1 de agosto de 2009

DICIONÁRIO DE SOCIOLOGIA

SOCIOLOGIA DICIONARIO

AÇÃO SOCIAL. De forma ampla, pode ser conceituada como todo esforço organizado, visando alterar as instituições estabelecidas. De forma particular, é conceituada pelos autores que utilizam a abordagem da ação na análise sociológica da sociedade, sendo que os principais representantes são Max Weber e Talcott Parsons. Para Weber, a ação social seria a conduta humana, pública ou não, a que o agente atribui significado subjetivo; portanto, é uma espécie de conduta que envolve significado para o próprio agente. Por sua vez, Parsons tem como ponto de partida a natureza da própria ação: toda a ação é dirigida para a consecução de objetivos. Um indivíduo (ator), esforçando-se por atingir determinado objetivo, tem de possuir algumas idéias e informações sobre os "objetos" que são relevantes para a sua consecução, além de ter alguns sentimentos a respeito deles, no que concerne às suas necessidades; e, finalmente, tem de fazer escolhas. Outro aspecto é a necessidade de possuir certos padrões de avaliação e seleção. Todos esses elementos ou aspectos de motivação e avaliação podem tornar-se sociais por intermédio do processo de interação. Assim, a ação social é vista por Parsons como comportamento que envolve orientação de valor e como conduta padronizada por normas culturais ou códigos sociais.


ACOMODAÇÃO. É um processo social com o objetivo de diminuir o conflito entre indivíduos ou grupos, reduzindo o conflito ou mesmo encontrando um novo modus vivendi. É um ajustamento formal e externo, aparecendo apenas nos aspectos externos do comportamento, sendo pequena ou nula a mudança interna, relativa a valores, atividades e significados.


ACULTURAÇÃO. Processo pelo qual duas ou mais culturas diferentes, entrando em contato contínuo, originam mudanças importantes em uma delas ou em ambas.

ADAPTAÇÃO. De maneira ampla, significa o ajustamento biológico do ser humano ao ambiente físico em que vive. Pode também ser aplicada à vida em sociedade, que ocasiona o surgimento de certo denominador comum entre os componentes de uma sociedade particular, certo grau de adesão e conformidade às normas estabelecidas, que varia com a margem de liberdade e de autonomia que o meio social permite ao indivíduo.


AGREGADOS. Constituem uma reunião de pessoas frouxamente aglomeradas que, apesar da proximidade física, têm um mínimo de comunicação e de relações sociais. Apresentam as seguintes características: anonimato, não-organização, limitado contacto social, insignificante modificação no comportamento dos componentes, são territoriais e temporários. 0s principais agregados são: manifestações públicas (agregados de pessoas reunidas deliberadamente com determinado objetivo); agregados residenciais (apesar dos seus componentes estarem próximos, mantêm-se relativamente estranhos; não há, entre eles, contacto e interação e também não possuem organização); agregados funcionais (constituem uma zona territorial onde os indivíduos têm funções específicas); multidões (agregados pacíficos ou tumultuosos de pessoas ocupando determinado espaço físico).


AGRUPAMENTOS SOCIAIS. Englobam os grupos (veja GRUPOS) e os "quase grupos": agregados (incluindo as multidões), público e massa.


ALIENAÇÃO. Processo que deriva de uma ligação essencial à ação, à sua consciência e à situação dos indivíduos, pelo qual se oculta ou se falsifica essa ligação de modo que o processo e os seus produtos apareçam como indiferentes, independentes ou superiores aos homens que são, na verdade, seus criadores. No momento em que a uma pessoa o mundo parece constituído de coisas – independentes umas das outras e não relacionadas – indiferentes à sua consciência, diz-se que esse indivíduo se encontra em estado de alienação. Condições de trabalho, em que as coisas produzidas são separadas do interesse e do alcance de quem as produziu, são consideradas alienantes. Em sentido amplo afirma-se que é alienado o indivíduo que não tem visão – política, econômica, social – da sociedade e do papel que nela desempenha.


ANIMISMO. Consiste na crença de que todas as coisas, animadas ou inanimadas, estão dotadas de almas pessoais que nelas residem; é a crença em seres espirituais, isto é, almas, espíritos e espectros.


ANOMIA. Ausência de normas. Aplica-se tanto à sociedade como a pessoas: significa estado de desorganização social ou pessoal ocasionado pela ausência ou aparente ausência de normas.


ANTINOMIA. Situação em que as normas de um grupo ou sociedade são contraditórias ou opostas entre si.


ANTROPOMORFISMO. É um tipo de pensamento religioso, ou crença, que estende atributos humanos, tanto físicos como psíquicos, à divindade.


ÁREAS CULTURAIS. Áreas geográficas onde há semelhança, em relação aos traços, complexos e padrões de culturais de grupos humanos.

ASSIMILAÇÃO. Processo social em virtude do qual indivíduos e grupos diferentes aceitam e adquirem padrões comportamentais, tradição, sentimentos e atitudes de outra parte. É um ajustamento interno e indício da integração sócio-cultural, ocorrendo principalmente nas populações que reúnem grupos diferentes. Em vez de apenas diminuir, pode terminar com o conflito.


ASSOCIAÇÕES. São organizações sociais cuja característica é ser mais especializada e menos universal do que as instituições; em consequência, apresentam, em geral, determinadas adaptações às classes sociais, grupos profissionais, categorias biológicas, grupos de interesses, etc.


ATITUDE. Processo da consciência individual que determina a real ou possível atividade do indivíduo no mundo social. Para alguns autores é ainda a tendência de agir da maneira coerente com referência a certo objeto (Thomas).


AUTORIDADE. É dotado de autoridade o indivíduo que exerce um poder legítimo.


BUROCRACIA. Organização com cargos hierarquizados, delimitados por normas, com área específica de competência e de autoridade, dotados tanto de poder de coerção quanto da limitação desta, onde a obediência é devida ao cargo e não à pessoa que o ocupa; as relações devem ser formais e impessoais, sem apropriação do cargo que, para ser preenchido, exige competência específica; todos os atos administrativos e decisões têm de ser formulados por escrito.


CAPITALISMO. Sistema em que os meios de produção são de propriedade privada de uma pessoa (ou grupo de pessoas) que investe o capital; o proprietário dos meios de produção (capitalista) contrata o trabalho de terceiros que, portanto, vendem a sua força de trabalho para a produção de bens. Estes depois de vendidos permitem ao capitalista, não apenas a recuperação do capital investido, mas também a obtenção de um excedente - o lucro. Tanto a compra dos meios e fatores de produção quanto a venda dos produtos, resultantes da atividade empresarial, realizam-se no mercado de oferta e procura de bens e serviços, existente na sociedade capitalista.


CASTA. Um sistema de castas compõe-se de um número muito grande de grupos hereditários, geralmente locais, rigidamente endogâmicos, dispostos numa hierarquia de inferioridade e superioridade; correspondem geralmente a diferenciações profissionais, são impermeáveis a movimentos de mobilidade social são reconhecidos por lei e possuem quase sempre um fundo religioso.



CATEGORIAS. Pluralidade de pessoas que são consideradas como uma unidade social pelo fato de serem efetivamente semelhantes em um ou mais aspectos (Fichter). Não há necessidade de proximidade ou contacto mútuo para que as pessoas pertençam a uma categoria social.


CIDADE. É um aglomerado permanente, relativamente grande e denso, de indivíduos socialmente heterogéneos (Wirth).


CIÊNCIA. É todo um conjunto de atitudes e de atividades racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz de ser submetido à verificação (Trujillo).


CIVILIZAÇÂO. Grau de cultura bastante avançado no qual se desenvolvem bem as Artes e as Ciências, assim como a vida política (Winick). Características essenciais da civilização: as hierarquias sociais internas, a especialização, as cidades e as grandes populações, o crescimento das matemáticas e a escrita (Childo).


CLÃ. Grupo de parentes baseado numa regra de descendência, geralmente medida tanto pela linha masculina quanto pela linha feminina (parentesco através de um dos pais) e numa regra de residência (mesma localidade). Os membros do clã traçam a sua linha de ascendência a partir de um antepassado original, que pode existir somente no passado mitológico: um animal, um ser humano, um espírito ou uma característica da paisagem.


CLASSE SOCIAL. É um agrupamento legalmente aberto, mas na realidade semifechado; solidário; antagônico em relação a outras classes sociais; em parte organizado, mas principalmente semi-organizado; em parte consciente da sua unidade e existência, e em parte não; característico da sociedade ocidental a partir do Século XVIII; é multivinculado, unido por dois liames univinculados, o ocupacional e o econômico (ambos tomados no sentido mais lato) e por um vínculo de estratificação social no sentido da totalidade dos seus direitos e deveres basicamente diferentes das outras classes sociais (Sorokin).


CÓDIGOS. Representam modelos culturais que exercem determinado "constrangimento" sobre a ação de indivíduos e grupos; são normas de conduta, cujo poder de persuasão ou de dissuasão repousa, em parte, nas sanções, positivas ou negativas, de aprovação ou desaprovação, que as acompanham.

COMPETIÇÃO. Forma mais elementar e universal de interação, consistindo na luta incessante por coisas concretas, por status ou prestígio; é contínua, e geralmente inconsciente e impessoal.


COMPLEXOS CULTURAIS. Conjunto de traços ou um grupo de traços associados formando um todo integral.

COMPORTAMENTO COLECTIVO. É um comportamento que caracteriza os componentes dos agregados, especificamente das multidões, e que não se constitui na simples soma dos comportamentos individuais, mas que se configura com um comportamento determinado ou influenciado pela presença física de muitas pessoas, com certo grau de interação entre elas. Apresenta geralmente (quando a multidão se torna ativa) as seguintes fases: controle exercido pela presença de outrem (modificando os comportamentos individuais); "reação circular" (influência de cada indivíduo sobre o comportamento do outro e vice-versa); "milling" (movimento de indivíduos, uns em redor dos outros, ao acaso e sem meta); excitação coletiva (o comportamento excitado fixa poderosamente a atenção dos integrantes; sob a sua influência os indivíduos tornam-se emocionalmente excitáveis; a decisão pessoal dos indivíduos é mais rapidamente quebrada); contágio social (disseminação rápida, impensada e irracional de um estado de espírito, de um impulso ou de uma forma de conduta que atraem e se transmitem aos que originalmente se constituíam em meros espectadores e assistentes).


COMUNICAÇÃO. Processo pelo qual idéias e sentimentos se transmitem de indivíduo para indivíduo, tornando possível a interação social . É fundamental para o homem, enquanto ser social, e para a cultura. Pode dar-se através de meios não vocais, sons


COMUNIDADE. É essencialmente ligada ao solo, em virtude dos seus componentes viverem de maneira permanente em determinada área, além da consciência de pertencerem, ao mesmo tempo, ao grupo e ao lugar, e de partilharem o que diz respeito aos principais assuntos das suas vidas. Têm consciência das necessidades dos indivíduos, tanto dentro como fora do seu grupo imediato e, por essa razão, apresentam tendência para cooperar estritamente.


COMUNISMO. Como o socialismo, o comunismo é mais uma doutrina econômica do que política. Consiste numa filosofia social ou sistema de organização social baseada no principio da propriedade pública, coletiva, dos meios materiais de produção e de serviço econômico; encontra-se unido a doutrinas que se preocupam em formular os procedimentos mediante os quais pode ser estabelecido e conservado. Sob este aspecto, difere do socialismo, por preconizar a impossibilidade da reforma e de a sua instauração em medidas fragmentárias e de caráter lento. Outro ponto de discordância apresenta-se no que se refere ao rendimento: se ambos os sistemas consideram válidos os rendimentos advindos do trabalho (não aqueles, porém, que derivam da propriedade), o socialismo admite que o rendimento seja medido pela capacidade pessoal ou pelo rendimento social manifestado pela competência dentro do sistema coletivo, ao passo que o comunismo aspira suprimir até mesmo este último tipo de competência: o lema comunista é "de cada um segundo a sua capacidade e a cada um segundo as suas necessidades". Nenhum dos países simplificadamente denominados comunistas, atingiram este estágio; ficaram na fase de "ditadura do proletariado" ou "democracia popular". A perestroika, palavra russa que significa reestruturação e que designa a política iniciada por Gorbachov na ex-URSS, marcou o princípio do fim destes regimes.


CONDUTA. Consiste no comportamento humano autoconsciente, isto é, comportamento controlado pelas expectativas de outras pessoas.


CONFLITO. Luta consciente e pessoal, entre indivíduos ou grupos, em que cada um dos contendores almeja uma condição, que exclui a desejada pelo adversário.


CONFORMIDADE. Seria a ação orientada para uma norma (ou normas) especial, compreendida dentro dos limites do comportamento por ela permitidos ou delimitados. Desta maneira, dois fatores são importantes no conceito de conformidade: os limites de comportamento permitidos e determinadas normas que, consciente ou inconscientemente, são parte da motivação da pessoa.


CONSCIÊNCIA DE CLASSE. Consiste no fato de dar-se conta ou perceber as diferenças que existem entre a própria situação de classe e a de outro indivíduo ou indivíduos. Essas atitudes podem consistir num sentimento de inferioridade ou de superioridade, respectivamente, se os outros pertencem a classes sociais superiores ou inferiores. Podem dar lugar a um sentimento de oposição ou de hostilidade, à medida que se percebem as diferenças de interesses, em sociedades que possuem a luta de classes, ou simplesmente um sentimento de afastamento ou reserva, devido à diferença de usos sociais, costumes e ideologias das diferentes classes.


CONSCIÊNCIA COLETIVA. Soma de crenças e sentimentos comuns à média dos membros da comunidade, formando um sistema autônomo, isto é, uma realidade distinta que persiste no tempo e une as gerações (Durkheim).


CONSENSO SOCIAL. Conformidade de pensamentos, sentimentos e ações que caracterizam os componentes de determinado grupo ou sociedade (Willians).

CONTATO. É a fase inicial da interestimulação, sendo as modificações resultantes denominadas interação. É um aspecto primário e fundamental do processo social porque do contato dependerão todos os outros processos ou relações sociais. Divide-se em: contactos diretos (aqueles que ocorrem por meio da percepção física, portanto, realizados face a face); contactos indiretos (realizados através de intermediários - com os quais se terá um contacto direto - ou meios técnicos de comunicação); contactos voluntários (derivados da vontade própria dos participantes, de maneira espontânea, sem coação); contactos involuntários (derivam da imposição de uma das partes sobre a outra); contactos primários (pessoais íntimos e espontâneos, em que os indivíduos tendem a compartilhar das suas experiências particulares; envolvem elemento emocional, permitindo certa fusão de individualidades que dão a origem ao "nós"); contactos secundários (são contactos formais, impessoais, calculados e racionais, geralmente superficiais, envolvendo apenas uma faceta da personalidade); contactos do "nosso grupo" (fundamentados no fenômeno do etnocentrismo com a sobrevalorização da cultura e dos costumes. Há uma tendência para a identificação com os elementos do grupo, mantendo relações baseadas em simpatia, sentimento de lealdade, amizade e até mesmo de altruísmo); contactos do "grupo alheio" (contacto com pessoas estranhas, cuja cultura e costumes são menosprezados. Considerados estranhos, forasteiros, adversários ou inimigos, os sentimentos que eles despertam são de indiferença ou inimizade); contactos categóricos (resultam da classificação que fazemos de uma pessoa desconhecida, baseada na sua aparência física, cor da pele, feições, profissão, etc., de acordo com as características atribuídas a ela pelo "nosso grupo"); contatos simpatéticos (baseados em qualidades manifestadas pelos indivíduos e não em características de categorias.


CONTROLE SOCIAL. Conjunto das sanções positivas e negativas a que uma sociedade recorre para assegurar a conformidade das condutas aos modelos estabelecidos (Rocher). O controle social pode ser informal (natural, espontâneo, baseado nas relações pessoais e íntimas que ligam os componentes do grupo) e Formal (artificial, organizado, exercido principalmente pelos grupos secundários), onde as relações são formais e impessoais).


COOPERAÇÃO. É o tipo particular de processo social em que dois ou mais indivíduos ou grupos atuam em conjunto para a consecução de um objetivo comum. É requisito especial e indispensável para a manutenção e continuidade dos grupos e sociedades.


COSTUMES. Normas de conduta coletiva, obrigatória, dentro de um grupo social.


CRENÇA. Aceitação como verdadeira de determinada proposição, que pode ou não ser comprovada. Tem a possibilidade de ser tanto intelectual (crença científica) como emocional, falsa ou verdadeira. A realidade da crença independe da verdade intrínseca e objetiva de dada proposição (ou a ausência dela).

CRESCIMENTO. Transformação definida e contínua, determinada quantitativamente, com relação à magnitude; difere do desenvolvimento por ser uma variação unidimensional, que se limita a determinado sector da organização social, ao passo que desenvolvimento abrange os diferentes sectores da sociedade, de forma harmônica, constituindo-se num fenômeno multidimensional.


CULTURA. Forma comum e aprendida da vida, que compartilham os membros de uma sociedade, e que consta da totalidade dos instrumentos, técnicas, instituições, atitudes, crenças, motivações e sistemas de valores que o grupo conhece (Foster).


CULTURA DE "FOLK". É pequena, homogênea, isolada; economicamente auto-suficiente e de tecnologia simples; com divisão do trabalho rudimentar e baseada, principalmente, no sexo, parentesco e idade; ágrafa ou com escrita rudimentar e, nesse último caso, constituindo-se em mero complemento da tradição oral; relativamente integrada, com modos de vida intimamente relacionados, e possuindo uma concordância mútua; comportamento fortemente padronizado, em bases convencionais; tradicional, espontânea, não crítica e com forte senso de solidariedade grupal; mudança cultural e social lenta, possuindo formas de controlo tradicionais e não organizadas, com cunho de espontaneidade, isto é, informais; sociedade familiar e sagrada, com animismo e antropomorfismo manifestos; ausência de mercado, de moedas e do conceito "lucro", com economia baseada na troca (Redfield). Opõe-se à civilização.


