx foi um autor que acompanhou a vida e a obra do historiador inglês, que morreu na manhã desta segunda-feira (1º), aos 95 anos. O livro citado acima é uma coletânea de textos que Hobsbawm escreveu sobre o assunto entre 1956 e 2009, “um estudo sobre a evolução e o impacto póstumo do pensamento de Karl Marx (e de seu amigo inseparável Friedrich Engels)”, como ele próprio define. Nesta obra, o historiador defende uma tese central: “Marx é hoje, mais uma vez, e com toda justiça, um pensador para o século XXI”. Como uma das melhores formas de homenagear alguém que partiu é manter acesa a memória das obras de uma vida, cabe falar um pouco sobre essa tese que sintetiza uma parte importante das preocupações e compromissos desse historiador extraordinário.

Paradoxalmente, observou Hobsbawm, quem “redescobriu” Marx foram os capitalistas e não os socialistas. O ano de 1998 foi emblemático neste processo. Neste ano, comemorou-se o sesquicentenário do Manifesto Comunista. A data coincidiu, ironicamente, com o início de uma forte turbulência na economia internacional. Hobsbawm relata que ficou espantado quando, num almoço mais ou menos na virada do século, George Soros perguntou o que ele achava de Marx: “Por saber o quanto nossas ideias eram divergentes, preferi evitar uma discussão e dei uma resposta ambígua. Esse homem, disse Soros, descobriu uma coisa com relação ao capitalismo, há 150 anos, em que devemos prestar atenção”.

Alguns depois, em 2008, o jornal londrino Financial Times estampou em sua manchete: “Capitalismo em convulsão”. “Não podia mais haver dúvida de que Marx estava de volta aos refletores. Enquanto o capitalismo mundial estiver passando por sua mais grave crise desde o começo da década de 1930, será improvável que Marx saia de cena. Por outro lado, o Marx do século XXI será, com certeza, bem diferente do Marx do século XX”, advertiu Hobsbwam. Quais seriam essas diferenças? 

O Marx do século XXI
A resposta a essa pergunta está intimamente ligada ao diagnóstico sobre quais aspectos da análise de Marx continuam válidos e relevantes. O historiador inglês destaca dois deles: (i) a análise da dinâmica global do desenvolvimento econômico capitalista e de sua capacidade de destruir tudo o que se antepuser a ele; (ii) a análise do mecanismo de crescimento capitalista, por meio da geração de contradições internas, levando a crises sucessivas e a uma crescente concentração econômica numa economia cada vez mais globalizada.

E a força dessas análises reside, em larga medida, no método empregado por Marx, um método que rejeita a ideia de modelo e procura pensar o mundo como um todo. Não se trata de um pensamento interdisciplinar no sentido convencional, assinala Hobsbwam, mas de um pensamento que integra todas as disciplinas, abordando os fenômenos sociais a partir de distintos pontos de vista: econômicos, políticos, científicos e filosóficos. “Não podemos prever as soluções dos problemas com que se defronta o mundo no século XXI, mas, quem quiser solucioná-los, deverá fazer as perguntas de Marx, mesmo que não queira aceitar as respostas dadas por seus vários discípulos”, defende o historiador.

Marx tem, pois, uma lição metodológica que é, de diferentes modos, destacada por Hobsbawm. No método de Marx, não há lugar para determinismos, dogmas ou modelos pré-concebidos que possam ser aplicados mecanicamente a qualquer momento histórico. E esses pressupostos foram assumidos também por Hobsbawm em seu trabalho como historiador. No final do artigo “Marx e o trabalhismo: o longo século” (op.cit. pp. 358-375), ele reflete sobre os fracassos do século XX, os problemas do século XXI, reafirmando sua confiança no método de análise de Marx:

“Paradoxalmente, ambos os lados têm interesse em voltar a um importante pensador cuja essência é a crítica do capitalismo e dos economistas que não perceberam aonde levaria a globalização capitalista, como ele previra em 1848. Mais uma vez é óbvio que as operações do sistema econômico devem ser analisadas tanto historicamente, como uma fase da história, e não como seu fim, quanto de forma realista, isto é, em termos não de um equilíbrio de mercado ideal, e sim de um mecanismo integrado que gera crises periódicas capazes de transformar o sistema.” (op.cit. p.375)

Para Hobsbawm, a crise atual mostra que o “mercado” não tem nenhuma resposta para o “principal problema com que se defronta o século XXI”: “o fato de que o crescimento econômico ilimitado e cada vez mais tecnológico, em busca de lucros insustentáveis, produz riqueza global, mas às custas de um fator de produção cada vez mais dispensável, o trabalho humano, e, talvez convenha acrescentar, dos recursos naturais do planeta”. O historiador conclui: “O liberalismo econômico e o liberalismo político, sozinhos ou combinados, não conseguem oferecer uma solução para os problemas do século XX. Mais uma vez chegou a hora de levar Marx a sério”.

O que fica de um homem?
Paul Valéry, no início de sua formidável “Introdução ao Método de Leonardo da Vinci” (publicado no Brasil pela editora 34), disse que “o que fica de um homem é o que nos leva a pensar seu nome e as obras que fazem desse nome um signo de admiração, de ódio ou de indiferença. Pensamos que ele pensou, e podemos reencontrar entre suas obras esse pensamento que lhe é dado por nós: podemos refazer esse pensamento à imagem do nosso”. 

A longa, profícua e aguda obra de Hobsbwam está aí para que nós melhoremos o nosso próprio pensamento sobre a nossa história e, sobretudo, sobre os desafios que o presente desfia a nossa frente. Não há fim da história, o mercado não é um deus e os homens e mulheres seguem lutando para sobreviver e levar a humanidade a um patamar melhor do que o que está aí. As palavras, as reflexões e a vida de Eric Hobsbwam seguirão a nossa disposição para deixar esse caminho um pouco menos sombrio.


Fonte:




1 de outubro de 2012

Historiador Eric Hobsbawm morre aos 95 anos


O historiador Eric Hobsbawm morreu na manhã desta segunda-feira (1º), aos 95 anos, de acordo com a família. O historiador marxista e escritor estava internado no hospital Royal Free, em Londres, depois de um longo período doente.
"Ele morreu de pneumonia nas primeiras horas da manhã, em Londres", afirmou a filha do historiador, Julia Hobsbawm, em comunidado. "Sua falta será sentida não apenas pela sua mulher há 50 anos, Marlene, e seus três filhos, sete netos e um bisneto, mas também pelos milhares de leitores e estudantes em todo o mundo."
Nascido em 1917, na Alexandria, no Egito, Hobsbawm se tornou conhecido por obras como a "História do século 20" e "A Era dos Extremos", traduzida para mais de 40 idiomas.
Filho de pai britânico e de mãe austríaca, mudou-se para Viena quando tinha dois anos, e depois para Berlim. Aos 14 anos, ingressou no Partido Comunista.
Tornou-se membro da Academia Britânica, em 1978, e foi premiado com a Ordem dos Companheiros de Honra, em 1998.
Seu último livro foi "Como Mudar o Mundo - Marx e o Marxismo", lançado em 2011.
O intelectual estudou na Universidade de Cambridge e em 1947 se tornou professor na universidade londrina de Birkbeck, onde colaborou durante anos até chegar a sua presidência.
Também foi professor convidado na Universidade de Stanford, no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e na Universidade de Corne. (Com agências)