CULTURA DE MASSA. É a divulgação, sem que se possa contestá-las ou debatê-las, de mensagens pré-fabricadas, cuja mediocridade prevê a sua aceitação por pessoas de qualquer nível de conhecimento e idade mental, nivelando "por baixo" as informações, uniformizando o uniforme e sintetizando os lugares-comuns, com a finalidade de tornar a cultura um conjunto semelhante, constante e não questionado.


DEMOCRACIA. Filosofia ou sistema social que sustenta que o indivíduo, apenas pela sua qualidade de pessoa humana, e sem consideração às suas qualidades, posição, status, raça, religião, ideologia ou patrimônio, deve participar dos assuntos da comunidade e exercer nela a direção que proporcionalmente lhe corresponde.


DESEJO. Expressão de impulsos inatos insatisfeitos; na busca de satisfação, o desejo seria a força motivadora, a base de todas as ações.

DESENVOLVIMENTO. Ocorre como uma inter-relação de contraponto entre a diferenciação (fator de divisibilidade da sociedade estabelecida) e a integração (fator de unificação, em novas bases, das estruturas diferenciadas). Desta maneira, para haver desenvolvimento, é necessário que haja uma integração adequada dos elementos diferenciados, abrangendo as seguintes etapas: processo (qualquer transformação definida e contínua, que ocorra numa estrutura preexistente); segmentação (tipo intermediário entre processo e as transformações da estrutura social); transformação estrutural (surgimento de complexos de organizações e papéis qualitativamente novos); integração (elemento unificador das estruturas diferenciadas) (Smelser).


DESORGANIZAÇÃO SOCIAL. É um estado relativo e, como a estabilidade, existe em diferentes graus. Em toda a sociedade, sempre operam dois conjuntos de forças, os que criam estabilidade e os que produzem instabilidade. Numa sociedade estável há um equilíbrio entre ambos. Quando os últimos se tornam mais poderosos do que os primeiros, ocorre a desorganização social; esta é, portanto, uma perturbação no equilíbrio das forças, o que produz uma desintegração das instituições ) e um enfraquecimento do seu controlo. A sociedade é, então, envolvida por todos os tipos de problemas sociais (veja PROBLEMAS SOCIAIS) (Koenig).


DESVIO. O comportamento de um desvio é conceituado não apenas como um comportamento que infringe uma norma por acaso, mas também como um comportamento que infringe determinada norma para a qual a pessoa está orientada naquele momento; o comportamento de um desvio consiste, pois, em infração motivada.


DIFUSÃO CULTURAL. Processo de transferência dos traços culturais de uma região para outra ou de uma parte da cultura para outra


DISTÂNCIA SOCIAL. É a medida das diferenças de posições sociais ou status (veja STATUS) entre indivíduos e grupos. Existe pouca ou nenhuma distância social entre pessoas com posição social semelhante ou idêntica e, ao contrário, a distância social revelar-se-á grande entre pessoas com posições sociais diferentes, tendendo a aumentar à medida que essas diferenças forem maiores e mais numerosas.


DIVISÃO DO TRABALHO. Distribuição de seres humanos, pertencentes á mesma comunidade, em ocupações interdependentes e complementares.

EDUCAÇÃO. É a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontram preparadas para a vida social; tem como objeto suscitar e desenvolver, na criança, um certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destina (Durkheim).


EFEITOS PERVERSOS. Efeitos não desejados, e geralmente opostos, de ações intencionais, visando a um objetivo específico.


ELITE. Compreende as pessoas e os grupos que, graças ao poder que detêm ou à influência que exercem, contribuem para a ação histórica de uma coletividade, seja pelas decisões tomadas, seja pelas idéias, sentimentos ou emoções que exprimem ou simbolizam (Rocher).


EMPRESA. Complexo de atividades econômicas, desenvolvidas sob o controlo de uma entidade jurídica (pessoa ou pessoas físicas, sociedade mercantil ou cooperativa, instituição privada sem fins lucrativos e organizações públicas).


ENDOCULTURAÇÃO. Processo de aprendizagem e educação de uma cultura, desde a infância até à idade adulta.


ESPAÇO SOCIAL. É uma espécie de universo constituído pela população humana; sem haver seres humanos, ou existindo apenas um, não há espaço social. Sendo assim, o espaço social é totalmente contrário do espaço geográfico, cuja existência de seres humanos é indiferente.


ESTADO. É uma nação politicamente organizada. É constituído, portanto, pelo povo, território e governo. Engloba todas as pessoas dentro de um território delimitado - governo e governados.


ESTAMENTO. Constitui uma forma de estratificação social com camadas sociais mais fechadas do que as classes e mais abertas do que as castas, reconhecidas por lei e geralmente ligadas ao conceito de honra.


ESTEREÓTIPOS. São construções mentais falsas, imagens e idéias de conteúdo alógico, que estabelecem critérios socialmente falsificados. Os critérios baseiam-se em características não comprovadas e não demonstradas, atribuídas a pessoas, a coisas e a situações sociais, mas que, na realidade, não existem.


ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL. Diferenciação de indivíduos e grupos em posições (status), estratos ou camadas, mais ou menos duradouros e hierarquicamente sobrepostos. Características: tem caráter social, é antiga, é onipresente, é diversa nas suas formas, tem influência, isto é, as coisas mais importantes, mais desejadas e, frequentemente, mais escassas na vida humana constituem os materiais básicos, que são desigualmente distribuídos entre os componentes das diversas camadas.


ESTRUTURA DA CIDADE. Consiste num produto da interação competitiva entre as pessoas, as facilidades de mercado, as agências de transporte e de comunicação, os tipos de funções exercidas e a sua localização (Hollingshead).


ESTRUTURA SOCIAL. Partindo da constatação de que os membros e os grupos de uma sociedade são unidos por um sistema de relações de obrigação, isto é, por uma série de deveres e direitos (privilégios) recíprocos, aceites e praticados entre si, a estrutura social refere-se à colocação e à posição de indivíduos e de grupos dentro desse sistema de relações de obrigação. Por outras palavras, o agrupamento de indivíduos, de acordo com posições, que resulta dos padrões essenciais de relações de obrigação, constitui a estrutura social de uma sociedade (Brown e Barnett).


ETNOCENTRISMO. Atitude emocional que sustenta o grupo, a raça ou a sociedade a que uma pessoa pertence, superiores a outras entidades raciais, sociais ou culturais. Esta atitude encontra-se associada ao desprezo pelo estrangeiro ou pelo forasteiro, assim como pelos seus costumes.


EXPECTATIVA DE COMPORTAMENTO. Consiste no que as pessoas ao redor do indivíduo esperam dele, no que se refere à sua conduta em determinadas situações sociais.


FAMÍLIA. Grupo social caracterizado pela residência comum, pela cooperação econômica e pela reprodução. A família é constituída pelos pais e pelos filhos.


FATO SOCIAL. É toda a maneira de agir, fixa ou não, susceptível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, que é geral numa dada sociedade, apresentando uma existência própria, independentemente das manifestações individuais que possa ter (Durkheim).


FEUDALISMO. Sistema social vigente na Europa Ocidental, aproximadamente entre os séculos X e XVIII, com características políticas, econômicas, jurídicas e militares, particulares. Sob este aspecto, abrange outras regiões que, à semelhança da Idade Média européia, possuíam instituições do estilo feudal (Egito antigo, Índia, Império Bizantino, mundo árabe, Império Turco, Japão, etc.). As características determinantes do feudalismo apresentam: um desenvolvimento extremo dos laços de dependência de homem para homem, com uma "classe" de guerreiros especializados que ocupam os escalões superiores da hierarquia - juridicamente fundamentada; um parcelamento máximo do direito da propriedade; uma hierarquia oriunda dos direitos sobre a terra (proveniente do parcelamento), e que corresponde à hierarquia dos laços de dependência pessoal; um parcelamento de poder público, criando em cada região uma hierarquia de instâncias autônomas que exercem, no seu próprio interesse, poderes normalmente atribuídos ao Estado e, em épocas anteriores, quase sempre da efetiva competência deste. A concepção política baseia-se, portanto, nas relações individuais e na fidelidade entre vassalos e suseranos, com pouca autoridade central, sendo o rei, na maioria dos casos, o mais alto suserano. Economicamente, a terra é o elemento fundamental da riqueza: a sua fragmentação, acompanhada do estabelecimento de laços pessoais, cria o sistema de suserania e vassalagem: quem doa a terra é o senhor feudal ou suserano; quem a recebe, podendo transmiti-la aos seus descendentes, é o vassalo.


FOLCLORE. Conjunto orgânico de modos de sentir, pensar e agir peculiares às camadas populares das sociedades "civilizadas" ou históricas, caracterizado pela espontaneidade.


FOLKWAYS. Padrões não obrigatórios de comportamento social exterior, que constituem os modos coletivos de conduta, convencionais ou espontâneos, reconhecidos e aceites pela sociedade; regem a maior parte da vida quotidiana, mas não são impostos.


FORÇAS PRODUTIVAS. As relações de produção são constituídas, numa sociedade de classes, por uma dupla relação que engloba as relações dos homens com a natureza de produção material. São elas: relações de agentes de produção com o objeto e relação com os meios de trabalho, sendo que a última origina as forças produtivas.


FORÇAS SOCIAIS. De modo geral, pode ser entendida como todo o estímulo ou impulso efetivo que conduz a uma ação social. De forma concreta, uma força social, representa o consenso por parte de um número suficiente de membros de uma sociedade, que tenha a finalidade de acarretar uma ação ou mudança social de certa índole. No plural - forças sociais - é utilizada para designar os impulsos básicos típicos, ou motivos, que conduzem aos tipos fundamentais de associação e de formação de grupos.

FUNÇÕES LATENTES. Consequências não pretendidas, não esperadas e inclusive, não reconhecidas.


FUNÇÕES MANIFESTAS. Finalidades pretendidas e esperadas das organizações.


GOVERNO. Como entidade objetiva, refere-se aos indivíduos e órgãos que têm a responsabilidade de conduzir a ação do Estado. Um governo exerce um controle imperativo no âmbito de um território definido onde reivindica, com êxito, o monopólio da força.


GRUPOS. Formam uma coletividade identificável, estruturada, contínua, de pessoas sociais que desempenham papéis recíprocos, segundo determinadas normas, interesses e valores sociais, para a consecução de objetivos comuns (Fichter).


GRUPOS PRIMÁRIOS. São caracterizados por uma íntima cooperação e associação face a face. São primários sob vários aspectos, principalmente porque são fundamentais na formação da natureza social e nos ideais do indivíduo. O resultado dessa associação íntima é, psicologicamente, certa fusão das individualidades num todo comum, de modo que o próprio ego individual se identifica, pelo menos para vários fins, com vida e os propósitos comuns ao grupo. Possivelmente a maneira mais simples de descrever essa totalidade consiste em apresentá-la como "nós", porque envolve a espécie de simpatia e de identificação mútuas para os quais o "nós" é a expressão natural (Cooley).


GRUPOS DE REFERÊNCIA. Exercem ascendência sobre os indivíduos pela natureza e modo de identificação que neles despertam. Geralmente, a pessoa não pertence (mas pode pertencer) ao grupo de referência, que tem o condão de influenciá-lo, originando uma "assimilação" psicológica, funcionando como quadro de referência para as aspirações, tomada de consciência, opiniões, atitudes e padrões de comportamento do indivíduo.


GRUPO SECUNDÁRIO. Possui certas características que se apresentam como opostas às do grupo primário. As relações geralmente são estabelecidas por contato indireto e, no caso de serem por contato direto, são passageiras e desprovidas de intimidade; as relações são ainda formais e impessoais. No grupo secundário, a consciência do "nós" é fraca, o tipo de contato predominantemente secundário e categórico , a posição dos membros define-se em relação aos papéis que lhes cabem, sendo sua participação limitada à contribuição que prestam.


HABITAT. Área apropriada para ocupação por uma espécie, grupo ou pessoa. Pode ter alguma significação associativa, porquanto se refere a uma área em que se realizam todas as atividades essenciais à vida (Anderson).

HÁBITO. Forma de conduta individual, mecanizada ou automatizada pelo indivíduo.


HINTERLAND. Área que é fonte de sustento e de matérias-primas para uma outra área, geralmente uma metrópole industrial, e que se constitui, ao mesmo tempo, em mercado para os seus produtos.


HIPÓTESES. São formulações provisórias do que se procura conhecer, de cuja ajuda necessitamos para explicar os fatos, descobrindo o seu ordenamento; são supostas respostas para o problema ou assunto de pesquisa. A hipótese, uma vez verificada (com certeza de ser válida ou plausível e sustentável) pela pesquisa empírica, pode-se transformar em teoria.


HOMO FERUS. Animal humano que, devido ao isolamento total de outros seres humanos, foi privado, durante os primeiros anos de vida, de interação com eles, fator essencial para a sua socialização, e que, por este motivo, não adquiriu, ou o fez apenas de forma rudimentar, personalidade e cultura.


IDEOLOGIA. Sistema de idéias peculiar a determinado grupo social, condicionado quase sempre pela experiência e interesses desse grupo. A função da ideologia consiste na conquista ou conservação de determinado status social no grupo Atitudes ou doutrinas políticas, econômicas ou filosóficas desempenham, geralmente, funções de ideologia. Mais precisamente, é o conjunto de crenças, idéias, doutrinas próprias a uma sociedade ou a uma classe. No contexto de uma sociedade, a ideologia pode estar em harmonia com valores que prevalecem na própria sociedade, ou opor-se a eles. Não deixa, entretanto, de ficar afetada pela experiência dentro dessa sociedade. Assim, há uma ideologia do socialismo, uma ideologia da livre empresa, uma ideologia da sociedade industrial, marcadas pelas variáveis dos momentos históricos que percorrem (Delorenzo).


IMITAÇÃO. O ato de copiar, conscientemente e intencionalmente, determinado comportamento.


IMPERIALISMO. Domínio ecológico, econômico, político ou cultural de um grupo sobre outro.


INDIVÍDUO. O ser apenas biológico, que se distingue de pessoa social (veja PESSOA SOCIAL).


INDUSTRIALISMO. Fase de aperfeiçoamento técnico avançado, alcançado por intermédio da ciência aplicada, cujas características típicas são a produção em larga escala e o emprego da energia mecânica, um mercado amplo, uma mão-de-obra especializada com uma complexa divisão de trabalho e uma industrialização acelerada. O processo de industrialização seria o início do industrialismo; este também ocasiona profundas modificações sociais e no âmbito do trabalho propriamente dito, criando novas linhas de estratificação entre os trabalhadores, institucionalizando a mobilidade social e originando nova estrutura diferenciada de classes, fazendo surgir novas formas de vida especificamente industriais; mediante a institucionalização da oposição de classes, transforma os trabalhadores, de assalariados necessitados, em portadores industriais de uma função. O industrialismo estende a mecanização não somente à maior parte da indústria, senão também, em certa medida, à agricultura; origina, em grau cada vez mais amplo, a produção em grande escala, a extrema especialização e a extensa e complexa divisão do trabalho; acelera o desenvolvimento dos meios de comunicação e transporte; produz profundas alterações nos grupos primários e secundários e nos processos sociais.


INDUSTRIALIZAÇÃO. Consiste na aplicação da mecanização em larga escala à produção industrial, propiciando a emergência dos fenômenos de urbanização (e sendo por ela influenciada), o aumento rápido da população (explosão populacional) e da mobilidade (geográfica e social) dessa população, a ruptura das hierarquias tradicionais de posição, a transformação das sociedades de castas, estamentos e classes sociais fechadas em sociedades abertas de classe, a alteração dos sistemas de valores e padrões de comportamento e, até, a criação de uma situação de inadaptação aguda e de alienação para o trabalhador, inicialmente estranho à indústria; também se observam alterações do status profissional, das capacidades (qualificações) dos trabalhadores (operários e empregados), da vida familiar, da situação jurídico-social das mulheres, da tradição e do hábito de consumo de bens; da mesma maneira, a oposição entre empresários e trabalhadores torna mais aguda a luta de classes.


INFRA-ESTRUTURA. É a estrutura econômica formada pelas relações de produção e forças produtivas.


INTERAÇÃO. É a ação social, mutuamente orientada, de dois ou mais indivíduos em contato. Distingue-se da mera interestimulação em virtude envolver significados e expectativas em relação às ações de outras pessoas. Podemos dizer que a interação é a reciprocidade de ações sociais.


INTERESSES. Desenvolvem-se quando o indivíduo tem conhecimento de algo, sente algo ou deseja algo; encarados subjetivamente, os interesses são desejos (veja DESEJO); objetivamente, são carências.


INSTITUIÇÕES SOCIAIS. Consistem numa estrutura relativamente permanente de padrões, papéis e relações que os indivíduos realizam segundo determinadas formas sancionadas e unificadas, com o objetivo de satisfazer as necessidades sociais básicas (Fichter). As características das instituições são: têm finalidade e conteúdo relativamente permanentes, são estruturadas, possuem estrutura unificada e valores. Além disso, devem ter função (a meta ou propósito do grupo, cujo objetivo seria regular as suas necessidades) e estrutura composta de pessoal (elementos humanos), equipamentos (meios materiais ou imateriais), organização (disposição de pessoal e do equipamento, observando-se uma hierarquia – autoridade e subordinação), comportamento (normas que regulam a conduta e as atitudes dos indivíduos).


ISOLAMENTO. Falta de contacto ou de comunicação entre grupos ou indivíduos. Produz no indivíduo não socializado, quando mantido inteiramente afastado do convívio de outros seres humanos, o homo ferus; quando o isolamento for pronunciado, mas não total, produz mentalidade retardada. Depois que o indivíduo estiver socializado, o isolamento provocará a diminuição das funções mentais, podendo chegar à loucura. Quanto ao grupo, o isolamento produz costumes sedimentados, cristalizados, que praticamente não se alteram.


LEGITIMIDADE. Implica a aceitação do poder por uma pessoa ou grupo, pois este(s) age(m) em conformidade com os valores acatados pelos subordinados.


LEI. Regra de comportamento formulada deliberadamente e imposta por uma autoridade especial.


LEI CONSUETUDINÁRIA. Lei fundada nos costumes .


LIBERALISMO. Conjunto de idéias e doutrinas cuja finalidade é assegurar a liberdade individual nos diversos campos da sociedade - político, econômico, religioso, da moral etc. sem a interferência ou imposição de grupos estruturados ou do próprio Estado. Visa assegurar o bem-estar humano sem subordinação a preconceitos de qualquer tipo.

LUTA DE CLASSES. Esforço de uma classe para conseguir uma posição ou condição de maior bem-estar na comunidade, com respeito aos direitos, privilégios e oportunidades dos seus membros.


MACROSSOCIOLOGIA. Estudo das relações intergrupais, dos padrões abrangentes de organização social e da estrutura social, da comunidade e da sociedade.


MARGINALIDADE. Tem diversas acepções. Para Stonequist, é a personalidade marginal: o homem marginal é aquele que, através da migração, educação, casamento ou alguma outra influencia, abandona um grupo social ou cultural sem realizar um ajustamento satisfatório em outro e encontra-se na margem de ambos sem pertencer a nenhum. Segundo os estudos da DESAL, ocorre a marginalidade cultural: estado em que uma categoria social se encontra sob a influência de outra categoria, mas devido a barreiras culturais se acha impedida de participar plena e legitimamente do grupo que a influencia (sociedade moderna e tradicional, maioria e minoria étnica etc.). Lewis considera que a marginalidade é sinônimo de cultura da pobreza: composta por um conjunto de normas, valores, conhecimentos, crenças e tecnologia que é organizado e utilizado por indivíduos de uma sociedade, a fim de permitir a sua adaptação ao meio em que vivem; características principais: ausência de participação efetiva e integração nas principais instituições; grande densidade populacional, condições precárias de habitação e um mínimo de organização; ausência da infância, iniciação precoce no sexo, abandono do lar, famílias centradas na mãe; sentimentos de desespero e de dependência. A CEPAL conceituou marginalidade ecológica: más condições habitacionais aliadas às más condições sanitárias, escassez de serviços urbanos, baixo nível de instrução, precários padrões alimentares, baixa qualificação profissional e instabilidade ocupacional. De acordo com Rosemblüth, existe a marginalidade política: grupos marginais são aqueles grupos de pessoas que tem certas limitações aos seus direitos reais de cidadania e pelas quais não podem participar de forma estável no processo econômico, nem têm a possibilidade de alcançar mobilidade vertical ascendente. Finalmente, Quijano considera marginalidade como falta de integração: é um modo não básico de pertencer e de participar na estrutura geral da sociedade. Marginalidade é um problema inerente à estrutura de qualquer sociedade e varia em cada momento histórico.


MASSA. Conjunto de elementos em que: a) o número de pessoas que expressam opiniões é incomparavelmente menor do que o das que as recebem; a massa é uma coleção abstrata de indivíduos, recebendo impressões e opiniões já formadas, veiculadas pelos meios de comunicação de massa; b) a organização da comunicação pública impede ou dificulta a resposta imediata e efetiva às opiniões externadas publicamente; c) as autoridades controlam ou fiscalizam os canais por meio dos quais a opinião se transforma em ação; d) os agentes institucionais têm maior penetração; a massa, portanto, não tem autonomia, sendo reduzida à formação da opinião independente através da discussão.


MÉTODO. É um conjunto de regras úteis para a investigação; é um procedimento cuidadosamente elaborado, visando provocar respostas na natureza e na sociedade e, paulatinamente, descobrir a sua lógica e leis (Calderón).


MICROSSOCIOLOGIA. Estudo das relações interpessoais, dos processos sociais, do status e do papel de todas as interações padronizadas (ou não) ocorridas no seio de grupos organizados ou em situações não estruturadas.


MIGRAÇÃO. Movimento espacial de indivíduos ou grupos (ou até de populações) de um habitat para outro.


MINORIA (RACIAL, CULTURAL, NACIONAL). Grupo racial, cultural ou de nacionalidade, autoconsciente, em procura de melhor status (veja STATUS) compartilhado do mesmo habitat, economia, ordem política e social com outro grupo (racial, cultural ou de nacionalidade), que é dominante (ecológica, econômica, política ou socialmente) e que não aceita os membros do primeiro em igualdade de condições (Pierson).


MOBILIDADE SOCIAL E CULTURAL. Por mobilidade social entende-se toda a passagem de um indivíduo ou de um grupo de uma posição social para outra, dentro de uma constelação de grupos e de estratos sociais. Por mobilidade cultural entende-se um deslocamento similar de significados, normas, valores e vínculos (Sorokin).


MODO DE PRODUÇÃO. As relações técnicas de produção ou processo de produção, ou processo de trabalho executadas sob determinadas relações de produção ) originam o modo de produção. Exemplo: esclavagista, feudal, capitalista etc..


MODUS VIVENDI. É uma espécie de arranjo temporário que possibilita a convivência entre elementos e grupos antagônicos e a restauração do equilíbrio afetado pelo conflito. O antagonismo é temporariamente regulado e desaparece como ação manifesta, embora possa permanecer latente.


MORES. Padrões obrigatórios de comportamento social exterior que constituem os modos coletivos de conduta, tidos como desejáveis pelo grupo, apesar de restringirem e limitarem o comportamento. São moralmente impostos e considerados essenciais ao bem-estar do grupo. Quando se infringe um more, há desaprovação moral e até sanção vigorosa.


MOVIMENTOS SOCIAIS. Ação ou agitação concentrada, com algum grau de continuidade, e de um grupo que, plena ou vagamente organizado, está unido por aspirações mais ou menos concretas, segue um plano traçado e orienta-se para uma mudança das formas ou instituições da sociedade existente (ou um contra-ataque em defesa dessas instituições) (Neumann).


MUDANÇA CULTURAL. Qualquer alteração na cultura sejam traços, complexos, padrões ou toda uma cultura.


MUDANÇA SOCIAL. É toda a transformação, observável no tempo, que afeta, de maneira que não seja provisória ou efêmera, a estrutura ou o funcionamento da organização social de dada coletividade e modifica o curso da história. É a mudança de estrutura resultante da ação histórica de certos fatores ou de certos grupos no seio de dada coletividade (Rocher).


MULTIDÃO. Agregado pacífico ou tumultuoso de pessoas que ocupam determinado espaço físico. Possui as seguintes características: é desordenada, descontrolada, anônima, desinibida; pode ser fanática, é constituída de unidades uniformes; os fins e os sentimentos estão enquadrados pelo mais baixo denominador comum; a interação manifesta-se em termos de emoções generalizadas; os participantes adquirem segurança e poder; apresenta uma ideia fixa; pode dar expressão aos motivos inconscientes, reforçados pelo caráter cumulativo e circular de interexcitação. Apresenta os seguintes tipos: multidões casuais (tem existência momentânea, organização frouxa e raramente apresentam unidade); multidões convencionais ou auditório (o comportamento se expressa de modo preestabelecido e regularizado, possuindo duração limitada); multidão ativa, turba ou turbamulta (caracterizada pela existência de um alvo ou objetivo para o qual se canaliza a ação, que, em geral, é agressiva e destrutiva); multidões em pânico (o interestímulo dentro do grupo exalta e intensifica a sensação de pânico, aumentado o caráter irracional da ação, voltada para a fuga de um perigo comum); multidão expressiva (a excitação é descarregada sem regras preestabelecidas através do simples movimento físico que tem a finalidade de afrouxar a tensão; não se dirige a um objetivo determinado).


MUTIRÃO. Sistema de trabalho (não assalariado) entre vizinhos e amigos que implica reciprocidade.


NAÇÃO. É um povo fixado em determinada área geográfica. Para alguns autores, seria um povo com certa organização. Para que haja uma nação, é necessário haver um ou mais povos, um território e uma consciência comum. Quando outros elementos aparecem – identidade de língua, religião, etnia -, reforçam a unidade nacional.


NORMA. Qualquer modo ou condicionante de conduta socialmente aprovada.


OPINIÃO PÚBLICA. Consiste nas opiniões sobre assuntos de interesse da nação, livres e publicamente expressas por homens que não participam do governo e reivindicam para as suas opiniões o direito de influenciarem ou determinarem as ações, o pessoal ou a estrutura de governo (Spier).


ORDEM SOCIAL. Refere-se a certa qualidade, isto é, ao funcionamento sem choques, no seio da sociedade, da ação recíproca de indivíduos, grupos ou instituições, e por este motivo compreende valores de eficiência, coerência, lógica, moralidade, etc..


ORGANIZAÇÃO DA CIDADE. É constituída pelos seguintes processos: concentração (significa a reunião em massa de seres humanos e de utilidades em determinadas áreas que apresentam condições favoráveis às necessidades de sustento); centralização (é a organização das funções em torno de um ponto central onde ocorre com maior frequência, a interação social, econômica e social); segregação (quando, através da competição, determinados tipos de população e de atividades especificas são separados); invasão (significa a penetração, em determinada área, de tipos de população ou tipos de funções diferentes daqueles que a ocupam); sucessão (é o deslocamento completo dos antigos moradores que são substituídos por um novo grupo de população, ou a substituição de um tipo de utilização de um terreno por um outro ); descentralização (tendência para o deslocamento de populações e de funções de menor poder competitivo - à medida que as áreas centralizadas atingem um máximo da sua capacidade funcional - para as áreas periféricas); rotinização ou fluidez (é um movimento diário de ida e volta da população entre o seu local de residência e os locais de trabalho, de comércio, de diversão, etc.).


ORGANIZAÇÃO SOCIAL. Partindo da constatação de que os membros e os grupos de uma sociedade são unidos por um sistema de relações de obrigação, isto é, por uma série de deveres e direitos (privilégios) recíprocos, aceites e praticados por eles, a organização social refere-se aos sistemas de relações de obrigação que existem entre os grupos que constituem determinada sociedade. Distingue-se da estrutura social que se refere à colocação e posição de indivíduos e de grupos dentro desse sistema de relações de obrigação (Brown e Barnett).


PADRÕES CULTURAIS. Conjunto de complexos culturais. O conceito de padrão implica maior integração e inter-relação dos elementos como unidade semi-independente, num todo.


PAPEL. É o padrão de comportamento esperado e exigido de pessoas que ocupam determinado status. Portanto, as maneiras de comportar-se, esperadas de qualquer indivíduo que ocupe certa posição (status), constituem o papel associado com aquela posição.


PARENTESCO. Reconhecimento social e expressão do vínculo genealógico, tanto consanguíneo quanto por afinidade.


PESQUISA. Investigação sistemática levada a efeito no universo real: sempre se orienta pelas teorias anteriores e se esforça em relacionar com elas, logicamente, todas as novas descobertas e invenções, verificando, assim, o alcance da teoria anterior, modificando-a ou rejeitando-a (Delorenzo).


PESSOA SOCIAL. Indivíduo humano socializado e possuidor de status e papéis.


PLANEAMENTO SOCIAL. Intervenção do Estado ou do poder público na organização da sociedade. Exige uma ordem de prioridades, de acordo com as necessidades. Geralmente especifica várias limitações de tempo à sua realização, da mesma forma que indica métodos de execução, inclusive a distribuição de recursos apropriados. É setorial, diferindo, portanto, da planificação, que é global.


PODER. Capacidade que um indivíduo ou grupo de indivíduos tem de provocar a aceitação e o cumprimento de uma ordem.


POVO. Refere-se a um agrupamento humano com cultura semelhante (língua, religião, tradições) e antepassados comuns; supõe certa homogeneidade e desenvolvimento de laços espirituais entre si.


PRECONCEITO. Atitude social que surge em condições de conflito com a finalidade de auxiliar a manutenção do status ameaçado.

PRESSÃO SOCIAL. Conjunto das influências que se exerce sobre os indivíduos ou grupos com o propósito de modificar a sua conduta, para conseguir certos objetivos claramente definidos. Com um sentido mais restrito, entende-se que é uma forma de opinião pública, cujo peso se faz valer com frequência perante os funcionários públicos ou os corpos legislativos, para levar a cabo determinadas ações a respeito de problemas sociais concretos (Watson).


PROBLEMA SOCIAL. É considerado como um problema de relações humanas que ameaça seriamente a própria sociedade ou impede as aspirações importantes de muitas pessoas. Um problema social existe quando a capacidade de uma sociedade organizada, para ordenar as relações entre as pessoas, parece estar falhando (Raab e Slznick).


PROCESSO SOCIAL. Qualquer mudança ou interação social em que é possível destacar uma qualidade ou direção contínua ou constante. Produz aproximação - cooperação, acomodação, assimilação - ou afastamento - competição, conflito.


PROCESSO DE TRABALHO. Designa geralmente as relações do homem com a natureza e é denominado também de relações técnicas de produção ou processo de produção.

PROPRIEDADE. Consiste nos direitos e deveres de uma pessoa (o proprietário) ou de um grupo que se ergue contra todas as demais pessoas ou grupos, no que concerne a certos bens escassos (Davis). Por conseguinte, o direito de propriedade refere-se tanto a coisas concretas, objetos palpáveis, quanto a coisas impalpáveis, e apresenta três tipos distintos: o direito de uso, o direito de controle e o direito de disposição.


PÚBLICO. Conjunto de indivíduos em que: a) é praticamente igual o número de pessoas que expressam e recebem opiniões; b) a organização da comunicação pública permite uma resposta imediata e efetiva a uma opinião publicamente expressa; c) a opinião, formada através dessa discussão, encontra possibilidades de transformar-se em ação efetiva, mesmo contra o sistema de autoridade vigente, se necessário; d) a instituição de autoridade não tem penetração: o público é, portanto, mais ou menos autônomo nas suas ações.


RELAÇÕES DE PRODUÇÃO. As atuações do homem sobre a natureza (processo de trabalho -, processo de produção ou relações técnicas de produção) não são isoladas: na produção e distribuição necessárias ao consumo, o homem relaciona-se com outros seres humanos, sob uma forma social historicamente determinada, originando as relações de produção concretas dessa época.

RELIGIÃO. Constitui um sistema unificado de crenças e práticas relativas a coisas sagradas, isto é, a coisas colocadas à parte e proibidas – crenças e práticas que unem, numa comunidade moral única, todos os que as adotam (Durkheim).


REVOLUÇÃO. Mudança brusca e profunda na estrutura social pelo seu alcance velocidade. Pode ser ou não acompanhada de violência e desorganização temporária. O essencial na revolução é a mudança brusca e não a violência que muitas vezes a acompanha.


SANÇÕES. A palavra "sanções" tem duplo sentido. Em primeiro lugar, e de uso mais comum, "aplicar sanções" significa aplicar penalidades por determinadas condutas que violem disposições legais, regulamentos, usos ou costumes, ou criar restrições e proibições que cerceiam a liberdade de conduta. Num segundo sentido, entendeu-se por "sanção" qualquer forma de aprovação de um ato ou forma de conduta determinados, ou a aprovação com que se ratifica a validez de algum ato, uso ou costume.


SETORES DA ECONOMIA. Sector primário: abrange as atividades rurais como agricultura, pecuária e indústrias extrativas; sector secundário: corresponde às atividades industriais, indústria de transformação; sector terciário: inclui todos os serviços, comércio, bancos, transportes, seguros, educação, etc.; sector quaternário: engloba as atividades digitais, informática, multimídia, telecomunicações.


SÍMBOLO. Por sua forma e natureza os símbolos evocam, perpetuam ou substituem, em determinado contexto, algo abstrato ou ausente.


SINCRETISMO. Processo de fusão de elementos ou traços culturais, dando como resultado um traço ou elementos novos.


SISTEMA SOCIAL. Uma pluralidade de indivíduos que desenvolve interações, segundo normas e significados culturais compartilhados.


SOCIALISMO. Em sua essência, o socialismo é muito mais um conceito econômico que político; baseia-se no princípio da propriedade pública (coletiva) dos instrumentos materiais de produção. Diferentemente do que ocorre numa economia de mercado, o capital das empresas não é propriedade privada, mas pertence à coletividade, representada pelo Estado. Na realidade, o socialismo não pressupõe a abolição total da propriedade privada, mas somente a dos meios de produção (bens de capital), mantendo-se a propriedade individual dos bens de consumo e de uso. Por outro lado, no sistema socialista, inexiste o capital particular, auferidor de lucros, em função do que é acionada toda a economia de mercado: o estímulo que dinamiza a economia deverá ser o progresso, assim como o desejo coletivo de alcançar níveis elevados de bem-estar econômico e social. As decisões sobre o objeto, o volume e os preços da produção não são da alçada do administrador de empresa, mas constituem metas

SOCIALIZAÇÃO. Processo pelo qual ao longo da vida a pessoa humana aprende e interioriza os elementos sócio-culturais do seu meio, integrando-os na estrutura da sua personalidade sob a influência de experiências de agentes sociais significativos, adaptando-se assim ao ambiente social em que deve viver (Rocher).


SOCIEDADE. Estrutura formada pelos grupos principais, ligados entre si, considerados como uma unidade e participando todos de uma cultura comum (Ficher).


SOCIOLOGIA. Estudo científico das relações sociais, das formas de associação, destacando-se os caracteres gerais comuns a todas as classes de fenômenos sociais, fenômenos que se produzem nas relações de grupos entre seres humanos.


SOLIDARIEDADE. Condição do grupo que resulta da comunhão de atitudes e de sentimentos, de modo a constituir o grupo em apreço uma unidade sólida, capaz de resistir às forças exteriores e mesmo de tornar-se ainda mais firme em face de oposição vinda de fora (Pierson).


SOLIDARIEDADE MECÂNICA. Característica da fase primitiva da organização social que se origina das semelhanças psíquicas e sociais (e, até mesmo, físicas) entre os membros individuais. Para a manutenção dessa igualdade, necessária à sobrevivência do grupo, deve a coerção social, baseada na consciência coletiva, ser severa e repressiva. O progresso da divisão do trabalho faz com que a sociedade de solidariedade mecânica se transforme.