4 de setembro de 2012

Um imperador brasileiro em Paris


Por seis meses, Dom Pedro I conspirou e foi celebridade na França



Entre a abdicação de um trono – no Brasil – e a recuperação de outro – em Portugal –, o primeiro imperador brasileiro, Dom Pedro I, passou seis meses em Paris. Viveu dias de conspirações políticas e bélicas, além de muita badalação. Esse curto período de sua biografia, até agora ausente dos livros de história, foi alvo da pesquisa da historiadora e cientista política Isabel Lustosa e será contado em livro no ano que vem. Durante o primeiro semestre, ela viveu em Paris percorrendo bibliotecas e universidades. Biógrafa de Dom Pedro, Isabel se surpreendeu com a importância dada a ele na Europa, tanto social como politicamente. “Ele foi visto como um monarca à frente de seu tempo: charmoso, amante das artes, vindo de uma América selvagem e defensor do liberalismo”, afirma Isabel. “Foi essencial para os opositores do absolutismo que tomava conta da Europa naquele momento.”


De julho de 1831, quando desembarcou na França, até sua partida, em janeiro de 1832, não houve um só dia em que Dom Pedro, sua mulher, a princesa Amélia (neta de Napoleão), e a filha Maria da Glória não ganhassem registro nos jornais. “Ontem, em Neuilly, o rei, a rainha, os príncipes e princesas, Dom Pedro e sua família fizeram um passeio de barco pelo Sena. Os músicos do 62o regimento, fardados, tocaram sinfonias durante todo o passeio e também durante o jantar”, dizia o jornal La France Nouvelle, em 2 de setembro de 1831. O rei francês Luís Felipe, colocado no trono após a revolução liberal de 1830, tomou o ex-imperador como companheiro. Interessava aos políticos da situação a força do monarca que libertara o Brasil e criara uma Constituição para o novo país – e ainda tentava libertar o trono português do irmão tirano, Dom Miguel.
Por onde passava, Dom Pedro era saudado por multidões. Sua informalidade, cunhada nos trópicos em que vivera desde os 9 anos, agradava. Trocou um castelo distante, cedido pelo rei a sua família, por uma casa burguesa na Rue Courcelle, próximo ao centro de Paris. Preferia o “tu”, tratamento informal, ao respeitoso “vous”. Conversava com empregados e soldados. Seu colóquio com um marinheiro, a quem contou sobre a gravidez de sua mulher, foi registrado como curiosidade pela imprensa. Tal estado feminino não deveria ser comentado com estranhos, dizia a etiqueta daquele tempo. O nascimento da princesinha Maria Amélia foi noticiado como grande acontecimento social. Nem tudo, claro, era elogio. Suas composições musicais, apresentadas no Teatro dos Italianos, foram bombardeadas pelo jornal La Mode: “O imperador do Brasil faria melhor indo expulsar seu sanguinário irmão do trono de Portugal do que expulsar com sua música os pacatos frequentadores da ópera”.
A curiosidade que cercava Dom Pedro só não era maior que as contradições, diz Isabel.“Ele se aproximou dos liberais franceses, mas foi por pressão dos liberais brasileiros que acabou abdicando do trono”, afirma. “Aqui no Brasil, não se tolerou um monarca que não aplicava a Constituição que ele próprio aprovara e estava mais preocupado com a sucessão do trono português do que com as questões do país que governava.” O panorama político desfavorável levou Dom Pedro a abdicar do trono no Brasil, em favor do filho.

Findo o período de fama e festejos em Paris, Dom Pedro partiu para a reconquista de Portugal. O gosto pelas badalações não impediu que, entre jogos de bilhar com a nobreza local e passeios com a família no Jardim das Tulherias, ele fizesse contatos e arrecadasse recursos para a batalha. Venceu a guerra em Portugal, mas em 1834, meses depois de recolocar no trono a filha Maria da Glória, de 15 anos (em favor de quem abdicara), morreu aos 36 anos – de tuberculose ou algum câncer, nunca se soube ao certo. “No fim da vida, ele construiu na Europa uma imagem bem diferente daquela com que partira do Brasil”, diz Isabel. “O período parisiense reforça a importância desse personagem de vida tão rica.”