SOLIDARIEDADE ORGÂNICA. A divisão do trabalho, característica das sociedades mais desenvolvidas, gera um novo tipo de solidariedade, não mais baseado na semelhança entre os componentes (solidariedade mecânica), mas na complementação de partes diversificadas. O encontro de interesses complementares cria um laço social novo, ou seja, um outro tipo de princípio de solidariedade, com moral própria, e que dá origem a uma nova organização social - solidariedade orgânica. Sendo seu fundamento a diversidade, a solidariedade orgânica implica uma maior autonomia, com uma consciência individual mais livre.

STATUS. É o lugar ou posição que a pessoa ocupa na estrutura social, de acordo com o julgamento coletivo ou consenso de opinião do grupo. Portanto, o status é a posição em função dos valores sociais correntes na sociedade. Pode apresentar-se como status legal e/ou social. Status legal é uma posição caracterizada por direitos (reivindicações pessoais apoiadas por normas) e obrigações (deveres prescritos por normas), capacidades e incapacidades, reconhecidas pública e juridicamente, importantes para a posição e as funções na sociedade. Status social: abrange características da posição que não são determinados por meios legais. Portanto, difere do status legal por ser mais amplo e abarcar outras características de comportamento social além das estipuladas por lei. Além de legal e social, os status podem ser atribuídos ou adquiridos. Status atribuído: é independente da capacidade do indivíduo; é-lhe atribuído mesmo contra a sua vontade, em virtude do seu nascimento. Status adquirido: depende do esforço e do aperfeiçoamento pessoal. Por mais rígida que seja a estratificação de uma sociedade e os numerosos status atribuídos, há sempre a possibilidade de o indivíduo alterar o seu status através de habilidade, conhecimento e capacidade pessoal. Esta conquista do status deriva, portanto, da competição entre pessoas e grupos, e constitui vitória sobre os demais. Outras formas de status são: Status principal, básico ou chave (é o status mais significante para a sociedade, já que as pessoas possuem tantos status quantos forem os grupos de que participam); status posicional (aparece quando determinados aspectos - família, educação, ocupação e rendimento - e alguns índices exteriores - modos de falar, maneiras de se portar etc. - caracterizam um indivíduo como representante de determinado grupo ou classe social, sendo portador de certo prestígio. Portanto, é a posição social atribuída pelos valores convencionais correntes na sociedade ao grupo ou categoria - do qual o indivíduo é um representante); status pessoal (é a posição social real determinada pelas atitudes e comportamentos daqueles entre os quais o indivíduo vive e se movimenta, fazendo com que pessoas, com idêntico status posicional, tenham, mercê das suas qualidades particulares, diferentes status pessoais).


SUPERORGÂNICO. Abrangido pelas Ciências Sociais, tem seu início justamente quando os estudos físicos (inorgânicos) e biológicos (orgânicos) do homem e de seu universo terminam. O superorgânico é observado no mundo dos seres humanos em interação: linguagem, religião, filosofia, ciência, tecnologia, ética, usos e costumes e outros aspectos culturais e da organização social.


SUPRA-ESTRUTURA. Divide-se em dois níveis: o primeiro, a estrutura jurídico-política, é formado pelas normas e leis que correspondem à sistematização das relações de produção já existentes; o segundo, a estrutura ideológica (filosofia, arte, religião etc.), justificativa do real, é formado por um conjunto de idéias de determinada classe social que, através da sua ideologia, defende os seus interesses.



TABU. Designa imposições (principalmente proibições) de mérito, apresentadas como inquestionáveis, isto é, de cuja origem e validade não é licito indagar. Encontra-se na base das religiões ágrafas, nas quais inexistem esforços de justificação racional. Por vezes, essas imposições coincidem com preconceitos, conduzindo à ordem social ou a práticas higiênicas, mas não se imagina mesmo nesses casos, qualquer fundamento de ordem lógica.


TEORIA. Consiste num sistema de proposições ou hipóteses que têm sido constatadas como válidas (ou plausíveis) e sustentáveis.


TIPO IDEAL. As construções de tipo ideal fazem parte do método tipológico criado por Max Weber que, até certo ponto, se assemelha ao método comparativo. Ao comparar fenômenos sociais complexos o pesquisador cria tipos ou modelos ideais, construídos a partir de aspectos essenciais dos fenômenos. A característica principal do tipo ideal é não existir na realidade, mas servir de modelo para a análise de casos concretos, realmente existentes.


TOTEM. Animal, planta ou objeto do qual deriva o nome de um grupo ou clã e que se constitui supostamente em seu ancestral ou está relacionado de maneira sobrenatural com um antepassado. Sobre o totem recai tabu alimentício e manifestam-se atitudes especiais.


TOTEMISMO. Forma de organização social e prática religiosa que supõe, de modo típico, uma íntima associação entre o grupo ou clã e o seu totem.


TRAÇOS CULTURIAIS. A menor parte ou componente significativo da cultura.

TRADIÇÃO. Aspectos culturais, materiais e espirituais, transmitidos oralmente de geração em geração, através de hábitos, usos e costumes.


TRANSCULTURAÇÃO. Processo de difusão e infiltração de complexos ou traços culturais de uma para outra sociedade ou grupo cultural; troca de elementos culturais.


TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS. Constituem etapas de mudança social. Apresentam as seguintes formas: I. Transformação definida e contínua - processo. II. Transformação definida e contínua numa direção específica: a) determinada quantitativamente, com relação à magnitude - crescimento; b) determinada quantitativamente, em relação a uma diferenciação estrutural ou funcional - evolução; c) determinada quantitativamente de acordo com a sua concordância com um padrão de valores - progresso; d) determinada em relação a outro objeto ou sistema, segundo a sua compatibilidade no seio de um processo comum - adaptação (Maciver e Page).


USOS. Normas de conduta coletiva; não são consideradas obrigatórias.


UTOPIA. Designa o regime social, econômico e político que, por ser perfeito e ideal, não pode ser encontrado em nenhum lugar.

VALOR. Consiste em qualquer dado que possua um conteúdo empírico acessível aos membros do grupo e um significação com relação à qual é, ou poderá ser, objeto de atividade (Thomas).


VIZINHANÇA. Significa contacto, interação e intercâmbio entre pessoas que se conhecem: é uma área em que os residentes se dão pessoalmente, trocam diversos artigos e serviços e, de modo geral, desenvolvem certas atividades conjuntas.

31 de julho de 2009

DICIONARIO DE HISTORIA

ABSOLUTISMO

Apesar do absolutismo, enquanto forma de governo, estar presente sob diversas formas em vários países e épocas, este termo refer-se, geralmente, às monarquias absolutas europeias dos séculos XVI, XVII e XVIII. A famosa frase "o Estado sou eu", proferida pelo rei francês Luís XIV, resume bem este regime político, em que uma única pessoa - o rei - exerce o poder de uma forma absoluta, sem quaisquer limites jurídicos ou de qualquer outra natureza.



ANARQUISTAS
Nome dado aos adeptos do anarquismo, ou seja, a uma das muitas correntes baseadas no princípio do comunismo. O anarquismo prega uma sociedade igualitária, com a eliminação de todas as formas de poder, como o Estado. De maneira geral, os anarquistas colocam-se contra qualquer hierarquia, defendendo uma sociedade libertária, constituída por iguais. Muitos dicionários associam o termo à desordem, bagunça. Em parte, trata-se de uma classificação ideológica, que acaba refletindo significados pejorativos atribuídos tanto ao comunismo como ao anarquismo, ambos em confronto direto com o Estado liberal. No Brasil, o anarquismo ganhou força em fins do século 19 e início do século 20, com a chegada dos imigrantes europeus – em especial dos italianos. Anarquistas e anarco-sindicalistas foram tendências que marcaram o início do movimento operário. Com grande influencia, as organizações anarquistas estiveram presentes em vários acontecimentos, dentre eles as greves gerais de 1917 e 1918, que paralisaram cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.



ARTE RUPESTRE
A arte rupestre (ou parietal) consiste em pinturas e gravuras efectuadas sobre a rocha (ao ar livre ou, mais frequentemente nas paredes e tectos de grutas) pelo homem do Paleolítico Superior. Na maior parte das vezes são representados animais em liberdade e cenas de caça. Também são encontradas, muitas vezes, mãos humanas em negativo enquanto as representações humanas são muito raras.

Segundo a maioria dos historiadores a arte rupestre seria uma forma de manifestação simbólica ou de práticas de magia e feitiçaria: a representação de animais que geralmente eram caçados teriam como objectivo fazer com que as caçadas tivessem sucesso.

Os principais centros de arte rupestre localizam-se em França na região dos Pirinéus e em Espanha na região do Levante (os locais mais famosos são as grutas de Lascaux e Niaux em França e Altamira em Espanha. Em Portugal merece destaque a Gruta do Escoural no Alentejo e as gravuras ao ar livre no Vale do Côa.

Juntamente com as estatuetas femininas e as esculturas de cabeças de animais (a chamada arte móvel) a arte rupestre constitui a primeira forma de manifestação artística do Homem.



ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE
Órgão do estado formado por representantes eleitos pelos cidadãos com o objetivo de elaborar e aprovar uma Constituição. Em alguns casos, a Assembléia Constituinte se dissolve logo depois de aprovada a Constituição. Em outros, ela é eleita não só para elaborar a constituição, mas também para continuar funcionando como poder Legislativo permanente, dividido, na maioria das vezes, em Câmara dos Deputados e Senado. Neste último caso, ela é chamada Congresso Constituinte. A constituição atual do Brasil foi elaborada por um Congresso Constituinte eleito em 1986 e passou a vigorar a partir de 1988.



ATO INSTITUCIONAIS
Decretos emitidos durante o período do regime militar no Brasil, que se iniciou com o golpe de 1964 e se estendeu até 1985. Trata-se de um dos principais instrumentos utilizados pelos generais-presidentes para governar o país, passando ao largo das instituições democráticas. Eles, assim, resultavam em poderes que excediam aos estabelecidos pela Constituição. Um dos mais duros Atos Institucionais foi o de número cinco – AI-5. Diferente dos anteriores, não tinha prazo para se extinguir e ampliou o poder dos generais-presidentes, reduziu as prerrogativas do Congresso Nacional e criou as condições necessárias para efetivar uma dura repressão à oposição. Por meio dos Ais foram estabelecidas eleições indiretas para os principais cargos executivos, inclusive o de presidente; criaram-se condições para suspender os direitos políticos e civis; subordinou-se o legislativo e Judiciário ao Executivo, dentre outras medidas.



AUTOR-DE-FÉ
Os autos-de-fé consistiam em cerimónias mais ou menos públicas onde eram lidas e executadas as sentenças do Tribunal do Santo Ofício (instituição criada pela Inquisição no século XVI). Inicialmente havia dois tipos de autos-de-fé:

1.Os autos-de-fé que se realizavam no interior do Palácio da Inquisição ou num Convento, destinados exclusivamente aos "reconciliados" (aqueles que eram readmitidos no seio da Igreja e condenados a penas que iam desde penitências espirituais até à prisão e ao desterro;

2.Os autos-de-fé que se realizavam na praça pública onde eram condenados não apenas os "reconciliados" mas também os "relaxados" (aqueles que eram entregues à Justiça secular para execução da pena de morte.

Com o passar do tempo, os autos-de-fé passaram a constituir um grandioso espectáculo, realizado com grande pompa e segundo um cerimonial rigorosamente estabelecido. Assistiam a estas cerimónias não apenas as autoridades religiosas e civis (muitas vezes o próprio rei estava presente), mas toda a população da cidade que gritava em júbilo enquanto os condenados eram queimados vivos.



BATISTÉRIO
(do latim: baptisterium) é um local específico para a realização do batismo entre os cristãos. Na arquitetura cristã é uma estrutura separada do plano central da igreja que serve para envolver e guarnecer a pia batismal. Este pode ser incorporado ao corpo da igreja ou da catedral e provido de uma capela e altar. Nos primórdios do cristianismo, os catecúmenos eram instruídos e o sacramento do batismo era administrado no batistério. Os rituais realizados no batistério foram sendo alterados ao longo do tempo e variam, dependendo da confissão religiosa do batizando.



BÁRBARO
Rude; selvagem, sem civilização; cruel, brutal; (no pl. ) os estrangeiros em relação aos antigos gregos e romanos.



BEATO
Pessoa muito devota, mas que não pertence a nenhuma ordem religiosa nem segue a orientação de nenhuma Igreja. Em geral, o beato atua em lugares muito pobres e carentes, levando palavras de conforto, exaltando sentimentos religiosos e propondo alternativas de vida para a população. O mais famoso beato do Brasil foi Antonio Conselheiro, que atuou na região de Canudos, na Bahia, entre 1893 e 1897.



BURGUESIA
A burguesia é uma classe social que surgiu nos últimos séculos da Idade Média (por volta do século XII e XIII) com o renascimento comercial e urbano. Dedicava-se ao comércio de mercadorias (roupas, especiarias, jóias, etc) e prestação de serviços (atividades financeiras). Habitavam os burgos, que eram pequenas cidades protegidas por muros. Como eram pessoas ricas, que trabalhavam com dinheiro, não eram bem vistas pelos integrantes do clero católico.



BUROCRACIA
Podemos definir burocracia como um excesso de procedimentos que uma pessoa ou empresa deve tomar para obter algo. Geralmente, é resultado de uma falta de eficiência por parte dos órgãos governamentais. A burocracia dificulta a criação de empresas e o funcionamento da economia. Outro problema é que, num mercado internacional disputado, a burocracia brasileira torna o produto nacional mais caro e menos competitivo.



CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO
Trata-se de uma das mais cruéis formas de detenção, que muitas vezes resulta na exploração de mão-de-obra prisional e extermínio dos presos. Em geral, resultam em regimes de exceção, tendo como vítimas principais opositores políticos e grupos étnicos considerados minoritários. Em alguns momentos da história, a junção do autoritarismo político e do uso arbitrário do poder militar levou ao surgimento desses locais. O exemplo mais famoso, talvez por ser um dos piores, está na Alemanha nazista de Hitler, onde milhões de judeus, ciganos, homossexuais e comunistas foram mortos, expostos a experiências científicas ultrajantes, trabalho forçado, às piores crueldades que se possa imaginar. Esse evento ficou conhecido como holocausto. Os campos de concentração, porém, não são algo do passado e estão presentes em muitos dos conflitos atuais. Para alguns especialistas, por exemplo, a base militar mantida pelos Estados Unidos em Guantánamo, em Cuba, para receber prisioneiros suspeitos de terrorismo, se assemelha a essas instituições, pela crueldade com que são tratados os presos.



CANGAÇO
Fenômeno social característico do sertão nordestino em fins do século 19 e início do século 20. Constituía-se de grupos formados por pessoas à margem da lei, em geral por motivos de vingança, rixas familiares, assassinatos ou pequenos delitos de roubo. Por um lado, eram considerados heróis por muitos, por enfrentar o poder dos coronéis e ajudar várias comunidades. Por outro, entretanto, acabavam vistos com temos por uma parcela significativa da população, devido às ações violentas. Inúmeros latifundiários, ainda ofereciam armas e munição aos cangaceiros, em troca de segurança e apoio contra os inimigos. O maior líder cangaceiro foi Virgulino Ferreira da Silva, o lampião. Verdadeiro mito, sobre ele existiram histórias de que vagava pelo sertão combatendo as injustiças, fugindo com habilidade das autoridades. Em seu bando encontravam-se figuras não menos lendárias como Corisco, que o sucedeu após a morte, e Maria Bonita, sua companheira.



CAPITAL
É um bem ou conjunto de bens que, em combinação com o trabalho humano, é capaz de produzir riqueza. Normalmente, pode ser calculado em termos de dinheiro. Em uma sociedade capitalista, o capital está nas mãos dos empresários. Em uma sociedade socialista, pertence ao Estado.



CAPITALISMO
Do ponto de vista econômico, social e ideológico existem inúmeras definições para o termo. Trata-se, em geral, de um sistema caracterizado pela produção ilimitada de mercadorias; que visa o lucro; cria nas pessoas a necessidade do consumo; e no qual existem profundas desigualdades sociais. Para alguns autores, as origens do capitalismo encontram-se no século 16, com a expansão marítima e comercial ocorrida na Europa. Sua consolidação ocorreu a partir do final do século 18, com a Revolução Industrial – processo que possibilitou a produção em massa de mercadorias em indústrias e a formação de amplos mercados consumidores. Aos poucos, vários países tornaram-se capitalistas, passando a integrar sociedades que tendem a valorizar, por exemplo, o lucro o acúmulo de capitais e o consumo.



CAPITANIA OU DONATARIA
Uma Capitania corresponde a um território ultramarino entregue pelo rei a um particular (o capitão-donatário), geralmente pertencente à baixa nobreza, o qual tinha como principal obrigação a promoção do povoamento e a exploração econômica desse território. O Brasil, por exemplo, inicialmente foi dividido em 15 capitanias, cada uma das quais entregue a um capitão-donatário. Os capitães-donatários tinham o monopólio de diversos produtos e meios de produção, administravam a justiça e efetuavam a cobrança de impostos. Era, portanto, um tipo de gestão administrativa do território ultramarino muito semelhante ao regime senhorial da Idade Média, em que os capitães-donantários eram verdadeiros senhores feudais.



CASSAÇÃO
É o ato de suspender os direitos políticos de uma pessoa por um período ou por toda a vida. Isso significa que a pessoa cassada não pode se candidatar a cargos públicos nem ser eleita por meio de voto. Durante o regime militar no Brasil (1964 – 1985), o governo cassou os direitos políticos de centenas de opositores. Em uma democracia, a cassação dos direitos políticos é uma das punições cabíveis para crimes cometidos por pessoas que ocupam cargos públicos – presidente da república, governador, prefeito, deputado, senador, etc. Nesse caso, o acusado tem amplo direito de fesa.



OS CELTAS
Os Celtas foram povos guerreiros, provavelmente originários do sudoeste da Alemanha, que dominaram grande parte da Europa ao longo de quatro séculos.

Após terem invadido a França, a Suíça e as ilhas Britânicas, saquearam Roma em 390 a.C. Mais tarde, ocuparam a Península Ibérica e dirigiram-se para o Oriente e atingiram a Ásia Menor onde fundaram o reino chamado Galácia, tendo alcançado o auge de seu poder por volta do ano 250 a.C.

Como estavam organizados em unidades tribais, sem contar com uma unidade política central, os celtas acabaram por sofrer os efeitos de sua própria expansão territorial e desmembraram-se em vários grupos. A maioria dos que habitavam o continente europeu forma dominados pelos romanos e germanos. Os que habitavam as ilhas britânicas, que não sofreram pressões tão violentas, puderam conservar seus próprios idiomas. Ali subsistem ainda o gaélico, falado em certas pares da Irlanda e da Escócia, e o galês, idioma do País de Gales.



CIDADANIA
Ser cidadão e exercer a cidadania significa ter certos direitos e desempenhar certos deveres, como membro de uma comunidade política, ou seja, um Estado. Sem esses direitos e deveres, que são reconhecidos pelo poder público, não existe cidadania. Os direitos fundamentais do cidadão são, entre outros: o direito à vida; direito à liberdade (liberdade religiosa, política, de ir e vir, de associação, etc.); direito à igualdade (todos os cidadãos são iguais perante a lei e não devem ser discriminados, nem discriminar, em função de sexo, raça, religião, idade, condições físicas, etc.); direito À segurança (inviolabilidade do domicílio, sigilo da correspondência, respeito à integridade física, etc.); direito ao trabalho e a uma remuneração digna; direito ao amparo do estado na infância e na velhice; direito à participação política, seja por meio do voto, seja por outros meios.



CIVILIZAÇÃO
Palavra utilizada pela primeira vez em fins do século 18 e difundida no século 19. Referia-se a um conjunto de instituições capazes de instaurar a ordem, paz e felicidade. O termo remetia a uma sociedade ideal e foi usado para designar os povos europeus daquele período. Considerado como sinônimo da mais avançada organização social, colocava a Europa como referencia para o restante do planeta. O termo trazia implícito assim a valorização social de determinados povos e desvalorização de outros. Hoje, muitos pesquisadores utilizam o termo sem esse sentido, querendo designar apenas sociedades que apresentam uma organização social complexa, com a presença de um poder centralizado, práticas religiosas e comerciais, normas de justiça etc.



CLANDESTINIDADE
Situação em que são obrigadas a viver pessoas perseguidas por suas idéias e suas atividades em uma sociedade dominada por um governo autoritário. Também falamos de clandestinidade quando nos referimos a pessoas que entram ilegalmente em outro país, isto é, sem documentos que autorizem sua entrada, seja por estarem em busca de uma vida melhor do que tinham em seu país de origem, seja por estarem fugindo de guerras ou de algum tipo de perseguição política, religiosa, étnica, etc.



COMISSÃO PALARMENTAR DE INQUÉRITO (CPI)
Comissão formada por parlamentares (deputados, senadores, membros do poder Legislativo) que tem como objetivo examinar alguns temas específicos, de interesse da nação. Os temas discutidos pelas CPIs podem ser, por exemplo, suspeita de corrupção na venda de uma empresa pública, suspeita de favorecimento de empresas em contratos públicos, suspeita de envolvimento de parlamentares com o crime organizado, etc. As CPIs examinam, avaliam e levantam questões sobre esses e outros temas, mas não têm o poder de julgar nem de prender ninguém; apenas apuram os fatos. O resultado dessas investigações é encaminhado ao Ministério público, que deve tomar as providências jurídicas necessárias.



COMUNIDADES ECLESIAIS DE BASE (CEBs)
Grupos ligados à Igreja católica, mas formados por leigos (pessoas que não pertencem a ordens religiosas) com o objetivo de unir as preocupações da vida cristão com a participação política. As CEBs atuam nas comunidades pobres, procurando organizá-las e orientá-las nas lutas por seus direitos. Surgiram na década de 1960 e hoje são cerca de 70 mil núcleos em atividade em todo o Brasil.



COMUNIDADES TRADICIONAIS
São aquelas que vivem em contato intenso com hábitos, costumes e práticas de gerações passadas; dependendo desse conhecimento para garantir a sobrevivência e a própria identidade do grupo. Dentre essas comunidades destacam-se os Povos da Floresta, como os povos indígenas, os castanheiros e os seringueiros; também várias comunidades de pescadores do litoral do país.



COMUNISMO
Modelo de sociedade que prevê a eliminação completa de toda a forma de propriedade privada. Tratava-se de proposta antiga. Para alguns especialistas, está presente desde a Antiguidade, em obras como a de Platão. Em A República, por exemplo, ele propõe o fim de toda a forma de propriedade – e mesmo da família – como meio de fortalecer a coisa pública. Nos tempos modernos, a idéia estaria presente nos pensamentos do inglês Thomas More, autor do livro Utopia , em que ele colocava a propriedade privada como a origem das injustiças sociais. A partir do Iluminismo, a ideologia passou a adquirir seu formato atual, com os chamados socialistas utópicos, dentre eles François-Noêl Babeuf, então influenciados pelos escritos de Jean-Jaques Rousseau. Mas foi justamente a obra de Karl Marx e Friederich Engels que deram ao comunismo proporções nunca antes vistas. As teorias e propostas dos dois influenciaram os movimentos sociais nas décadas seguintes, como a Revolução Russa (1917), Chinesa (1949) e Cubana (1959). E perduram até os dias de hoje.


CONCÍLIO DE TRENTO
Um Concílio consiste numa reunião geral dos representantes máximos da Igreja Católica. No caso do Concílio de Trento, presidido pelo Papa Paulo III, este iniciou-se em 1545 na cidade italiana de Trento, e teve como objetivo encontrar respostas para os problemas colocados pelos protestantes e pelos humanistas. Das conclusões saídas do Concílio de Trento destaca-se a centralização de poderes no Papa que passa a ser considerado como "Pastor Universal da Igreja" sendo-lhe atribuída toda a supremacia em matéria de dogmas e de disciplina. Por outro lado, foram estabelecidas diversas normas para evitar abusos e luxos do clero. Em suma, o Concílio de Trento conferiu à Igreja Católica um caráter mais centralizado e autoritário, constituindo uma importante ação reformadora a fim de limitar os abusos e a degradação dos costumes e impedir o avanço do protestantismo.



CONFERÊNCIA DE PAZ
A Conferência de Paz consistiu numa reunião realizada pelas potências aliadas, vendedoras da Primeira Guerra Mundial, alguns meses após o Armistício de Novembro de 1918. O objetivo desta reunião foi o de fixar o novo mapa político da Europa, as indenizações de guerra a pagar pelos alemães aos Aliados e as condições de desmilitarização dos países vencidos. Desta conferência resultaria o Tratado de Versalhes que os alemães foram obrigados a assinar em Junho de 1918.



CONSTITUIÇÃO
Conjunto de leis no qual se baseiam todas as outras leis de uma nação. A Constituição de um país democrático estabelece os direitos e deveres dos cidadãos, fixa os limites de competência dos poderes públicos, impõe regras de ação para as instituições públicas e garante os direitos dos indivíduos, obrigando o Estado a respeitá-los. É também chamada Carta magna.



CONTRA-REFORMA
A Contra-Reforma foi um movimento da Igreja Católica no século XVI que surge como resposta às críticas dos humanistas e de diversos membros da Igreja e de importantes Ordens Religiosas, tais como os Franciscanos, Dominicanos e Agostinhos, que apelavam à moralidade e ao regresso à pureza e austeridade primitivas. Além disso, a Contra-Reforma surge também como resposta ao avanço da Reforma Protestante iniciada por Martinho Lutero. Este movimento assume assim uma vertente de Reforma Católica (que procura redefinir a Doutrina da Igreja e a disciplina do clero) e uma vertente de Contra-Reforma que procura combater e impedir o avanço do protestantismo. Os principais meios utilizados pela Igreja Católica para efetuar a sua Reforma foram a criação de novas ordens religiosas (destacando-se a Companhia de Jesus) e a realização do Concílio de Trento. As ações mais repressivas da Contra-Reforma foram conseguidas através da Inquisição e da censura (Index).



CORONELISMO
O termo designa os hábitos políticos e sociais de chefes locais denominados coronéis. Suas raízes estão ligadas à tradição patriarcal e à velha estrutura agropecuária existentes no país, desde os tempos remotos. Os chamados coronéis exerciam domínio absoluto sobre os agregados que viviam em suas terras ou delas dependiam para sobreviver. Historicamente, eles começaram a surgir com a Guarda Nacional, criada em 1831. O comando dessas milícias ficava então a cargo dos chefes locais, donos de grandes propriedades e do poder político. Até hoje, segundo analistas, pode-se perceber os seus efeitos no cenário nacional, com o controle de determinadas regiões por líderes locais e toda uma rede de favorecimento e corrupções que os ligam às diferentes esferas da administração pública.



CORTESÃO
Denominação dada aos indivíduos que faziam parte da corte, nos regimes monárquicos. A corte era o lugar onde residia o rei, ou príncipe, com sua família, acompanhado pelos cortesãos. Estes eram em geral membros da nobreza e altos funcionários do Estado.



CRIME INAFIANÇÁVEL
O crime inafiançável pertence à categoria dos crimes muito graves, ou dos crimes hediondos, aqueles que causam horror por sua crueldade e violência. Nesse caso, a Justiça não permite pagamento de fiança. Atualmente, são considerados crimes inafiançáveis no Brasil, a tortura, o tráfico de entorpecentes, o terrorismo e o racismo, entre outros.



CRIME ORGANIZADO
Considera-se crime organizado toda a prática criminosa executada por quadrilha que atua como se fosse uma verdadeira empresa – com chefia, funções e responsabilidades definidas e organização de alcance nacional ou mesmo internacional. Tráfico de drogas, certas redes de contrabando e mesmo organizações especializadas em seqüestros são alguns exemplos de crimes praticados por grupos do chamado crime organizado.



CRUZADAS
As cruzadas consistiram em diversas expedições militares organizadas por diversos reinos cristãos do Ocidente, nos séculos XI, XII e XIII, com o objetivo de libertar a Terra Santa do domínio dos turcos. Estas foram organizadas na sequência da tomada de Jerusalém pelos Turcos Seldjúcidas os quais, ao proibirem as peregrinações dos cristãos ao Santo Sepulcro, originaram uma onda de indignação e revolta no mundo cristão levando o Papa Urbano II a apelar à reconquista da Palestina para os Cristãos. A forte religiosidade da época aliada à perspectiva de enriquecer, levou a que todas as ordens sociais aderissem a este apelo do Papa, tendo os reinos cristãos organizado oito expedições entre 1095 e o final do século XIII.



DEGREDO
É um tipo de pena pela qual a justiça determina a expulsão de um criminoso de seu país de origem para um lugar longínquo, do qual ele dificilmente pode escapar. No começo do período colonial, diversos criminosos sofreram a pena do degredo de Portugal para o Brasil.



DEMOCRACIA
Sistema político fundamentado no princípio de que a autoridade emana do povo (conjunto de cidadãos) e é exercida por ele ao investir o poder soberano através de eleições periódicas livres, e no princípio da distribuição eqüitativa do poder; país em que existe um governo democrático; governo da maioria; sociedade que garante a liberdade de associação e de expressão e na qual não existem distinções ou privilégios de classe hereditários ou arbitrários.



DESCENTRALIZAÇÃO DO PODER
Situação na qual o poder é dividido entre o governo central do país e os governantes das províncias ou estados. Modernamente, a descentralização do poder ocorre no sistema político conhecido como federação. Em uma federação, as províncias ou estados têm muita autonomia. Cada província tem, por exemplo, sua própria constituição



DIREITA, ESQUERDA
Quando se trata de política, costumam-se dividir as pessoas, grupos e partidos em “de direita” e “de esquerda”. De modo geral, são de direita aqueles grupos ou pessoas que adotam posições conservadoras, defendem o regime político dominante e se opõem a reformas na organização da sociedade. Os grupos e pessoas de direita são também contrários a medidas que estabeleçam limites ao direito de propriedade privada e ao lucro. Já as pessoas e grupos de esquerda defendem mudanças no regime político dominante para dar maior participação aos cidadãos nas decisões políticas. A esquerda propõe também reformas na organização da sociedade, como a reforma agrária, e melhor distribuição da renda entre todos os grupos sociais. Em geral, são classificados como de esquerda os socialistas, os anarquistas, os comunistas e os defensores do meio ambiente.



DIREITOS DE CIDADANIA
Direitos garantidos a todas as pessoas numa sociedade democrática. São eles, entre outros: igualdade de todos perante a lei; liberdade de opinião e de crença; direito à educação; liberdade de ir e vir; direito à integridade física; liberdade de imprensa; direito à participação política; liberdade de associação; direito ao trabalho; etc. Atualmente, esses direitos são assegurados no Brasil pela Constituição de 1988.



DIREITOS HUMANOS
De certo modo, são o mesmo que direitos de cidadania. Talvez a diferença entre eles seja apenas de ênfase. Enquanto os direitos de cidadania enfatizam a liberdade e a igualdade como elementos decisivos para a participação política, os direitos humanos estão voltados para a defesa e afirmação da integridade e da dignidade das pessoas e dos grupos sociais. Também a defesa do meio ambiente faz parte atualmente dos direitos humanos. Entre os direitos humanos estão os direitos civis, políticos e sociais considerados essenciais para que uma pessoa possa viver dignamente. São eles, entre outros: liberdade de ir e vir; direito a privacidade; a inviolabilidade do lar e ao sigilo da correspondência; direito ao voto; tolerância política e religiosa; respeito às diferenças culturais e étnicas entre os vários grupos humanos; direito à educação e à saúde garantidas pelo Estado. Os direitos humanos se opõem a todo o tipo de discriminação, seja em função de sexo, raça, idade, condições físicas ou mentais, cor, origem social, etc. Também se opõem à tortura, à prisão arbitrária de pessoas e a qualquer violência física, moral ou política contra os indivíduos.



DITADURA
Atualmente, refere-se a um regime de governo não-democrático, ou seja, quando os cidadãos não têm direito de escolha e de participação. Na Roma antiga, significava uma forma de governo extraordinária acionada apenas em situações de emergência e regulamentada pelas leis ou costumes. Nesse momento, um cônsul nomeava um ditador, que deveria restabelecer a ordem sem modificar leis , nem declarar guerras. Em períodos mais recentes, não há limite legal, nem controle sobre a ditadura. Assim, enquanto os ditadores romanos mandavam excepcionalmente e por um tempo determinado, as ditaduras atuais não apresentam limite de tempo; e em geral se caracterizam pela violação dos direitos humanos, por práticas de repressão e cerceamento das liberdades. As ditaduras atualmente podem ser caracterizadas pelo autoritarismo ou o totalitarismo. O primeiro caso é o dos regimes militares estabelecidos nos anos 1960 e 1970 em diversas partes da América, em especial no Brasil, no Chile e na Argentina. Trata-se de governos que romperam as regras democráticas, interrompendo o livre jogo político e a autonomia dos poderes. Mais do que isso: empreenderam forte repressão, que culminou na morte de inúmeros opositores. No caso do totalitarismo, destacam-se o fascismo italiano e o nazismo alemão, que se caracterizavam por penetrar na vida de todos os cidadãos, disciplinando desde os atos mais cotidianos até as atitudes políticas. Em outras palavras, interferiam em todos os âmbitos da sociedade.



DOMINAÇÃO
Segundo o dicionário Aurélio, dominação é a autoridade exercida soberanamente; autoridade, soberania, exercício do poder sobre indivíduos ou grupos; domínio. Ao longo do tempo, existiram diversos meios de dominação de um grupo da população sobre outros. No capitalismo, por exemplo, existem inúmeros discursos de dominação. Um deles é o da globalização, que faz entender que há uma unidade mundial, quando, na verdade, os mais beneficiados são os países ricos, ao passo que os países mais pobres permanecem nessa situação. Um outro exemplo perpassa a histórica africana após a chegada dos europeus. Num primeiro momento, houve uma dominação comercial, modificando toda a hierarquia social na África, onde os comerciantes de escravos tornaram-se a elite dominante. No século 19, a forma de dominação mudou, passando a ser principalmente territorial.



DOUTRINA
Este termo sofreu grandes modificações em seu significado ao longo do tempo. Em latim, doutrina significa ensino de uma determinada área do conhecimento, ensino de uma matéria. Com o tempo, entretanto, passou a ser compreendido como um conjunto de teorias, noções e princípios que norteiam um saber, uma ideologia política, uma religião, entre outros. Na doutrina política, vale destacar o caso norte-americano, em que o termo é utilizado para designar a linha política a ser seguida por determinado governo, por exemplo, Doutrina Monroe, que consistia na máxima A América para os americanos; e a Doutrina Bush, que prevê – em nome da segurança da sociedade norte-americana – medidas preventivas no âmbito interno e externo.



ELITE
Grupo de pessoas com grande influência ou poder de decisão sobre o governo e sobre a vida cultural de uma sociedade. Normalmente, essas pessoas fazem parte das classes dominantes, que são aqueles grupos sociais que controlam a vida econômica da sociedade. No Brasil, as classes dominantes são formadas por empresários industriais, fazendeiros, banqueiros e grandes comerciantes, proprietários de redes de televisão, de jornais e revistas. Muitos de seus membros fazem parte das elites intelectuais e políticas do país.



ESCAMBO
Troca sem uso de moeda; troca de um produto pelo outro.



ESPECULADOR
Os especuladores são pessoas que fazem operações financeiras ou comerciais com ações de empresas ou com moedas fortes, como o dólar norte-americano. Os especuladores negociam com ações, procurando os momentos mais favoráveis para ganhar dinheiro. Eles também podem negociar com dólares ou com outras moedas, comprando quando o valor delas diminui e vendendo quando o valor delas aumenta.



ESTADO
É um conjunto de instituições que exerce o poder político e controla a sociedade dentro de um determinado território. Também é definido como sociedade politicamente organizada, ou, ainda, como conjunto de poderes de uma nação. O Estado é um tipo de organização que envolve o governo, as Forças Armadas – Exército, Marinha e Aeronáutica -, a polícia, o Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado), a Justiça e diversas outras instituições, como a Prefeitura de uma cidade e sua Câmara de Vereadores. A palavra estado é também utilizada no Brasil para designar as grandes unidades políticas em que se divide o território nacional, como por exemplo, o estado de Pernambuco, o estado de Santa Catarina, o estado de Tocantins, etc.



ESTADO DE DIREITO
É o mesmo que Estado democrático. Sua principal característica é a existência de uma Constituição livremente votada e aprovada por uma Assembléia Constituinte formada por representantes da população eleitos em condições de liberdade e vigência dos direitos democráticos. Outra característica do estado de direito é o respeito às liberdades individuais e coletivas e aos direitos humanos.



ESTADO DE SÍTIO
Situação em que as liberdades e os direitos dos cidadãos são suspensos e as forças militares ficam mobilizadas e de prontidão. O Estado de sítio é decretado quando a segurança interna do país, ou de uma região, está sob ameaça de risco imediato, como no caso de uma insurreição ou de uma rebelião de grandes proporções. Nessas condições, as autoridades militares recebem mais poderes e incumbências, passando a tratar de assuntos normalmente atribuídos às autoridades civis. Algumas vezes, porém, o Estado de sítio é decretado apenas porque o governo pretende sufocar a oposição e concentrar mais poderes em suas mãos.



EXCLUSÃO
Situação em que as liberdades e os direitos dos cidadãos são suspensos e as forças militares ficam mobilizadas e de prontidão. O Estado de sítio é decretado quando a segurança interna do país, ou de uma região, está sob ameaça de risco imediato, como no caso de uma insurreição ou de uma rebelião de grandes proporções. Nessas condições, as autoridades militares recebem mais poderes e incumbências, passando a tratar de assuntos normalmente atribuídos às autoridades civis. Algumas vezes, porém, o Estado de sítio é decretado apenas porque o governo pretende sufocar a oposição e concentrar mais poderes em suas mãos.



EXPECTATIVA DE VIDA
Quando nos referimos à expectativa de vida dos escravos, isso significa quanto tempo, em média, eles viviam, dadas as condições de vida que lhes eram oferecidas (alimentação, saúde, moradia, trabalho, etc.). Por causa dessas condições – que eram extremamente precárias - , a expectativa de vida entre os escravos era muito baixa. Nos dias atuais, a expectativa de vida é um indicador importante, que se leva em consideração para avaliar o desenvolvimento dos países – e é um dos dados que os recenseamentos avaliam. Em países mais desenvolvidos, a expectativa de vida das pessoas é alta (mais de 70 anos). Nos países pobres, ela é mais baixa. Em certas regiões da África, por exemplo, está abaixo dos 50 anos.



ÊXODO
Saída do país de um grande número de pessoas ou de um povo; emigração.



ÊXODO RURAL
Até a metade da década de 1950, o Brasil era um país essencialmente rural. Quer dizer, morava mais gente no campo do que na cidade. Isso começou a mudar durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956 – 1961). Juscelino construiu Brasília e deu um grande impulso ao desenvolvimento industrial. Com isso, as cidades cresceram. No campo, as condições não eram nada boas para os trabalhadores rurais. Então, muita gente começou a sair de lá à procura de uma vida melhor. Essa migração em massa do campo para as cidades é conhecida como êxodo rural.



FASCISMO
O fascismo foi um regime político instaurado por Benito Mussolini em Itália depois do final da Primeira Guerra Mundial e que se caracterizou pela ditadura e totalitarismo, pelo nacionalismo agressivo, militarismo e imperialismo, pelo culto do chefe, pelo anticomunismo, pela repressão e pelo corporativismo. Para por em prática os seus princípios, foi instaurado em Itália o regime de partido único, foram ignorados os direitos individuais dos cidadãos, o Parlamento foi transformado num simples órgão consultivo, foi criada a polícia política e a oposição foi sujeita a repressão muitas vezes violenta. O fascismo serviu de modelo a diversas outras ditaduras que se implantaram na Europa no período entre as duas Guerras Mundiais, entre as quais a ditadura Salazarista, razão pela qual o fascismo passou a designar qualquer regime ditatorial totalitarista de direita.



FEDERAÇÃO
É uma forma de organização na qual o Estado é formado por unidades autônomas. Nesse caso, o poder político é dividido entre governo central e os governos das províncias ou estados. Atualmente, o exemplo mais ilustrativo de federação são os Estados Unidos. Esse país se formou em 1776 como resultado de uma aliança política de Estados independentes, cujo conjunto forma uma unidade estatal superior, isto é, uma federação. Cada um desses estados tem a sua própria Constituição. Alguns deles, por exemplo, legalizaram a pena de morte como punição para certos crimes. Já outros estados não admitem esse castigo em sua legislação.



FEITORIA
Uma Feitoria é um lugar ou estabelecimento, que pode ou não ser fortificado, geralmente situado junto a um porto, e que funcionava como um entreposto comercial para as trocas comerciais com os naturais da região ou com os mercadores que aí se deslocavam. Muito do comércio português nos territórios descobertos na época dos Descobrimentos era efetuado através das feitorias aí fundadas. A primeira dessas feitorias foi a Feitoria de Arguim na costa africana. No Golfo da Guiné foi fundada uma outra feitoria, a Feitoria da Mina, onde se desenvolvia o comércio de escravos, marfim, malagueta e ouro. No Oriente foi fundada uma extensa rede de feitorias que permitiram a Portugal tornar-se o mais poderoso Estado mercantil do mundo.



"FICO"
Momento de ruptura oficial do príncipe regente dom Pedro com Portugal. Em 1821, quando era pressionado pelas Cortes portuguesas a regressar a Portugal, dom Pedro recebeu dos líderes políticos brasileiros um abaixo-assinado pedindo sua permanência aqui. A esse pedido, o príncipe teria respondido com a seguinte declaração: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico”. Esse episódio ficou conhecido como o Fico. A partir dele, a independência do Brasil se tornou inevitável.



GENOCÍDIO
Designa um tipo de crime no qual são exterminadas muitas pessoas de uma raça, de um povo ou de uma nação. Por exemplo, a matança de indígenas pelos espanhóis na América foi um genocídio. Atualmente, a expressão é usada também com o sentido de denunciar a mortalidade de pessoas pobres, ou de crianças, como conseqüência das desigualdades sociais



GLOBALIZAÇÃO
Existem várias definições para o termo, que em geral quer expressar a integração de muitas sociedades do mundo do ponto de vista social, econômico, cultural. Alguns especialistas afirmam que se trata de um processo iniciado com as Grandes Navegações, no século 15, que se intensificou nas últimas décadas, graças ao desenvolvimento de tecnologias como a informática e a telefonia. Muitos ainda defendem que a globalização se restringe à área econômica, preferindo chamar o fenômeno de mundialização da economia. Outros teóricos, por fim, preferem perceber a globalização como um fenômeno recente, iniciado nos anos 1960 e que se intensificou após a desagregação do bloco soviético. Em um plano mais geral, seria apenas mais uma onda de expansão capitalista, como a ocorrida após a Revolução Industrial ou durante o imperialismo.



GOLPE DE ESTADO
Destituição de um governo por meios não convencionais, em geral com o uso da força militar e por grupos restritos da sociedade. Na maioria dos golpes, não ocorrem mudanças radicais, preservando-se as estruturas sociais existentes. A história recente do Brasil está marcada por golpes de Estado, como os de 1930 e 1964. O primeiro simbolizou o início da ditadura Vargas e o segundo, o começo do regime militar.



GUERRA CIVIL
Luta armada entre grupos adversários dentro de um mesmo país. Embora haja com freqüência a participação de militares, chama-se guerra “civil” porque se trata de um conflito entre partes da sociedade, motivado por razões políticas, econômicas ou religiosas. No Brasil, já ocorreram diversas guerras civis. Uma delas foi a de 1932, quando as elites e uma parte da população do estado de São Paulo entraram em luta com o governo de Getúlio Vargas.



GUERRA FRIA
A expressão Guerra Fria era utilizada para descrever o estado de forte tensão político-militar entre o bloco Ocidental liderado pelos Estados Unidos e o bloco de Leste liderado pela antiga União Soviética (URSS) que se viveu durante quase toda a segunda metade do século XX. Embora nunca se tenha chegado ao confronto armado entre os dois blocos, as agressões mútuas, de que se destacam a corrida aos armamentos, a intervenção em diversos conflitos regionais (de que são exemplos a guerra da Coréia, a guerra do Vietnam, a guerra de Angola, entre outras), a crise dos mísseis em Cuba e a questão de Berlim, faziam parecer que um novo conflito estava iminente. A Conferência de Helsinque em 1979 e a subida de Mikhail Gorbatchev ao poder na União Soviética viram atenuar o clima de tensão existente. Já no final da década de 1980, o desmembramento da União Soviética, o final do regime comunista nos diversos países do Leste Europeu e a quebra do Muro de Berlim colocaram um fim definitivo à Guerra Fria.



HÁBEAS CORPUS
Instrumento jurídico pelo qual um juiz pode suspender a prisão injusta de uma pessoa e ordenar sua libertação. Trata-se de uma garantia que protege o cidadão, impedindo que ele seja vítima de abusos do Estado. A expressão hábeas corpus, em latim, quer dizer “que tenhas teu corpo”.



HISTÓRIA
É a ciência humana que estuda o desenvolvimento do homem no tempo. A História analisa os processos históricos, personagens e fatos para poder compreender um determinado período histórico, cultura ou civilização.



IDADE ANTIGA OU ANTIGUIDADE
A História Antiga é um domínio de estudos que se estende desde o aparecimento da escrita cuneiforme (cerca de 4.000 a.C.) até a tomada do Império Romano do Ocidente pelos povos bárbaros (476 d.C.)



IDADE CONTEMPORÂNEA
A idade contemporânea é o período específico atual da história do mundo ocidental, iniciado a partir da Revolução Francesa (1789 d.C.).



IDADE MÉDIA
A Idade Média, também conhecida como Período Medieval, corresponde ao período da história européia que se inicia com a desintegração do Império Romano do Ocidente e que finda no séc. XV. As principais características da Idade Média foram a chegada dos povos bárbaros (germânicos), a consolidação do feudalismo e a expansão do cristianismo.



IDADE MODERNA
A Idade Moderna é um período específico da História do Ocidente. Destaca-se das demais por ter sido um período de transição por excelência. Tradicionalmente aceita-se o início estabelecido pelos historiadores franceses, 1453 quando ocorreu a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, e o término com a Revolução Francesa, em 1789.



IDENTIDADE CULTURAL
É uma série de características que nos tornam diferentes de todos os outros povos e nos dão o sentimento de pertencer a uma determinada cultura. Entre essas características estão a língua, os costumes, as manifestações artísticas, a culinária, as crenças religiosas, etc.



IMPERIALISMO
Política de expansão e domínio territorial e/ou econômico de um país ou povo sobre outro. Apesar de existir vários casos de políticas imperialistas, como a da Roma antiga, no âmbito da História, refere-se à política dos países industrializados ao longo do século 19, que resultou, sobretudo, no domínio da África e da Ásia. O processo de descolonização verificado após a Segunda Guerra Mundial marca o fim desse acontecimento. Alguns teóricos, entretanto, percebem uma continuidade do imperialismo na política do governo norte-americano, que resulta em domínio territorial e na expansão dos valores dessa sociedade.



INQUISIÇÃO
A Inquisição foi um tribunal eclesiástico criado na Idade Média para combater as heresias e vigiar os judeus e muçulmanos convertidos ao cristianismo. No século XVI a Inquisição foi restaurada em diversos países do Sul da Europa, entre os quais Portugal, para perseguir e condenar, em autos-de-fé todos os que se manifestassem a favor do Luteranismo ou de algumas idéias defendidas pelos humanistas. As ações deste tribunal eram coordenadas por um grupo de seis cardeais denominado o Santo Ofício, grupo este que funcionava sob a autoridade direta do Papa. Na prática, a Inquisição acabou por funcionar como instituição de apoio aos reis e ao clero, eliminando pessoas muitas vezes inocentes, mas incomodas ao poder político.



INTELECTUAL
Pensador, estudioso, toda a pessoa que se dedica, sobretudo a atividades que dependem mais do esforço mental – por oposição aos trabalhadores braçais, cujas atividades dependem principalmente do esforço físico. Os intelectuais trabalham com idéias, correntes de pensamento, emoções e sentimentos. Podem ser escritores, poetas, cientistas, artistas, filósofos, religiosos, professores, etc.



INTERVENTOR
Pessoa nomeada pelo presidente da República para assumir provisoriamente o governo de um estado, em situações especiais, decorrentes de golpes de Estado ou de revoluções.



ISLAMISMO
Religião fundada no século VII pelo profeta árabe Maomé, na Arábia. O islamismo cultua um único Deus – Alah, em árabe -, e seus adeptos são denominados muçulmanos. Assim como os cristãos tem a Bíblia, o livro sagrado dos muçulmanos é o Corão, que contém os fundamentos do islamismo e as palavras do profeta Maomé. A maior parte dos seguidores do islamismo se encontra na Ásia; é grande também o número de adeptos da África e em outros países não árabes, como Indonésia, Paquistão e Bangladesh.



ÍNDICE DE NATALIDADE
Relação entre o número de crianças nascidas vivas e o total da população num dado momento.



JESUITAS
A Companhia de Jesus (também conhecida como Jesuítas), uma congregação religiosa fundada pelo espanhol Inácio de Loiola (futuro Santo Inácio de Loiola), teve a sua "regra" ("a obediência a Deus por intermédio dos seus superiores" aprovada pelo Papa Paulo III em 1540. Esta "regra" jesuíta associada ao fato do superior geral da congregação, escolhido através de eleição, depender diretamente da Santa Sé, tornava a Companhia de Jesus como uma espécie de exército religioso ao serviço do Papa. Detentores de uma forte preparação intelectual, os Jesuítas tiveram uma grande influência quer junto dos reis quer junto da população em geral. Ao longo dos séculos XVI e XVII praticamente possuíram o monopólio do ensino de nível secundário. Além do papel no ensino, os Jesuítas também tiveram um importantíssimo papel na evangelização das populações naturais das terras descobertas por portugueses e espanhóis e na reconversão dos países protestantes. No caso português, alguns dos Jesuítas que mais se destacaram no processo evangelizador foram S. Francisco Xavier na Índia, e os padres Manuel da Nóbrega e António Vieira no Brasil.



LAICO
Leigo; secular; não religioso.



LATIFÚNDIO
Nome dado às grandes porções de terras pertencentes a um único dono, família ou empresa. Faz parte de nossa realidade rural desde o período colonial. Os especialistas consideram que essa estrutura fundiária encontra-se na base dos atuais problemas do campo, resultando em má distribuição de terras, remunerações baixas aos trabalhadores rurais, aproveitamento ineficiente das terras, além de muitos conflitos. Esta forma de organização do espaço agrícola é comum em países como o Brasil, onde existe grande desigualdade social e de distribuição de rendas.



LIBERALISMO
Existem várias vertentes do liberalismo, ligadas, dentre outras, ao pensamento econômico, ao político, ao direito. Todas elas se baseiam na defesa de determinadas liberdades. Na área econômica, por exemplo, desde o século 17, na Inglaterra, ganhou força a idéia do livre-comércio, dando origem ao liberalismo econômico. No âmbito político, os pressupostos liberais se formaram no contexto do iluminismo. Enfatizava-se então o individuo como entidade principal da sociedade, dotado de determinados direitos naturais inalienáveis. O governo deveria ser representativo, regido por uma Constituição e com poderes divididos em diferentes esferas (executivo, legislativo, judiciário), de forma a evitar o poder arbitrário dos governantes.



LIBERDADE
Para iniciar, fiquemos com a definição apresentada pela poetisa Cecília Meirelles: Liberdade, essa palavra/que o sonho humano alimenta/que não há ninguém que explique/e ninguém que não entenda... (Romanceiro da Inconfidência). Trata-se, assim, de um termo que só pode ser definido a cada tempo, por cada indivíduo, a partir da teia social em que se encontra emergido. Em outras palavras, a liberdade dos revolucionários franceses de 1789 é muito diferente daquela apregoada pelos russos de 1917 ou pelos norte-americanos do mesmo período. Cada qual tem um jeito e uma forma de construir esse ideal.



LOJA MAÇÔNICA
Local de reunião de membros da Maçonaria, associação secreta (ou parcialmente secreta) existente em várias partes do mundo. A Maçonaria surgiu na Europa durante a Idade Média. No século XVIII, aproximou-se do liberalismo, defendendo a liberdade de pensamento e outros ideais de justiça e fraternidade. No Brasil, a Maçonaria foi introduzida no começo do século XIX e teve um papel importante no processo que levou à independência do País. Dom Pedro I e José Bonifácio, por exemplo, eram maçons.



MAMELUCO
Na América do Sul, Mameluco é também o termo usado para identificar pessoas de origem européia mista com nativos americanos. Nos séculos 17 e 18, Mameluco referia-se a bandos organizados de portugueses (mesclados ou não) caçadores de escravos, também conhecidos como bandeirantes, que vagueavam pelo interior da América do Sul desde o Atlântico até às encostas dos Andes, e do Paraguai até ao Orinoco fazendo incursões entre áreas habitadas pelos Guaranis em busca de escravos.



MERCENÁRIO
Ao contrário do soldado, que faz parte das Forças Armadas de um país e luta por sua pátria, os mercenários são combatentes que servem a quem os contrata, em troca de um pagamento em dinheiro. São geralmente estrangeiros e combatem em qualquer país, não por convicção ou por envolvimento político, mas por dinheiro.



MESOPOTAMIA
A Mesopotâmia [do grego meso (no meio de) e potamos (rio)] corresponde a uma região situada na Asia Menor a Sul da Anatólia e entre os rios Tigre e Eufrates (no actual Iraque).

Devido às suas riquezas naturais, esta região atraiu, desde a pré-história, populações humanas provenientes de regiões menos férteis. Por volta do ano 6.000 a.C a população da região registou um importante aumento e no ano 4.000 a.C nasceram as primeiras cidades, destacando-se a cidade de Uruk. O primeiro povoRegião da Mesopotâmia mesopotâmico de que há notícia é o povo Sumério. Os Sumérios, cuja civilização se espalhou até ao Norte do Eufrates utilizaram e desenvolveram a metalurgia, desenvolveram a administração pública e inventaram um tipo de escrita denominada cuneiforme.

No ano de 2330 a.C, os Acádios, povo procedente da zona central da Mesopotâmia, conquistaram a região e unificaram, numa só cultura, os povos Acádio e Sumério, tendo transferido a capital para a cidade de Acad.

Em 2118 a.C a capital é transferida para a cidade de Ur e por volta de 1894 a.C toda a região é unificada por Hamurabi, rei da Babilónia. Nesta época desenvolveu-se na Mesopotâmia uma importante civilização, fortaleceu-se o sistema administrativo, desenvolveram-se técnicas de regadio, desenvolveu-se a navegação e construiram-se grandes templos e monumentos.

Em 1595 a.C, os hititas, povo procedente da meseta da Anatólia (na actual Turquia) e posteriormente os casitas, invadem e dominam a Mesopotâmia. Durante os cerca de 4 séculos posteriores a Mesopotâmia conheceu um período de grande progresso tendo desenvolvido fortes relações comerciais com os povos visinhos.

Posteriormente são os Assírios, povo procedente do Norte da Mesopotâmia, que invadem a região e criam um Império que se estende até ao Mediterrânio, chegando mesmo a dominar o Egipto. Contudo, as contínuas revoltas das tribos caldeias e as incursões dos medas (povo que habitava a antiga zona de Média no noroesta da Pérsia, actual Irão) colocaram um fim ao Império Assírio, tendo a Mesopotâmia voltado às mãos dos Caldeias em 605 a.C., tendo-se mantido assim até à sua conquista em 539 a.C pelos persas liderados por Ciro o Grande.



MINISTÉRIO PÚBLICO
O Ministério Público é uma instituição ligada ao Poder Judiciário, que tem como responsabilidade, entre outras funções, fiscalizar os órgãos da administração pública e investigar os casos de corrupção ou desrespeito a lei ocorridos nesses órgãos.



MITO
Lenda; representação idealizada de um estádio da humanidade num passado ou num futuro fictício; imagem simplificada, frequentemente ilusória, que grupos humanos elaboram ou aceitam e que tem um papel determinante no seu comportamento; coisa inacreditável, irreal; fábula; utopia; símbolo; enigma.



MODERNIDADE
Termo que pode ser usado para definir um momento da história mundial ou uma visão de mundo relacionada com ideais de progresso e desenvolvimento, valores importantes para a construção da sociedade industrial. Pressupõe, sobretudo, a existência do novo, em detrimento daquilo que é considerado velho ou antigo. Traz, assim, a idéia de superação, de aprimoramento constante. Pode-se perceber a importância dessa ideologia nos mais diferentes acontecimentos da história recente. No Brasil, por exemplo, as reformas urbanas eram colocadas como forma de a sociedade brasileira entrar na modernidade, abandonando os traços da época da escravidão. Isso significava, inclusive, superar os hábitos populares mais arraigados, resultando na discriminação de vários comportamentos.



MONARQUIA CONSTITUCIONAL
O soberano na monarquia constitucional não tem poder absoluto. Seu poder é controlado pelo parlamento (poder Legislativo) e limitado pela Constituição, que estabelece os direitos e deveres do rei ou rainha.



MOMOPÓLIO
Ter o monopólio significa ser o único a fabricar, vender ou explorar um produto qualquer. Há monopólio, portanto, quando aquele que detém o produto não tem concorrentes. Foi o que aconteceu com o pau-brasil, um produto muito importante na época, pois de sua madeira vermelha se extraía uma tinta da mesma cor, muito utilizada para tingir tecidos. O comércio de pau-brasil era monopólio do rei de Portugal.



MONOTEÍSMO
Doutrina ou sistema religioso que admite a existência de um só Deus; adoração de um só Deus.



MOVIMENTOS MESSIANICOS
Movimentos sociais que apresentam em sua origem forte aspecto religioso, em especial a esperança de ver reproduzido na Terra um reino divino, marcado pela bonança e a felicidade. Por isso o nome remete à idéia do messias, esperando pelos judeus para redimir a humanidade. No Brasil, o principal exemplo é Canudos, sociedade extremamente regrada, com bases políticas, e um líder (Antonio Conselheiro) com motivação religiosa. Existem ainda muitos outros como o Contestado (entre Paraná e Santa Catarina), os Borboletas Azuis (Paraíba) e o Povo do Velho Pedro (Bahia).



NACIONALISMO
Ideologia que se formou a partir da Revolução Francesa e que liga o indivíduo ao Estado, dando origem aos chamados Estados-Nações dos dias atuais. Segundo o historiador Eric Hobsbawm não se pode compreender a história do século 20 sem as idéias de nação e nacionalismo. Em torno disso, foram feitas muitas guerras, e o mapa do mundo foi desenhado inúmeras vezes. Existem muitas formas de nacionalismo. O mais exacerbado é o que está na origem da construção do fascismo e resulta na discriminação de outros – povos/nacionalidades.



CONCÍLIO DE TRENTO
Um Concílio consiste numa reunião geral dos representantes máximos da Igreja Católica. No caso do Concílio de Trento, presidido pelo Papa Paulo III, este iniciou-se em 1545 na cidade italiana de Trento, e teve como objectivo encontrar respostas para os problemas colocados pelos protestantes e pelos humanistas. Das conclusões saídas do Concílio de Trento destaca-se a centralização de poderes no Papa que passa a ser considerado como "Pastor Universal da Igreja" sendo-lhe atribuída toda a supremacia em matéria de dogmas e de disciplina. Por outro lado, foram estabelecidas diversas normas para evitar abusos e luxos do clero. Em suma, o Concílio de Trento conferiu à Igreja Católica um cariz mais centralizado e autoritário, constituindo uma importante acção reformadora afim de limitar os abusos e a degradação dos costumes e impedir o avanço do protestantismo.



NAZISMO
O nazismo foi um regime político instaurado em 1934 na Alemanha por Adolfo Hitler e que se inspirava no fascismo italiano de Mussolini mas levado a um grau mais extremo. Além das características fascistas (totalitarismo, nacionalismo, militarismo, imperialismo, culto da personalidade e repressão violenta), o nazismo defendia também o anti-semitismo e o racismo (considerava a raça ariana, de que os alemães seriam os melhores representantes, como superior a todas as outras).

Atualmente, o termo nazismo é utilizado para designar todos os ideais racistas e nacionalistas violentos.



NEOCONS
Termo usado para definir os novos conservadores, ou seja, aqueles que pregam o conservadorismo como ideologia e prática governista. Começou a ser utilizado e difundido para designar os membros da cúpula do governo norte-americano de George W. Bush, no entanto, suas doutrinas permeiam a política norte-americana desde o governo de George Bush (pai). Esta ideologia consolida as práticas do século 18 inspiradas no Destino Manifesto. Mas, ao contrário dos antigos conservadores, despreza-se agora a participação popular e colocam-se os interesses do estado acima dos direitos civis. Um dos maiores exemplos dessa prática está no Ato patriótico, lei promulgada após os ataques de 11 de setembro de 2001 que permite, por exemplo, a invasão do espaço privado de pessoas consideradas suspeitas de terrorismo sem autorização prévia da justiça.



NEOLIBERALISMO
Denominação adotada para a atual retomada de alguns princípios do liberalismo econômico, dentre eles a defesa de um livre mercado e a diminuição das funções do estado, que deve restringir sua atuação a áreas específicas, como a defesa do território. Ocorre, assim, uma grande valorização da iniciativa privada. O assunto é polêmico. Os opositores do neoliberalismo afirmam, por exemplo, que apenas o estado pode garantir alguns aspectos de interesse coletivo, como a diminuição das desigualdades sociais e investimentos em áreas estratégicas, custosas e de lenta rentabilidade.



NEOLÍTICO
Etimologicamente, neolítico significa pedra nova (neo = novo + litos = pedra), designação que se deve ao facto do homem, no período designado por neolítico (cerca de 10.000 a.C. até 3.000 a.C.), já usar instrumentos de pedra polída. Apesar deste significado da palavra, o que melhor caracteriza o período neolítico é a passagem do nomadismo (principal característica do Paleolítico) ao sendentarismo e consequente formação de pequenos povoados. As mudanças climáticas que se registaram no final do Paleolítico levaram a que os Homens, gradualmente, cultivassem a terra e domesticassem os animais. Consequentemente aperfeiçoaram os artefactos de pedra e inventaram novos utensílios e técnicas (cerâmica, tecelagem, cestaria, moagem, arado e roda). Já no final do Neolítico desenvolve-se também a metalurgia, dando origem à idade dos metais.



NOBREZA
A nobreza era, tal como o clero e o povo, um dos três estados ou ordens que compunham a sociedade na Europa da Idade Média. Tal como o clero, a nobreza era uma ordem privilegiada, recebendo do rei diversas regalias tais como terras (com que eram formados os senhorios), pensões e isenção de impostos. Em virtude destas regalias recebidas do rei, os nobres eram considerados seus vassalos directos. A função principal da nobreza era, na Idade Média, a defesa das outras duas classes: o clero e o povo. Além da função militar, era da alta nobreza que eram escolhidos os principais membros da corte e os detentores dos principais cargos administrativos.



NOMADISMO
O nomadismo é um modo de vida das populações que praticam a actividade recolectora e, por isso, têm necessidade de se descolarem permanentemente para procurarem e recolherem os alimentos, não se fixando por muito tempo num determinado local. Esta era a forma de vida seguida pelo Paleolítico cujos recursos alimentares eram obtidos através da caça, da pesca e da recolha de vegetais directamente da natureza o que, juntamente com as modificações sazonais do clima o impedia de se fixar permanentemente num mesmo local.



OLIGARQUIA
Forma de governo em que o poder está nas mãos de um pequeno número de indivíduos ou de uma família poderosa. Governo em que um pequeno grupo comanda a política e que se volta para os próprios interesses, sem levar em conta a maioria populacional.



ONU
Organização das Nações Unidas. Criada em 1945 pelos Estados Unidos, Inglaterra, União Soviética e outros países que lutaram contra a Alemanha, a Itália e o Japão na Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945). A ONU pretende garantir a paz e a segurança internacionais, estimulando a cooperação econômica, social e cultural entre as nações. A sede da ONU está em Nova York, Estados Unidos.



ORÇAMENTO
Um orçamento é uma estimativa, um cálculo de quanto uma pessoa, uma família ou um país devem receber e quanto devem gastar em determinado período. Por exemplo, o orçamento doméstico. Para calculá-lo, é preciso considerar o salário das pessoas da família que moram na mesma casa e quanto elas devem gastar com alimentos, mais o aluguel da casa, mais a mensalidade da escola das crianças, mais o combustível do automóvel da família, ou os gastos com passagens de ônibus, etc. O mesmo acontece com o orçamento público. Para administrar um país, todo governo precisa fazer uma previsão de quanto dinheiro vai gastar (despesa). Com base nessa estimativa, o governo define os gastos com áreas de saúde, educação, segurança, etc. O conjunto desses cálculos forma o orçamento público.



ORDENAÇÕES AFONSINAS
As Ordenações Afonsinas, publicadas em 1446, durante o reinado de D. Afonso V, constituíam uma espécie de coletânea ou código de leis e outras fontes jurídicas e que reunia toda a legislação em vigor na altura. O fato de constituírem a primeira compilação oficial do direito do país colocam as Ordenações Afonsinas numa posição destacada na história do direito português. Com a publicação das Ordenações Afonsinas, as leis tornaram-se uniformes para todo o país impedindo, desta forma, os abusos praticados pela nobreza no que respeita à sua interpretação, permitindo ao rei amplificar a sua política centralizadora.



ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS (ONGs)
São organizações privadas, sem fins lucrativos, voltadas para questões de interesse público, como direitos humanos, paz mundial, preservação do meio ambiente , auxílio a comunidades carentes, direitos de minorias étnicas (negros, índios, etc.) direitos de minorias sexuais, etc. São formadas por pessoas que se associam e trabalham voluntariamente por um objetivo comum. No Brasil, uma das ONGs mais conhecidas é a SOS Mata Atlântica, voltada para a preservação da mata Atlântica, ameaçada de destruição. Entre as ONGs internacionais, são também conhecidas e respeitadas, entre outras, a Anistia Internacional, a Greenpeace e a Médicos sem Fronteiras.



ORIXÁ
Denominação dada às divindades nos cultos afro-brasileiros de origem ioruba.


PARLAMENTARISMO
Sua origem remonta aos tempos medievais; quando os soberanos partilhavam o poder com um conselho de lordes. Hoje, após diversas modificações é entendido como uma assembléia formada por representantes eleitos pelos cidadãos, geralmente em regimes democráticos. O poder que normalmente exerce é o legislativo. Em alguns países é formado pela chamada Câmara do Parlamento, dividida em duas partes (como Câmara dos Lordes e Câmara dos Comuns, no caso inglês), cuja formação pode resultar de eleições ou nomeações, e possuir poderes diferenciados, dependendo de cada país. No caso do Brasil, existe o Congresso Nacional, dividido entre Câmara dos Deputados e Senado.



PARTIDOS POLÍTICOS
Associações de pessoas em torno de um mesmo ideal e/ou objetivo, que visa um fim deliberado, em geral o poder. Na história do Brasil, os primeiros partidos surgiram durante a Regência, a partir de embriões que começaram a se consolidar durante a independência. Atualmente, existem diversos partidos consolidados no país, entre eles: PSDB (Partido Social Democrata Brasileiro), PT (Partido dos Trabalhadores), PL (Partido Liberal) e PTB (Partido Trabalhista Brasileiro).



PLEBISCITO
A palavra tem sua origem ligada à história de Roma antiga. Plebiscito vem de plebe, que era a população pobre e livre de Roma. Naquela época, essa camada mais pobre da população livre tinha um representante político conhecido como tribuno da plebe. De vez em quando, o tribuno fazia consultas à plebe sobre determinadas questões. Destas consultas surgiu a palavra plebiscito. Plebiscito, portanto, é uma consulta que o governo faz à população sobre determinada questão. No Brasil, já foram realizados dois plebiscitos sobre que o regime político deveríamos adotar, se o presidencialismo ou o parlamentarismo. O primeiro ocorreu em 1963; o segundo, em 1993. Em ambos os casos, a maioria dos eleitores votou pelo presidencialismo.



POLITEÍSMO
Crença em vários deuses. Muitas religiões, principalmente as da antiguidade, eram politeístas. Podemos citar como exemplo a religião do Egito Antigo, Grécia Antiga e Roma Antiga. Os deuses destas religiões costumam assumir diversas funções, muitos deles com forças relacionadas à natureza. O funcionamento do mundo também era atribuído a estes deuses. Com o advento do cristianismo, que é monoteísta, estas religiões perderam força.



POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA(PEA)
É a soma de todas as pessoas em idade de trabalhar em um país. Isso inclui homens, mulheres e jovens acima de dez anos de idade. Em 2001, a População Economicamente Ativa do Brasil estava em torno de 72 milhões de pessoas.



POPULISMO
Nome dado à ação política baseada em líderes carismáticos, que em geral se propõem a governar em nome do povo e para o povo. O auge da prática ocorreu em meados do século passado em diversas regiões da América Latina, inclusive no Brasil. Esses políticos populistas apresentavam discursos inflamados, com forte teor nacionalista. Buscavam sua base nos mais diferentes segmentos da sociedade, desde o operariado até o empresariado, acenando com ganhos para ambos os lados. Atraindo grandes contingentes de pessoas, colocavam em segundo plano o partido e os programas políticos, preferindo um diálogo direto com os eleitores. Os especialistas afirmam que as práticas populistas enfraquecem a democracia, ao deixar de incentivar a organização da população e manipular os movimentos sociais. No Brasil, o principal exemplo de político populista é Getúlio Vargas, que se tornou conhecido como “pai dos pobres”.



POSITIVISMO
Corrente de pensamento surgida no século 19, cujo principal expoente foi Auguste Comte. Sua filosofia estava baseada na lei dos três estados do desenvolvimento intelectual da humanidade. A primeira etapa é o momento em que os humanos são regidos por abstrações, como a teologia. Na segunda, já fazem uso da ciência, mas não estão libertos das abstrações anteriores. Por último, o chamado estágio positivo, a ciência encontra-se totalmente desenvolvida. Os positivistas acreditavam que grande parte da sociedade encontrava-se ainda no primeiro estado. Cabia a eles, assim, como integrantes do patamar final, instruir o restante da população. É interessante observar que essa teoria, assim como o Darwinismo social, ajudou a justificar o imperialismo. No caso do Brasil, o positivismo esteve presente no movimento republicano, sobretudo entre os militares. As idéias de ordem e progresso – espelhadas na bandeira do Brasil – são lemas positivistas: acreditava-se que o progresso era o caminho para alcançar a terceira e última etapa de desenvolvimento, mas só podia ser atingido por meio da ordem.



PRÉ-HISTÓRIA
A pré-história corresponde ao período da história que antecede a invenção da escrita (evento que marca o começo dos tempos históricos registrados), que ocorreu aproximadamente em 4000 a.C..



PRIVATIZAÇÃO
A privatização ocorre quando o governo vende empresas estatais para a iniciativa privada (empresas nacionais, grupos de investimentos, multinacionais). Desta forma a empresa torna-se privada. Geralmente, a privatização ocorre quando uma empresa estatal não está gerando os lucros necessários para competir no mercado ou quando ela passa por dificuldades financeiras. No Brasil, na década de 1990, várias empresas estatais foram privatizadas, como, por exemplo: Telesp, Companhia Vale do Rio Doce, Banespa entre outras. A privatização ocorreu e está ocorrendo em diversos países do mundo, pois é uma das características do mundo globalizado em que vivemos.



QUINTA-FEIRA NEGRA
Quinta-feira negra é a designação dada ao dia 24 de Outubro de 1929, dia em que se dá o famoso "crash" da Bolsa de Nova Iorque, dando origem a uma grave crise económica que se espalhou a todo o mundo industrializado e que se prolongou ao longo de vários anos da década de 1930. Nessa Quinta-feira, mais de 10 milhões de acções ficaram sem comprador e os preços cairam de minuto a minuto para valores muito abaixo dos que se verificavam na véspera, levando à ruina milhares de accionistas. O endividamento de muitos destes accionistas agora falidos acabou por propagar a crise para a banca, levando numerosos bancos à falência. Sem suporte financeiro e sem possibilidades de recorrer ao crédito bancário, muitas empresas acabam também por falir atirando para o desemprego milhões de trabalhadores.



RACISMO
Modo de pensar que valoriza a noção da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras; que tem a convicção de que características físicas e hereditárias determinam traços de caráter e inteligência. Normalmente, esta superioridade é medida pela cor da pele ou por características biológicas de determinado povo. O racismo, presente em ideologias como fascismo, responsável por justificar práticas de dominação social. Sua difusão foi fundamental para o sucesso do imperialismo e do nazismo e, hoje, determina a exclusão de parte significativa da população. No Brasil, durante décadas, propagou-se a idéia de que nossa sociedade correspondia a uma espécie de democracia racial. Basta olhar alguns dados estatísticos para observar que isso não é verdade: aqui, em comparação ao branco, o negro tem oportunidades reduzidas – e se for mulher negra a situação é pior.



REFORMA PROTESTANTE
A Reforma Protestante consistiu num movimento religioso de renovação da Igreja, iniciado no séc. XVI por Martinho Lutero, monge alemão pertencente à Ordem dos Frades Agostinhos e que conduziu à cisão da Igreja Cristã ocidental que passou a estar dividida em Igreja Católica Romana, por um lado, e em várias igrejas reformadas ou protestantes (Igreja Luterana, Igreja Calvinista e Igreja Anglicana), por outro.

Foram várias as razões que propiciaram a Reforma Protestante, destacando-se as seguintes:

A ação dos Humanistas que criticavam as alterações à primitiva doutrina de Cristo e o contraste entre o luxo e a riqueza da Igreja da época quando comparados com a humildade dos primeiros cristãos.

A não aceitação pela Igreja de alguns avanços científicos que colocavam em causa algumas crenças antigas de que é exemplo a condenação de Galileu por defender o sistema heliocêntrico.

Os abusos do Clero e a quebra do prestígio e da autoridade do Papa e de outros responsáveis eclesiásticos, muitas vezes mais preocupados com questões mundanas do que com questões religiosas.

Os abusos da Igreja na exploração das crenças religiosas cujo melhor exemplo é a Bula das Indulgências, publicada pelo Papa Leão X em 1517, que decretava o perdão dos pecados a todos os cristãos que dessem esmola para a construção da Basílica de S. Pedro em Roma.



REGIME MILITAR
Entre 1964 e 1985, o Brasil viveu um período de ditadura militar, sob o qual as eleições diretas para os cargos mais importantes do poder Executivo, como os de presidente e governador, foram suspensas. Nesse período, a presidência da república foi ocupada apenas por militares. Sob o regime militar, as liberdades individuais e coletivas foram quase que inteiramente suprimidas. Muitos dos lideres de oposição tiveram seus direitos políticos extintos. A imprensa permaneceu sob censura. Milhares de opositores ao regime foram presos. Muitos deles foram torturados. Centenas morreram sob tortura e milhares tiveram que deixar o país para fugir à repressão.



RENASCIMENTO
O Renascimento foi um movimento cultural surgido em Itália no século XV e que, recusando as concepções teocêntricas medievais passa a colocar o Homem no centro de todos os interesses e o seu bem-estar passa a constituir a principal preocupação. A principal característica filosófica do Renascimento é assim a passagem do Teocentrismo que considera Deus como o centro do Universo para o Antropocentrismo que coloca o Homem como o centro do Universo. Apesar de revolucionária no período em que surge, esta concepção da vida não era completamente nova pois já a antiga civilização greco-romana defendia a liberdade e dignidade do Homem procurando criar o "Homem ideal" do ponto de vista cívico, intelectual e físico. É devido a este "renascer" da cultura clássica que se dá o nome de Renascimento. A esta valorização do Homem através da imitação dos modelos clássicos greco-romanos é dado o nome de Humanismo.

Além dos aspectos mais filosóficos, o pensamento renascentista estendeu-se também à literatura e às artes. No caso da literatura, este foi o grande veículo de transmissão dos ideais humanistas do Renascimento. Alguns dos escritores renascentistas que mais se destacam são os italianos Pico della Mirandola e Baltazar de Castiglione, autores de "Sobre a Dignidade do Homem" e de "O Cortesão", respectivamente, o inglês Tomas Moro, autor de "Utopia" e finalmente, o mais influente de todos, o holandês Erasmo de Roterdão, autor de "O Elogio da Loucura". Nas artes, o Renascimento trouxe à regeição o estilo gótico medieval de profunda inspiração religiosa, substituindo-o por um novo estilo que faz a fusão entre elementos pagãos de inspiração clássica e elementos religiosos e da vida quotidiana. Alguns dos principais vultos das artes Renascentistas foram os italianos Leonardo da Vinci, Miguel Ângelo, Rafael, Donatello e Botticelli, os flamengos Van Eyck, Jerónimo Bosh e Brueghel e ainda o espanhol El Greco. Em Portugal destacam-se Nuno Gonçalves (o presumível autor dos paineis de S. Vicente) e Grão Vasco



REPÚBLICA
Forma de governo na qual os governantes são eleitos para exercer o poder por um período determinado.O oposto da república é a monarquia. Nesse sistema – a monarquia – o poder é exercido pelo rei, uma pessoa que não é eleita para o cargo, mas que o recebe de alguém de sua família, geralmente seu pai.



REVOLUÇÃO
Ato ou efeito de revolver ou de revolucionar-se; sublevação; insurreição política; pode significar transformação ou mudança radical.
Do ponto de vista histórico, a palavra revolução pode apresentar dois significados. Pode significar, por exemplo, uma evolução de um sistema de produção, ou seja, uma transformação. Neste contexto, podemos citar a Revolução Industrial (século XVIII), quando ocorreu um avanço nos sistema de produção de mercadorias com a implantação das máquinas. Esta evolução acabou influenciando nas áreas sociais, econômicas e políticas da sociedade européia do período.
Num outro contexto pode significar uma mudança radical como, por exemplo, na Revolução Francesa. Neste fato histórico ocorreu uma mudança radical no sistema político, econômico e social da França no século XVIII.



REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A expressão "Revolução Industrial" refere-se ao conjunto de transformações técnicas e económicas que se iniciaram em Inglaterra na segunda metade de século XVIII e que ao longo do século XIX se espalharam por praticamente toda a Europa e América do Norte. A invenção da máquina a vapor e a sua posterior aplicação à indústria e aos transportes é considerada como a grande causa do despoletar da Revolução Industrial. De facto, foi a máquina a vapor que provocou a rápida e drástica alteração dos modos de produção, nomeadamente a passagem da manufactura para a maquinofactura e o surgimento de técnicas de organização e racionalização do trabalho e de produção em massa.



ROTA DO CABO
A Rota do Cabo corresponde a uma rota comercial criada pelos portugueses após a descoberta do caminho marítimo para a Índia em 1498 por Vasco da Gama. Através desta rota, os portugueses transportavam do Oriente para a Europa as famosas especiarias orientais. As grandes quantidades que era possível transportar por mar e os menores custos de transporte permitiram aos portugueses praticar preços muito inferiores aos preços praticados pelos mercadores muçulmanos, turcos e venezianos que exploravam este comércio através das Rotas do Levante e das Rotas Caravaneiras.


SATRAPIAS
Cargo ou governo de um sátrapa.



SATRAPAS
Título dos antigos governadores de província, entre os Persas.


SENHORIO
Os Senhorios ou Domínios Senhoriais eram uma das características principais do Sistema Feudal que vigorou na Europa durante grande parte da Idade Média e com especial destaque durante os séculos X e XI. Consistiam em domínios pertencentes a um senhor, a quem o rei, além de terras, concedia autoridade efetiva sobre todos os habitantes dessas terras, nomeadamente a autoridade para fazer justiça, cobrar impostos e organizar a defesa militar.



SENHORES FEUDAIS
Os senhores feudais eram nobres que viveram na época da Idade Média (século V ao XV). Possuíam muito poder político, militar e econômico. Eram proprietários dos feudos (unidades territoriais) e possuíam muitos servos trabalhando para ele. Cobravam vários impostos e taxas destes servos, pela utilização das terras do feudo. Viviam em castelos fortificados e eram protegidos por cavaleiros. Os senhores feudais faziam e aplicavam as leis em seus domínios.



SINDICATO
Associação de trabalhadores de uma mesma categoria ou profissão – como metalúrgicos, bancários, ferroviários, etc. – que tem como objetivo defender os interesses profissionais, econômicos e sociais da categoria. Os sindicatos representam seus associados nas negociações com os patrões por melhores salários ou melhores condições de trabalho.



SOBERANIA
Um país é soberano quando as demais nações reconhecem, acatam e respeitam sua autonomia, seus direitos como nação independente e sua capacidade de se autogovernar, isto é, de estabelecer suas próprias leis e de definir o regime político que considera mais adequado às suas características e necessidades.



SOCIALISMO
Conjunto de doutrinas econômicas, políticas e sociais surgidas no século XIX em oposição às desigualdades sociais vigentes na sociedade capitalista. Para os adeptos do socialismo, a causa fundamental das desigualdades entre os indivíduos está na existência da propriedade privada, sobretudo na propriedade privada dos meios de produção e de circulação das riquezas (fábricas, terras, máquinas, bancos, empresas de comércio, etc.) Para corrigir essa situação, os socialistas propunham inicialmente a transformação da propriedade privada dos meios de produção e de circulação das riquezas em propriedade coletiva de toda a sociedade. Entretanto, como conquistar a igualdade social? Para alguns socialistas (chamados de reformistas), essa conquista se daria por meio de reformas que modificassem pouco a pouco o sistema capitalista. Esses socialistas davam particular importância à luta eleitoral, pois achavam que, se conquistassem maioria nos parlamentos, poderiam implementar suas reformas de modo pacífico e ordeiro. Para outra corrente de socialistas, porém, a destruição da sociedade capitalista e a formação de uma sociedade baseada na igualdade entre as pessoas só poderiam ser realizadas por meio de uma revolução armada. Um dos grandes pensadores dessa corrente revolucionária do socialismo foi o alemão Karl Marx (1818 – 1883), quem fez a crítica do capitalismo em livros como O capital.



SOCIEDADE SUSTENTÁVEL
Conceito que vem ganhando destaque nos últimos anos, e que expressa o desejo de construção de uma sociedade na qual os recursos são utilizados sem comprometer sua existência para as gerações futuras. Existe uma diferença fundamental em relação à idéia de economia sustentável, termo mais utilizado nos meios de comunicação. O conceito aqui é mais abrangente, pois não se restringe apenas às atividades econômicas, mas a toda a organização da sociedade.



SUNITAS
Uma das duas principais correntes do islamismo na atualidade (a outra é os xiitas). Os sunitas correspondem à maioria do mundo islâmico e se formaram entre os seguidores de Abu Bakr – um dos sucessores de Maomé. Para eles, além do Corão, a Sunna, coleção de livros que reúnem a conduta de Maomé, também tem grande importância na orientação da vida.



TELASSOCRACIA
Poderio político e econômico de um Estado baseado no domínio das rotas marítimas comerciais; domínio dos mares por um Estado; império marítimo.



TIRANO
Soberano injusto e cruel, cuja vontade está acima da lei e da justiça; aquele que usurpa o poder de um Estado; pessoa cruel, desumana; déspota.



TÍTULOS DE NOBREZA
A nobreza é um grupo social formado por poucas pessoas e caracterizado pela riqueza e por privilégios adquiridos com o nascimento. Também é chamada de aristocracia. Na Europa, durante a Idade Média, a nobreza era formada por grandes proprietários de terras que herdavam de seus pais, ou recebiam do rei, títulos de nobreza, como os de conde, barão, duque, marquês, etc. No Brasil, durante o Império, muitas pessoas pertencentes às classes ricas receberam títulos de nobreza. A maioria delas era constituída por fazendeiros do café. Por isso, ficaram conhecidos como barões do café. Outras, porém, não eram proprietárias de terras. Esse foi o caso do industrial Irineu Evangelista de Souza (1813- 1889), que recebeu de dom Pedro II os títulos de barão e visconde de Mauá.



TOTALITARISMO
Totalitarismo é um termo que representa uma ideologia e prática política caracterizada pela total subordinação dos indivíduos aos interesses do Estado. Num regime totalitário o Estado possui poderes absulutos sobre toda a vida política, social, cultural, religiosa e econômica. O totalitarismo foi particularmente visível nas ditaduras europeias surgidas após o final da Primeira Guerra Mundial, constituindo uma das características principais do fascismo, do nazismo, do franquismo, do salazarismo e do comunismo soviético.



TRABALHISMO
Doutrina política que defende a melhoria das condições sociais e econômicas dos trabalhadores. O trabalhismo é uma corrente de idéias que se situa no campo da esquerda e está próxima ao socialismo. Não pretende, porém, substituir a sociedade capitalista por uma sociedade socialista. Procura apenas criar condições para que os trabalhadores possam viver dignamente, recebendo bons salários e gozando da proteção do Estado. O trabalhismo é particularmente forte na Inglaterra, onde o Partido Trabalhista, criado no final do século XIX, tem exercido o poder com certa regularidade desde 1945. No Brasil, essa corrente de idéias afirmou-se sob os diversos governos de Getúlio Vargas (1930 – 1945 e 1951 – 1954). Atualmente, existem dois partidos ligados a ela: o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o partido Trabalhista Brasileiro (PTB).



TRADIÇÃO
Ato de transmitir algo de geração a geração, como lendas, histórias, fatos, ditados, provérbios, métodos de trabalho e formas de comportamento. A tradição, nesse sentido, liga o passado e o presente, mantendo como referencia valores construídos e preservados ao longo do tempo. Esse é o caso é o caso de inúmeras práticas de cura mantidas, por exemplo, pelos povos indígenas, que dominam um vasto conhecimento de plantas medicinais construído por seus ancestrais. O conceito de tradição pode ser aplicado também aos movimentos sociais, como o dos operários, que utilizam alguns símbolos e formas de resistência semelhante ao dos camponeses. A tradição, importante destacar, se transforma e adquire novos significados a cada tempo e sociedade. Guarda, porém, muito de sua essência.



TRATADO DE TORDESILHAS
O Tratado de Tordesilhas foi um tratado assinado entre Portugal e Castela em 1494, destinado a resolver as rivalidades entre os dois Estados Ibéricos pela posse das terras descobertas por Cristóvão Colombo em 1492. Segundo este tratado, o mundo ficava dividido por um meridiano de pólo a pólo, situado 370 léguas a Oeste de Cabo Verde; as terras já descobertas ou que viessem a ser descobertas localizadas a Ocidente desse meridiano pertenceriam a Castela e as localizadas a Oriente pertenceriam a Portugal. Era assim instituído o princípio do "mare clausum".



TRATADO DE VERSALES
O Tratado de Versalhes foi um tratado de paz assinado, na sequência da Conferência de Paz, entre a Alemanha e os Países Aliados no final da Primeira Guerra Mundial (em Junho de 1919) onde foram definidos os termos de rendição alemã, nomeadamente a restituição das regiões da Alsácia e da Lorena à França, a perda de todas as colónias ultramarinas, as pesadas indemnizações pagas aos vencedores e a obrigação de desmilitarização do seu exército, condições estas que constituiram uma verdadeira humilhação para a Alemanha. Para muitos historiadores, foi esta humilhação que terá estado na origem da Segunda Guerra Mundial.



TRÁFICO DE INFLUÊNCIA
Há tráfico de influência quando uma pessoa emprega seu prestígio e sua autoridade em órgãos ou pessoas do governo para obter favores e benefícios em seu interesse pessoal, de sua empresa ou de seu partido político. Esses favores e benefícios podem ser os mais variados – vantagens na compra ou venda de bens; contratos do governo com empresas privadas, cargos para parentes ou amigos, etc.



VOTO DE CABRESTO
Forma de controle político sobre o eleitor por meio da coação e do abuso de autoridade, para que vote em determinado candidato. Com isso, se mantém o controle do poder político, dos cargos e das verbas públicas. Foi um dos principais instrumentos dos coronéis durante as décadas iniciais da República, quando então o voto era em aberto. Hoje, o voto secreto e as urnas eletrônicas diminuíram essa prática. Apesar disso, outros aspectos continuam a cercear a vontade do eleitor, como a falta de informação e o forte poder econômico.



XIITAS
Umas das duas principais correntes do islamismo na atualidade (a outra é os sunitas). Os xiitas correspondem a uma minoria de cerca de 20% dos islâmicos. Eles se formaram entre aqueles que aceitavam como sucessor de Maomé apenas um membro de sua família, seguindo o princípio Ali, seu genro. Os adeptos desse segmento consideram o Corão como a única fonte de ensinamento.